Experiências que se Trocam, uma História que se Constrói
Troca de historias. É isso que acontece. Sentados à volta da
mesa, seja em casa, seja noutro sitio qualquer, o que acaba por suceder é a partilha de experiências, a partilha de memórias. Recordações que nos fazem sorrir
e desejar que aquele tempo nunca acabe. Esse é um tempo de descanso
em que nos podemos rir e aproveitar cada segundo da forma que mais nos apetece.
Até no simples silêncio. No silêncio apenas desejamos perdurar ali. Poder parar e
ficar naquele lugar, como um simples mocho que olha sempre em volta, fazendo a guarda de noite. No fundo, não queremos perder um sorriso, uma graça, uma nova palavra,
uma nova deixa, uma nova historia. Aí está! A história. É em busca dela que construímos a nossa existência.
Há quem persiga uma história antiga,
outros tentam
esquecer a sua história e escrevem-na de novo,
uns estão ainda a criá-la.
No
entanto, no fundo, o que importa é que essa história seja feita de pessoas que
amamos. Porque são as memórias dessas pessoas que nos fazem continuar. Mas também
as recordações que criamos em conjunto com essas mesmas pessoas são aquelas que nos permitem ter o
coração cheio.
O coração cheio de alegria que acaba por se sobrepor à amargura
em que muitas vezes caímos.
Deixa-nos o coração cheio de conforto que se
sobrepõe à dor que temos em nós no dia a dia. A dor... Como nos conseguimos livrar dela quando esta nos consome... Ela fica cada vez mais pequena de cada
vez que construímos algo com quem amamos. É assim que funciona. Esta construção
que acaba por se traduzir numa lembrança é a prova de que nem tudo é dor,
desilusão e tristeza.
Há muito mais. Infelizmente, muitas vezes acabamos por
nos esquecer disso. E mais! Por vezes é-nos muito difícil deixar essa tristeza
de lado. Mesmo que estejamos com quem amamos. É complicado, porque ela esta
entranhada em nós. Da mesma maneira que a nossa memória nos permite ter boas recordações e faz com que não nos esqueçamos de quem gostamos, a memória
tem também o efeito perverso de não nos permitir esquecer aquilo que nos faz
mal. Aquilo que nos marca e nos talha para a vida toda. Por isso, mesmo tendo a oportunidade de construir
novas e boas historias é-nos complicado esquecer... Deixar ir o que não interessa e termos os corações abertos.
É no momento em que nos apercebemos que as pessoas que nos fazem bem nunca
desistem de nós, que reencontramos a serenidade e a alegria de estarmos
onde estamos e de sermos como somos. E quando estamos assim, é quando construímos histórias e
essas ficam sempre connosco, fazendo parte daquilo que somos. E é disso que
precisamos para que possamos enfrentar tudo aquilo que nos é posto no nosso caminho.
Uma nota em especial para algumas das pessoas mais importante que trago sempre comigo:
Sejam músicas, lugares, personagens, viagens ou gestos e
palavras ("toma lá um euro" que não serve para a "confraria"), o que importa é que eles agora pertencem a todos nós.
Sejam tamagoshis, sejam Magalhães. O que interessa é que
nunca caiamos no isolamento e que continuemos a partilhar o que nos rodeia.
Sejam fotografias ou vídeos o que importa é que podemos
vê-los sempre que quisermos e recordar ainda com mais precisão os momentos que
nos deixam felizes.
A vocês,
Obrigada por tudo.
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