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O Preconceito Nunca Tem Graça

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Há uns dias vi um vídeo com "jovens" influencers , ou lá o que eram!, e eis que alguém fala da Amadora: "nem pensar que vou à Amadora", foi assim algo do género que o rapaz, que não devia ter mais de 19 anos, disse. Como percebi que aquilo era a sério não achei graça nenhuma. Não teve piada porque, o preconceito, nunca tem graça. Se falamos em piada declarada, tudo bem. Vejamos. Quantos de nós, amadorenses, não estivemos com outras pessoas que, quando descobrem que somos da Amadora, não usam o cliché "cuidado, não se metam com ela que é da Amadora" ? Como é uma piada, aceito, lido bem e acho graça. E, se querem que vos diga, ainda sinto mais orgulho em dizer que sou da Amadora. Aqui não se trata de preconceito. Trata-se de graça e aí tudo é possível. Aquilo que mais me deixou surpreendida, no video de que falo no início do texto, é que quem diz que não vai à Amadora, deixando nas entrelinhas que assim é porque aquilo é muito perigoso, é um miúdo. Sim. É um...

A Consciência do Inconsciente

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Perguntaram-lhe o que é que ela queria da vida. Ela não sabia. Apenas tinha a certeza de que não queria aquilo que tinha.  Ao responder isto questionaram-lhe se ela não tinha nada na sua vida que ela quisesse manter. Aí ela também não demorou a responder, tal como quando lhe fizeram a primeira pergunta: "as pessoas de quem mais gosto queria que estivessem sempre comigo mesmo que a minha vida mudasse por completo".  Foi a resposta dela.  Rápida.  Incisiva.  Sincera. Porque razão é que uma pessoa como ela, jovem e com tudo pela frente, se sentia tão impotente e não se conseguia desfazer disso? Agarrar na coragem que ainda lhe restava e ser diferente? Agir... Aí ela não quis dar qualquer resposta. O seu olhar ficava ainda mais triste. Dava impressão de que ela desejava que tudo fosse distinto, mas nada fazia para que isso acontecesse. Ela comportava-se como se aquele fosse um destino que tinha de cumprir.  Estar sempre a levar pancada. ...

O Conforto do Conformismo

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A sensação de que passámos ao lado de tudo aquilo que nos é natural é frustrante.  É uma frustração connosco mesmos, mas também com os outros. Afinal de contas, nem tudo na vida acontece somente por culpa nossa. E é aí que está o martírio... A procura incessante daqueles ou daquilo que é a causa da nossa frustração.  Porque somos assim?  Porque estamos nesta situação? Porque não podemos ser como os outros?  Ter vivido o mesmo que os outros? A procura contínua das razões que explicam o nosso marasmo, a nossa incapacidade de seguir em frente e de estar em harmonia com a realidade à nossa volta, é desgastante. Mas se somos seres racionais e conscientes como é que poderíamos deixar de fazer esse exercício da procura das causas para determinado comportamento ou realidade? De facto, tudo aquilo que nos acontece tem uma razão. Tem uma origem. Podemos passar ao lado dos factos que explicam aquilo que somos. Mas eles existem, não fossem eles factos. Existe sempre algo que exp...

O Julgamento de Nós Mesmos

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Passamos a vida a julgar aquilo que vemos, aquilo que conhecemos, aquilo que desconhecemos, o que ouvimos, o que não ouvimos, o que amamos, o que odiamos, os defeitos, os feitios, os outros... A tentação de avaliar aquilo com que nos deparamos parece ser intrínseca ao ser humano. Não estamos bem se não comentarmos algo, seja importante ao não. Estamos constantemente a emitir juízos de valor.  Se pensarmos em palavras como "julgar", "avaliar", "juízos de valor", aquilo que nos vem à cabeça é sempre negativo. Porém, eu também gosto de pensar nestas palavras como algo de positivo. Até porque, acredito que seria muito proveitoso se nos julgássemos a nós próprios da mesma maneira que julgamos o outro. Avaliar quem somos, as nossas atitudes, aquilo que fazemos no nosso dia, deveria, também, fazer parte do ser humano. No entanto, é com alguma tristeza que vejo como por vezes usamos a nossa racionalidade da pior forma possível. Somos capazes de aponta...

Se Pudéssemos Tomar o Sofrimento do Outro

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Já é de noite. As luzes que iluminam a rua não me conseguem distrair dos meus pensamentos. À minha frente vai uma mulher apressada que, mesmo quase a tropeçar em si mesma, não pára de cantar numa voz bastante audível. Pode parecer demasiado estranho uma pessoa andar no meio da rua a cantar, mas isso não me choca. Para dizer a verdade, pouco me pode chocar com o pensamento que me assola a mente: "Conseguiria trocar a minha vida por alguém que sofre, mas que acima de tudo eu amo"...  Não vou entrar aqui naquelas considerações lamechas que todos os dias podemos ver nas novelas foleiras que passam na televisão, naqueles filmes e séries norte-americanas que nos fazem chorar de forma meio patética. Quero falar disto com objectividade.  Seriamos mesmo capazes de nos despojarmos daquilo que somos e tomarmos para nós mesmos o sofrimento de alguém que temos no nosso coração? Num abrir e fechar de olhos teríamos a capacidade de deixar de lado aquilo que somos, aquilo que quer...

Lutar Contra os Vermes

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Queria aqui deixar a minha admiração a todos aqueles que se servem dos outros para subirem na vida. Sim. É verdade. Leram bem. Afinal, nunca ninguém disse que a palavra admiração servia apenas para coisas boas. E sim, sou capaz de admirar coisas, ou pessoas, como lhe quiseram chamar, como estas. E sabem porquê? Porque para mim é, de facto, admirável a capacidade destas pessoas. Neste campo são muito superiores. Eu, por exemplo, nunca desenvolvi essa capacidade (nem quero!). Eu nunca vou ser capaz de fazer isso... E não é preciso pensar naquela frase da treta "nunca digas nunca", para me contradizerem. Porque ser mesquinha não sou mesmo eu.  Há alturas em que chego a ter "pena" de não conseguir ser assim. Daquelas pessoas sem escrúpulos, estão a ver? Daquelas que fazem tudo para atingir os seus fins: sejam moças novas que procuram o velho rico para ficar bem na vida e que depois o conseguem sem qualquer tipo de problema; sejam aquelas que para ficar um pouquinho...

A Loucura da Sensatez

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Como é que se pode definir aquilo que é importante daquilo que não é? Poucas vezes tive necessidade de pensar muito acerca desta questão. As minhas decisões quase que eram inatas. Facilmente conseguia decidir entre aquilo que parecia ter interesse e aquilo que parecia ser completamente acessório. No entanto, há sempre uma vez para tudo. Por isso, talvez não seja de estranhar que, pela primeira vez, pare mais do que dez minutos para pensar sobre o que decidir. Acreditava que, com o passar do tempo, estivesse ainda mais preparada para fazer escolhas. Ou seja, que tivesse uma maior destreza para a fazer. Agora, escolher entre falar sobre o assunto A ou dissecar o assunto B parece ser extremamente difícil.  Sempre baseei as minhas decisões na minha sensatez, que muitos apontam como a minha maior qualidade. Até agora esta sensatez não me deixou ficar mal, conseguindo fazer as minhas escolhas de forma livre, voluntária e com princípios. Por muito que algumas pessoas ...