Perderam-se Um no Outro

Os seus dedos passam de novo por ela, percorrendo a forma do seu corpo, como que a recordar, novamente, o caminho que as suas mãos fizeram há algumas horas atrás. Tanto um como o outro não se querem perder daquele lugar. Daquele lugar só deles, que acabaram de construir. Lá fora a chuva cai sem parar, porém, ali naquele quarto, é como se estivesse o dia com o sol mais bonito, onde o tempo não passa e a música de fundo apenas dá vontade de fechar os olhos e de a cantarolar baixinho, bebendo naquela melodia única que nos diz que a perfeição neste mundo pode existir. Ela suspira contra o seu peito e acaba por imitá-lo, passando a palma da sua mão pelo seu tronco, sentido e percorrendo as marcas do seu corpo... O relevo da sua pele. Ela sorri. Simplesmente, sorri, como se mais nada quisesse do mundo. Nada mais era necessário para que ela descobrisse onde pertenceria. Ela já o sabia. Ela pertencia, ali, àquele lugar, àqueles braços. Ele tem os olhos fechados, sabendo que apenas...