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Louco Insubordinado

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Sinto que tenho de escrever sobre ti. Há qualquer coisa que me impele a dirigir-te algumas palavras... Mas, como poderei querer explicar o que sinto sobre ti através das palavras? Nem eu sei como explicar todo este fascínio, a vontade soberba de te conhecer, de te perceber, de te ouvir, de te ver... Ainda que sejas de outro tempo, tão longínquo, tenho essa... essa curiosidade imensa em te descortinar, em estar onde estiveste, em ouvir outros falar sobre ti. Como gostaria de te conhecer entrando na tua cabeça, ouvindo todos os teus pensamentos, quem sabe fazer parte dos teus pensamentos!, sentindo cada uma das batidas do teu coração, descobrindo ao tocar-te todas as saliências dos teus bonitos olhos azuis de cor indecifrável, a curva dos teus lábios, as saliências das tuas mãos treinadas para viver, amar, lutar e matar. Creio, sobretudo, que é a tua coragem... Sim, é a tua coragem que eu quero conhecer. Terás, aliás, alguma outra característica que me faça conhecer-te na tua plenitude,

Sono Perturbado

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Fecho os olhos e tento dormir. Espero que o cansaço tome conta do meu cérebro e me permita adormecê-lo. Já me habituei a não dormir uma noite inteira, mas, a pior parte passou de acordar várias vezes de noite para o meu primeiro adormecimento.  Espero, já com alguma ansiedade, que o sono me permita desligar o estado consciente. Quero, definitivamente, descansar um pouco, não ter de pensar sobre mais nada e não permitir que pensamentos que não pedi se instalem e eu tenha de lidar com o seu peso. Espero, já ansiosa, para que o adormecimento chegue. Quero dormir, quero esvaziar por umas horas o meu coração. Quero, acima de tudo, não sentir esta dor que está instalada. A dormir, não sinto. É isso: quero dormir para não sentir. Fica zangada por não conseguir dormir. Se fico zangada, não fico descansada. Se não fico descansada, não fico relaxada. Se não fico relaxada, não consigo desligar os pensamentos. Se não consigo desligar os pensamentos, não me consigo tornar imune à dor que provocam.

A Bela Pintura do Teu Aniversário

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Ao longo da vida tenho visto e admirado diferentes obras de arte. Tudo me parece como uma bonita pintura em que todos os elementos se conjugam, com as suas bonitas cores, num cenário real ou idílico, alegre ou triste, mas sempre belo. Na pintura, as figuras podem ser estáticas, mas há muita ação.  Admiro obras de arte frequentemente. Da mesma forma como te admiro. Sabias que te admiro? Vejo-te sempre rodeado de pessoas, mas, mais perto de ti, estão as tuas pessoas, cada uma com o seu gesto de amor e de alegria para contigo. Nessa pintura, sorris, como sorris!, com um olhar leve e onde todo o teu corpo emana harmonia. Depois, todas as outras figuras, que são as da tua vida, estão ao vosso redor, a festejar algo, talvez um evento importante...como... como o teu aniversário? Sim, será o teu aniversário onde de forma graciosa celebras com todos eles mais um ano de vida. Quando se tem uma vida preenchida de histórias faz sentido celebrar um aniversário, não? Celebrá-lo e eternizá-lo num reg

Nos Teus Braços Me Envolvo

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Nos teus braços me envolvo, De livre vontade, e com saudade. Os nossos braços entrelaçam-se, a minha face no teu ombro, fecho os olhos sem o mínimo assombro. O encontro é inesperado, A surpresa no meu olhar, Que dá lugar à vontade de te abraçar. Admiro as tuas singelas palavras E com agrado acedo ao teu abraço sem medo. Deixo-me estar, Sem medo em estar demasiado, Que harmonia imensa quando tornas o abraço mais prolongado! O frio da manhã não entra, Nem, tampouco, o ruído da cidade, Quando assim estamos na nossa amizade. Deixamos cair o abraço, Partindo para as questões de sempre, Não deixando que nada se coloque à frente. O nosso sorriso ecoa, E permanece no nosso olhar, Aproveitando o que nos podemos dar. Queria deixar-me estar no teu abraço seguro e protetor, sabendo que não há nada mais acolhedor.

Morrer de Tristeza

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Há muito tempo que me pergunto se é possível morrer de tristeza. Esta tem sido, aliás, uma questão sobre a qual filósofos, médicos, escritores e poetas se debruçam ao longo do tempo. Talvez, os mais sonhadores não possam vislumbrar esta possibilidade de morrer de tristeza. Afinal, a tristeza é um sentimento, não é visível à maior parte dos olhos, pode-se esconder, e não provoca dor em qualquer órgão humano.  Sendo a tristeza um sentimento é difícil de curar... Afinal, como se pode curar um sentimento? Se tiverem alguma cura milagrosa para qualquer sentimento que exista no ser humano, peço-vos que o partilhem comigo. Como se cura a raiva? Ou a paixão? Como se cura a angústia? Como se cura o amor? Eu, confesso, não faço a mínima ideia. Da mesma maneira que não tenho qualquer resposta para a pergunta "como se cura a tristeza?" Se não existe uma cura, será, então impossível fazer com que ela deixa de existir em nós? Todos nós temos dias maus, em que não estamos bem nem connosco n

Quando o Coração se Engana

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Uma pessoa racional não pode dar tanto espaço para confiar no coração. Pelo menos é aquilo que a lógica me diz. Mas, se uma pessoa que privilegia o pensamento sobre tudo não dá espaço ao coração onde fica a emoção? A emoção vem do coração. Foi esse o princípio que me foi norteando. Afinal, o meu coração nunca se tinha enganado. E o que fazer se ele nos enganar? Como é possível que o coração nos iluda e nos engane? Não sei como partir daqui. Se a emoção me falha, o que se segue? Seguir com a insipidez da razão, sem surpresas, em linha recta, sem nada que não tivesse já visto, já percebido como é que iria ser? É triste viver-se assim. Sem esperança de que a emoção nos ajude sempre a fazer a escolha certa. A escolha que nos dará algo. Algo tão grande que, quando se chegue ao fim, se possa dizer: valeu a pena. Viver só com a razão, não nos dá isso. Vive-se. Levanta-se todos os dias, come-se todos os dias, trabalha-se todos os dias, fala-se todos os dias, deita-se todos os dias. E, assim, v

Há Muito Tempo Que Não Falamos

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As perguntas acumulam-se na minha cabeça e na minha garganta. Juntam-se todas, amontoam-se e não conseguem fazer-se ouvir. "Há muito tempo que não falamos" , dizes-me. O silêncio não abre qualquer porta para eu deixar sair o que quer que seja e a única coisa que faço é tornar-me num qualquer boneco mecânico: respondo sim, não, talvez... Enquanto, na minha cabeça, oiço-me a gritar com tudo aquilo que te queria perguntar. Foi tudo mentira? Foi tudo mentira, a forma como te apresentaste, como me falaste, como me tocaste? Foi tudo mentira? Tu, na realidade, não és essa pessoa quente, mas sim essa frieza que agora transpareces, como se nada te pudesse abalar e que, afinal de contas, nada foste capaz de sentir e tudo aquilo foi mentira. Foi mesmo tudo mentira antes e depois desse "há muito tempo que não falamos" ? Não te sei dizer porquê, mas eu sinto, eu sempre senti, porra!, que nunca foi mentira. Eu sempre senti que não eras capaz de me mentir tanto, que tu estiveste c