O Vírus do Futuro Incerto
Primeiro dia em casa por obrigação e dever. Quem me conhece sabe que não sou uma pessoa de lamurias, de stress evidente, sempre com aquela missão, que faz parte do meu carácter: manter a calma. No início de tudo isto do coronavírus fui como a maioria das pessoas: "isso não chega cá. Se chegar cá há-de ser uma coisa tipo gripe A" . Pensei que tinha mais do que tempo disponível para continuar a fazer a minha vida do costume. A minha rotina. E como eu estava a precisar de rotinas, de ocupar a cabeça. Uma viagem marcada, trabalhos agendados, saídas combinadas. Em poucos dias tudo mudou. Tudo ficou incerto. Tudo o que tinha como adquirido para os próximos meses foi, simplesmente, cancelado. As pessoas começaram a ficar em casa, as ruas vazias, os cafés quase sem clientes, o trânsito com muito menos tráfego. "Lena, não andes de transportes públicos. Leva o carro da empresa" - disseram-me vezes sem conta e, realmente, pareceu-me uma boa medida preventiva. S...