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O Sentimento Sem Nome

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Não ter ou não encontrar palavras para definir aquilo que sentimos deixa-nos incapacitados. Queremos explicar, nem que seja para nós próprios, os sentimentos que experienciamos, mas, o turbilhão é tão grande que nos deixa o coração e a cabeça embrulhados. Tão embrulhados como um papel que amachucamos para deitar ao lixo: nós tirámos-lhe a vida e, agora, só nos queremos desfazer dele, porque o papel se tornou completamente inútil. Mas a inutilidade não é um sentimento. É uma condição.  Seremos inúteis? Não servimos para nada? Somos isso ou pensamos que somos isso?  Mas, voltando à inquietação inicial, qual o sentimento que nos deixa esta sensação de sermos inúteis, vazios... De nada termos. A certeza de que não temos nada a que nos agarrar ou algo que nos faça agarrar. Que nos faça querer ficar, bem presos, porque ali está algo ou alguém que depende de nós, no sentido de depender de nós para também ele se sentir completo e completamente em harmonia. O amor... Sempre ...

O Último Encontro

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É na troca de um olhar, num simples gesto, aquele tom de voz distinto. É nessas pequenas coisas que ela repara. Hoje, ele está diferente daquilo que ela se lembra. Talvez, ele esteja cansado... Agora que pensa nisso, ela acha que nunca o viu cansado, o que justifica a sua surpresa. "Está tudo bem?", ela pergunta. Ele esfrega os olhos, para depois olhar directamente para ela. Assim, profundamente, como se daquela forma lhe visse a alma. Ela quase que se perde a olhar para aqueles olhos castanhos, com um laivo de verde. Porém, ainda vai a tempo de prestar atenção ao que ele diz. "Hoje estou cansado...". Ela sorri levemente. Não se enganou... Senta-se e falam.  Um pouco de tudo e de nada. E ela sabe que esta será a última vez que estarão juntos. Em breve, tudo terminará. Talvez seja por isso que parte de si esteja já triste, impedindo-a de aproveitar o momento na sua plenitude. Mesmo com esse sentimento que começa a toldar o seu pensamento, ela vai n...

O Medo Infernal do Vazio

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Podemos pensar que a vida dura para sempre. Que estaremos sempre cá. Que vamos continuar a assistir à evolução do mundo, da sociedade, da humanidade. Que vamos acordar sempre no dia seguinte e preencher a nossa agenda com as mais variadas actividades. Vamos poder tomar café ou beber um copo com os nossos amigos. Que vamos sempre conhecer novas pessoas e reforçar os laços que temos com quem já conhecemos. Que vamos continuar a estar com a nossa família. Com aqueles que amamos. Podemos acreditar em todas estas coisas e viver assim. Com esse bem-estar.  E, se de repente, nos apercebemos de que nada é assim? Se soubermos que podemos não viver para sempre, que podemos desaparecer, não estar sempre aqui. Que podemos deixar de dar aquele passeio que tanto gostamos, de visitar aquele museu que adoramos. Que podemos nunca mais partilhar um café com aquele nosso amigo. Não voltaremos a estar com quem amamos. E se realmente isso acontecer?  Para mim é aterrador. É aterrado...