Em torno do Gira-Discos

Retira-se o saco cheio de pó. Ele está bem acomodado, não haja dúvida. Olhamos para a marca e todos concordamos que é muito boa, por isso, a nossa esperança é renovada. Assim que colocamos o antigo gira-discos em cima da mesa, parece que estamos perante um tesouro. Falta saber se este tesouro está, de facto, funcional. Tínhamos de experimentar. Não podíamos desistir agora... Mesmo que a desilusão deste pequeno tesouro não funcionar fosse maior que a nossa vontade. Pega-se num disco e com precisão e mãos de lã, este já está pronto a tocar. É certo que já passaram muitos anos desde que se voltou a ouvir este gira-discos por aqui, mas nunca se esquece como é que se o põe a tocar. Pega-se no braço, leva-mo-lo até ao lado esquerdo, faz um clique, e depois é só acertar a agulha na faixa. A expectativa é grande. Será que vai funcionar? Todos se reúnem em volta da mesa, em silêncio, com medo de que um simples som nos pudesse distrair da nossa missão. Assim que se ouvem os primeiros acorde...