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Angustiante Reajuste à Realidade

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Os braços que me circundam provocam em mim um sentimento de segurança que nunca tive. Que sensação é esta de estar numa outra vida onde não há passado nem futuro? Só o presente. Que bela sensação libertadora, como se fosse eu. Ali. Verdadeiramente com aquele homem que me proporciona uma sensação de plenitude, à beira de um estonteante mar azul banhado pelo sol. De repente, os mesmo braços que me seguram, deitam-me para o chão. A força com que caio faz-me perder os sentidos. Já não sei onde estou. O mar já não está lá, muito menos o sol. É tudo escuro, o chão é feito de uma pedra que nunca antes tinha visto. Uma pedra pontiaguda, que me fere as costas.  O que se passou de um momento para o outro? As mesmas mãos que há pouco me seguravam, arrancam de mim tudo aquilo que eu tenho. Grito desesperadamente. Porque é que essas mesmas mãos esfolam a minha pele? Porque me arrancam impiedosamente o meu coração? A dor que sinto é incontrolável, mas mesmo assim, não morro. E tudo...

O Pesadelo do Mundo Robô

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Tudo está escuro. Saio para a rua e tudo está negro. Ninguém se aproxima. Ninguém fala. Ninguém olha. Ninguém sente. Continuo em frente porque não sei para onde ir. Só sei que não quero recuar. Tenho medo de olhar para trás. Tenho medo de dar um passo atrás. Tenho medo de me virar para trás. O que é que aconteceu às pessoas? Ou será que ainda são pessoas? Estas são como robôs. Corpos inanimados, mecanizados, programados para fazerem tudo o que os outros fazem. Olho para o lado na esperança de poder saber o que se passa... Mas agora já não vejo ninguém. Tudo está numa imensa escuridão... Onde raio estão as luzes? Aqueles candeeiros altos que estavam mesmo aqui, na rua, ontem à noite? Eu tenho a certeza de que passei por eles ontem à noite. Incrivelmente, parece que alguém os tirou daqui. Que porra! Não consigo ver nada e estar aqui começa a fazer-me impressão. Não conheço ninguém... Nem sequer um rosto familiar encontro naqueles que por mim passam. Agora reparo que muit...

O Pó do Inconsciente

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Sentada naquele muro foi como se tudo aquilo que tinha vivido estivesse ao meu redor. O pó que levantava consoante as pedras que iam caindo era como uma nuvem que me cercava e que me fazia entender o quão sozinha estava. Apenas os meus pensamentos me acompanhavam. O barulho... o barulho ensurdecedor de toda aquela destruição e eu ali fiquei. A assistir a tudo. Parada. Como se estivesse pregada àquele conjunto de cimento. Embora eu conseguisse ouvir tudo o que se passava, os gritos. a destruição, as paredes a cair, embora eu conseguisse ver para além do pó que me cercava, as pessoas a correr, sangue no chão, alguém a pedir ajuda, eu não me movia. Foi como se o tempo tivesse parado naquele momento e a minha inércia fizesse com que esperasse a morte lentamente. Não valia a pena fugir. Tudo estava traçado desde o início. O fim era agora. Bastava esperar. Mas o acto de esperar não nos impede de ter a mente a trabalhar. E aí, todas as imagens daquilo que tinha vivido passavam por mim. A...