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A mostrar mensagens de 2013

O Amor numa Mão

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Na maior parte dos seus dias, ela encontrava-se com dezenas de pessoas, falava com uma dúzia delas, sempre diferentes. Mas isso não era factor para que se sentisse menos só. Muito pelo contrário. Isso era algo que lhe causava ainda mais confusão e discussão interior. Como era possível estar entre tanta gente e não conseguir alcançar ninguém? A verdade é que muitas vezes sentia que também ninguém conseguia chegar até ela. A sua forma de pensar, as suas ideias, as suas histórias pouco significavam para outras pessoas. Estava mergulhada numa solidão profunda, sem nunca mostrar verdadeiramente aquilo que é, aquilo que quer fazer e sobretudo aquilo que sonha. Ela estava como que a afogar-se num imenso e bonito mar azul. No entanto, ela continuava atenta aos pormenores. E era talvez isso que a fazia sobreviver. Um simples olhar, um abraço verdadeiro, uma mão sobre o seu ombro. Esses eram alguns dos grandes pormenores que a faziam continuar. Eles eram parte de uma mão que a fazia vir ao

Uma Janela num Beco Sem Saída

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Está um frio medonho e muitas vezes parece que todas as extremidades do meu corpo deixaram de ter vida, que o sangue as deixou de alcançar e, que, por isso, simplesmente as deixo de sentir. No entanto, em parte, é precisamente esse frio que me faz sentir que estou viva, que existo. Se ele me incomoda assim tanto, então é sinal que ainda me deixo incomodar por algo e isso é a prova de que não sou uma máquina e que continuo a sentir algo como todas as outras pessoas. No mundo que me rodeia facilmente caio na triste e mundana condição humana em que mais pareço um autómato baseado em regras, ideias impostas e preconceitos. Como se eles me comandassem e eu nem desse conta, apenas seguisse o enorme rebanho que são os outros que se regem por objectivos e propósitos sem fundamento nenhum. Frequentemente ponho a culpa noutras pessoas em relação àquilo que me acontece. Sou assim, porque alguém me fez assim. Mas estando a pensar nisso demasiado tempo ocorre-me a seguinte questão: e se es

O que uma Canção pode despertar em Nós

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Estou perto da hora de almoço e, cheia de um sono que não me deixa em paz e que insiste em fazer-me frente, começo a fazer uma pesquisa na Internet. Textos dão a vídeos e, como tantas vezes me acontece, acabo por me perder no youtube. Há alturas em que penso o quão óptimo é o site ter aquela secção de relacionados. Porém, há outras ocasiões em que, confesso: queria que aquilo não existisse. Vamos lá ver, uma pessoa está a trabalhar e não se pode distrair. Mas como a carne é fraca, no meio dos vídeos que estou a visualizar para um trabalho, acabo por ir de encontro a uma música que, simplesmente, não ouvia há anos. E o que acontece é que eu ainda sei a letra de cor. E fico a ouvir aquilo três ou quatro vezes de seguida e não consigo parar de cantar. A minha sorte é que não está ninguém no estúdio...  Subitamente, sinto-me tão bem e tão leve que não consigo parar de sorrir.  A canção que ouvia fez-me regressar ao meu 10º ano. A maneira como tinha vibrado com a descoberta daquela

A Obrigação de o Fazer

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Quão chata e deprimente pode ser uma vida em que a maioria das coisas que se faz é por obrigação? Esta pergunta surge no meu pensamento mais vezes do que aquelas que queria. Continuo sem obter uma resposta, porque, na verdade, grande parte do dia a dia de uma pessoa é gerido pelas obrigações. Existem ocasiões em que pouco nos importamos com isso. No entanto, existem outras em que não conseguimos parar de nos importar com isso. Principalmente, se não encontrarmos gosto nas coisas que fazem parte do nosso quotidiano.  "Como Catarina gostava de ouvir música. Era aquilo que mais gostava de fazer. Escutar música fazia com que ela pudesse sonhar. Imaginar outra vida, ir mais além, estar noutros locais ao mesmo tempo. Era uma das poucas coisas que a levava a esquecer tudo o que estava à sua volta. Porém, essa era uma coisa que não podia fazer sempre que queria. O trabalho não o permitia e muitas vezes as preocupações com que chegava a casa não a deixavam descansar e dar-lhe espa

A oportunidade certa para Mentir e dizer a Verdade

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Há sempre um tempo para tudo. Um tempo para dizermos mentiras e um tempo para dizermos as verdades. Mas devemos tomar estas duas iniciativas num lugar e numa altura certa. Tem que se ser dito naquele momento e não depois.  Em coisas ordinárias, como mentir sobre o nosso estado de embriaguez na noite anterior, mentir sobre o local onde dormimos a noite passada, mentir sobre se vamos ou não jantar, apenas porque não queremos chatices. Todas estas mentiras para mim são válidas. Ou seja, o importante é mentir com responsabilidade: tudo desde que essa mentira não ponha ninguém em causa, nem prejudique ninguém. Se chegar a prejudicar alguém que seja apenas a pessoa que mentiu. E o que interessa é que esta mentira seja pensada e dita nestes termos: que haja consciência do que se está a fazer.  Há situações mais sérias. Por exemplo, quando temos de proteger alguém e a mentira é o melhor método para isso temos de ter a coragem para a dizer. Numa situação em que gostamos de algué

Podíamos Ter Sido Tudo

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É verdade.  Podíamos ter sido tudo. Em conjunto poderíamos ter conseguido tudo. Se tivéssemos encontrado um modo de conciliar as nossas vontades e de as circunstâncias trabalharem a nosso favor. Mas, sobretudo, podíamos ter sido tudo aquilo que queríamos, e que continuamos a querer, se apenas tivéssemos tido a clareza de espírito de nos darmos uma oportunidade...  De nos encontrarmos...  De nos falarmos.... De nos tocarmos... De sentir a pele um do outro. A textura da nossa pele. Com apenas um toque da tua mão tu saberias por onde seguir. E com um beijo teu eu saberia o que fazer a seguir. Podíamos ter sido tudo aquilo que desejamos. Se apenas nos tivéssemos beijado. Bastava sentir os teus lábios nos meus. Os teus lábios no meu pescoço e no meu peito. Apenas isso faria com que nos esquecêssemos de toda a podridão que estava à nossa volta e que continua a estar. Mas apenas com um abraço poderíamos superar essa realidade que nos enoja. Porém, isso agora já não é possível.

A Companhia da Solidão

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Deitada de costas, a olhar para o tecto, ela não conseguia dormir. Apenas chorava ao mesmo tempo que ouvia algo dentro de si. - Eu estou aqui. - Onde? Não te vejo, não te sinto, não te cheiro, não te toco. - Eu estou aqui! - Onde? Onde estás? - Estou aqui. Não consegues ver? - Não! Já te disse que não te consigo ver. Onde te meteste? Porque me falas? - Pelo que parece é a única forma de saberes que estou presente. - Não, não sei. - Sim, sabes. Fecha os olhos devagar, como se estivesses a s entir na tua pele a brisa do mar. A chuva que cai num dia de inverno. Um vento leve num dia quente de Agosto. Eu estou aí. - Não consigo. Os meus olhos não fecham.  - Por isso, não me encontras. Estás demasiado presa ao que podes ver, ao que podes sentir, ao que podes cheirar, ao que podes tocar. - Tu estás na brisa do mar? - Sim... Claro que sim. Não gostas dela? - A lembrança da brisa do mar faz-me bem... - Sim... - Tu estás na chuva que me molha no Inverno? -

O Sonho Desenhado Pela Imaginação

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Fechou os olhos. Num ápice fechou os olhos porque não queria estar ali. Era a única forma de estar noutro lugar, de sentir que tudo era diferente. "Ao início tudo era negro. Porém, no meio da escuridão começou a surgir uma imagem. Era o mar. Como era azul aquele mar. E calmo... Apenas umas ondas muito l eves, faziam com que aquele imenso azul se movesse. Devagar e ternamente. Como era bonito aquele local. Agora Teresa já lá estava. Com um chapéu de palha, uns óculos de sol, com o seu cabelo castanho solto e ao vento. Tinha uma saia comprida, muito fresca e uma camisola de alças. Estava descalça para sentir a areia nos seus pés. As sandálias estavam na mão, ao mesmo tempo que se virava para aquele mar.  Alguém a chamava.  Era ele. Naquele momento em que se virava em direcção à voz que pronunciava o seu nome, reparava como ele estava bonito. O cabelo loiro, de olhos da cor que se confundia com aquele mar. O seu amor. O seu singelo, duro e forte amor. Ele era seu, fazia parte

Jeovás & Pornografia

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É de manhã e estou tranquilamente a ler uma revista com enfoque na actualidade. É a minha forma de relaxar e de me distrair. Escolhi um sítio calmo e aproveito um local com vista para o rio para me sentar. É como se estivesse num daqueles filmes em que a personagem principal está em silencio a olhar para o infinito e começa a tocar uma daquelas musiquinhas que nos provocam um pouco de nostalgia. Mas há sempre alguém que aproveita para interromper essa calma.... Quando oiço as palavras - "Bom dia. Será que lhe podemos fazer uma pergunta?" - a dita musiquinha pára. Assim que levanto a cabeça para olhar a quem me faz tal pergunta, o primeiro pensamento que me surge é: "estou f*****!".  Normalmente, chegam sempre aos pares. De pastilhas pretas na mão vestidos com calças fazenda, de camisa e gravata. São eles... Os Jeovás. Fugir não posso porque dá mau aspecto e a esta hora da manhã ninguém me vai ligar. Estou num sitio onde não conheço ninguém para meter con

A Salganhada das Eleições Autárquicas

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Sim. Leram bem o título deste texto. Está mesmo escrito "salganhada". Para quê ter medo das palavras se são elas que descrevem aquilo que temos à nossa frente? Pois bem. De facto, as eleições autárquicas deste ano, marcadas para 29 de Setembro, apresentam-se como uma verdadeira trapalhada.  Todos nós já ouvimos falar da bendita Lei da Limitação de Mandatos. Todos nós já escutamos a diferença entre presidente DE câmara e presidente DA câmara. O que advém daí? Casos como Filipe Menezes, no Porto, e Fernando Seara, em Lisboa. Aqui está: municípios com candidatos que ainda não têm a certeza se o podem ser. Casos que inundam os jornais e as televisões. O mais caricato é que ainda não está absolutamente esclarecida toda esta situação, já que os tribunais uns validam outros invalidam candidaturas. Por exemplo, Fernando Seara (após duas decisões contra do tribunal cível e da relação respectivamente) assim que percebeu qu e o Tribunal Cível de Lisboa pela terceira vez afin

Experiências que se Trocam, uma História que se Constrói

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Troca de historias. É isso que acontece. Sentados à volta da mesa, seja em casa, seja noutro sitio qualquer, o que acaba por suceder é a partilha de experiências, a partilha de memórias. Recordações que nos fazem sorrir e desejar que aquele tempo nunca acabe. Esse é um tempo de descanso em que nos podemos rir e aproveitar cada segundo da forma que mais nos apetece.  Até no simples silêncio. No silêncio apenas desejamos perdurar ali. Poder parar e ficar naquele lugar, como um simples mocho que olha sempre em volta, fazendo a guarda de noite. No fundo, não queremos perder um sorriso, uma graça, uma nova palavra, uma nova deixa, uma nova historia. Aí está! A história. É em busca dela que construímos a nossa existência.  Há quem persiga uma história antiga,  outros tentam esquecer a sua história e escrevem-na de novo,  uns estão ainda a criá-la.  No entanto, no fundo, o que importa é que essa história seja feita de pessoas que amamos. Porque são as memórias dessas pessoas

Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti

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Quando nos apercebemos das atitudes incorrectas dos outros podemos ter duas posturas: apenas criticar e maldizer ou olharmos para nós próprios e questionar-mo-nos se éramos capazes de fazer o mesmo. Eu preferia que todos fôssemos capazes de adoptar a segunda opção como estilo de vida. Se tivermos essa capacidade de auto-análise temos tudo para nos tornarmos melhores seja com os outros seja connosco próprios. Acredito que uma das coisas que mais falta faz a todos nós que aqui andamos é auto análise, porque quem é capaz de olhar para dentro de si e tem o discernimento de perceber o que fez ou o que tem intenção de fazer pode, com toda a certeza, não magoar os outros nem a ele próprio. No entanto, para ter essa clareza de espírito e saber parar quando é necessário, também é preciso ter valores humanos. Saber a diferença entre o amor e o ódio, a prisão e a liberdade, a ternura e a violência, o respeito e o medo. Ter sempre a consciência de que aquilo que pode ser bom para nós próprios

A História da Tia Nita

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"Ele era alto, tinha os olhos azuis e uma presença inigualável. Ou pelo menos penso que era assim. O cabelo era claro, como fios de ouro. Tinha barba e cada vez que sorria era como se tudo à sua volta ganhasse outra vida. Era muito divertido, sabes? Bem disposto. Era talvez o melhor advogado naquele escritório. Teve grandes casos nas mãos e ganhou os mais importantes. Detestava perder, mas acabava por se reinventar. A minha secretária ficava logo no início da divisão. A porta do seu escritório ficava perto e,na primeira vez que o vi foi exactamente aí. Era o meu primeiro dia e não fazia ideia do que aí vinha. Estava na recepção quando uma das portas abre. Aquele porte distinto. Fiquei de imediato vidrada. Como ele era bonito..." A minha tia Nita parecia contar a história da sua vida. Sentadas na sala de estar, ela está na sua habitual poltrona a olhar para o jardim através da enorme janela que deixava entrar tanta luz que ao final do dia ainda iluminava toda a divisão.

A Irracionalidade e a Paranóia do Medo

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Em tudo na vida podemos olhar para aquilo que está à nossa frente de várias formas. A pior de todas elas é o medo. Por mais que nos queiramos ver livres dele é impossível escapar à sua existência. Àquela voz que está a falar insistentemente. Fechamos os olhos, pomos as mãos nos ouvidos, mas ela persiste porque está na nossa mente e não a conseguimos calar. O medo é paranóico. Podemos ser pessoas independentes, que aceitam as dificuldades, que enfrentam tudo com um sorriso na cara, que põe os outros à frente de tudo. No entanto, aquilo que acontece é que muitas vezes o medo persiste. Focamos a nossa atenção nos outros, porque o medo não nos deixa tomar as nossas próprias decisões sem pensar no que daí advém. Creio que essa possibilidade de focar a nossa acção no próximo é talvez a única boa consequência desse medo em arriscar. Seja arriscar numa simples viagem de férias ou o arriscar numa mudança completa da nossa vida. Quando queremos fugir daquilo que nos atormenta olhamos pa

A invisibilidade de Camila

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O céu estava escuro, mas ela decidiu sair de casa na mesma. Queria poder sentir o vento fresco a bater-lhe na cara. Ao menos isso ela podia fazer sem pedir autorização a ninguém, sem ter em conta o que quer que fosse. Àquela hora, no final da tarde, as ruas estavam cheias. A maioria das pessoas regressava do trabalho ou da escola o que tornava ainda mais fácil, Camila passar despercebida entre todos. Muitas vezes ela tinha a sensação de que podia chorar, rir sozinha e até cantar baixinho sem ninguém dar conta.  Era verão, por isso, ainda não tinha anoitecido. Fechou os olhos enquanto andava calmamente. Ouvia risos, gritos, conversas, palavras soltas... A agitação habitual no fim de mais uma jornada. Hoje, Camila estava particularmente cansada. Ainda não sabia para o que servia ao certo. Era muito possível ela não servir para grande coisa. Ela gostava de ser tudo aquilo que não era, por isso sonhava. Sonhava... E, naquela calçada, ela já estava a sonhar.   Esta era uma das pouc

A Loucura da Sensatez

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Como é que se pode definir aquilo que é importante daquilo que não é? Poucas vezes tive necessidade de pensar muito acerca desta questão. As minhas decisões quase que eram inatas. Facilmente conseguia decidir entre aquilo que parecia ter interesse e aquilo que parecia ser completamente acessório. No entanto, há sempre uma vez para tudo. Por isso, talvez não seja de estranhar que, pela primeira vez, pare mais do que dez minutos para pensar sobre o que decidir. Acreditava que, com o passar do tempo, estivesse ainda mais preparada para fazer escolhas. Ou seja, que tivesse uma maior destreza para a fazer. Agora, escolher entre falar sobre o assunto A ou dissecar o assunto B parece ser extremamente difícil.  Sempre baseei as minhas decisões na minha sensatez, que muitos apontam como a minha maior qualidade. Até agora esta sensatez não me deixou ficar mal, conseguindo fazer as minhas escolhas de forma livre, voluntária e com princípios. Por muito que algumas pessoas não gostassem

A impossibilidade de chegar à verdade

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"Conhece a verdade" "Fulano tal é que está a dizer a verdade" "Fulano diz que o outro Fulano é culpado" "Fulano insiste na sua inocência e culpa fulano de tal" Quantas vezes não ouvimos estas frases no nosso dia a dia? Imensas. Mais valia pensar desde quando é que não ouvimos palavras deste tipo. Conhecer a verdade... Eu admito a minha ingenuidade. Há uns anos eu era demasiada ingénua. Bastava-me ouvir certas pessoas que pareciam ser idóneas para acreditar no que diziam. Muitas vezes era também pela lógica... Por exemplo, falando de um caso de corrupção, à partida eu pensava que fosse quem fosse o acusado ele era culpado. Só porque ele aparece como principal suspeito é dito e sabido que ele não é propriamente suspeito... Ele já é culpado aos olhos de todos. Eu admito. Fazia o mesmo, como todo o público telespectador que vê as notícias na televisão. Mesmo quando estava na faculdade, onde, à partida, os nossos olhos se abrem perante o mund

Deixar de Remar Contra a Maré

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A noite tinha chegado muito mais rápido do que estava à espera. O telefone tocou e interrompeu o silêncio profundo que inundava a sua casa. Era Afonso. O seu amigo Afonso que, mais uma vez, lhe perguntava se devia pedir Amélia em namoro. Marta já lhe tinha dito mais de mil vezes para ele avançar. Afonso era seu amigo de infância e voltou a descansá-lo, mostrando-lhe que ele estava a tomar a opção certa. Em breve ele e Amélia estariam a caminho da Argentina para trabalhar num projecto para as Nações Unidas. Marta pensava que os amigos tinham uma grande sorte, por isso, o pedido deveria ser feito o mais rápido possível para que emigrassem já juntos. Ela sorria ao mesmo tempo que desligava o telefone. Um sorriso que muitas vezes fazia quando via o sucesso e a felicidade daqueles que gostava. Uma expressão sincera, de compaixão, de amizade e, também, de alguma nostalgia. Brevemente, também eles iriam embora. Marta sabia que para eles era uma oportunidade única, afinal estes eram mais dois

Contingências do Quotidiano

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Muitas vezes perguntamos-nos porque é que tudo não é diferente. Se temos o cabelo castanho, porque é que não é loiro. Se somos baixos, porque é que não somos altos. Se estamos infelizes, porque é que não somos felizes. São tantas as questões e reparos, das mais diversas estirpes, que podíamos fazer na nossa vida, que não me atrevo a continuar a lista... O mais engraçado é que todas estas conjecturas nos passam pela cabeça, mas raramente as partilhamos com alguém. É preciso muito para nos sentirmos confortáveis para ousar proferir algum destes pensamentos. Não queremos ser ridículos! Eu até penso que temos medo de ser ridículos. Por isso, não dizemos nada. O estranho é quando olhamos para o lado e percebemos que podem existir pessoas mais malucas do que nós. Atenção que não falo daquelas que se vestem de uma forma diferente ou que das têm um estilo de vida que não é tido como "normal" dentro dos "valores" da sociedade vigente. Estou a referir-me àquelas pessoas