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Jornalismo, Dar ou não Espaço ao Errado? Eis a questão.

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Dizem que o jornalismo é liberdade. Dizem que o jornalismo, o bom, é um dos garantes da democracia. Dizem que o jornalismo tem de ser independente para informar o cidadão. O jornalismo deve informar. O certo e o errado. Ultimamente, tenho tido muita vontade de não dar voz àquilo que considero errado. Errado para o mundo, para o país, para a cidade. Errado para qualquer sociedade. Não lhes quero dar palco. É verdade, admito, há muito que quero restringir o espaço a quem defende as restrições da liberdade.  Eu posso querer fazê-lo, mas, ontem, fui obrigada a fazer o que é suposto, ditado pelas regras. E foram apenas alguns parágrafos, nada de muito extenso. Porém, sei que vai chegar o tempo em que terei de dar mais do que alguns parágrafos a esses, que para mim são um erro das sociedades modernas, e eu tenho de engolir esse sapo. Já engoli muitos ao longo de dez anos, este será apenas mais um. Porém, confesso, a perspectiva de ter de engolir este, que para mim é um "sapão", afl...

Há Vida para Além do Estrela?

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Um ano. Muitas ponderações. Uma tomada de decisão. Quando, em Janeiro deste ano, decidi iniciar este projecto estava longe de pensar naquilo que este se viria a tornar. Estava longe de pensar o caminho que este iria percorrer. Estava longe de pensar qual seria o seu resultado final. A ideia inicial era simples: fazer uma reportagem alargada sobre o Estrela da Amadora. Afinal de contas, o clube faria 85 anos, em 2017, caso ainda existisse. Planeava falar apenas com três ou quatro pessoas, que me pudessem contar a história do clube e testemunhar a final da taça de Portugal em 90, por exemplo.  Mesmo para realizar uma simples reportagem, era preciso ter alguma base histórica. Quando comecei a ler e a falar com algumas pessoas, senti aquele entusiasmo que nos faz sonhar. Mas sabia que tinha de ter calma e paciência até porque o tempo que dispunha não era muito... tempo para o trabalho e para fazer o trabalho.  Apesar de tudo isso, considerei que podia...

Tempos de Ouro para o Jornalismo Português

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Vivem-se tempos de ouro para o jornalismo português. São só assuntos a aparecerem para satisfazer a sede por notícias, reportagens, especiais de informação, suplementos, entrevistas e mais umas quantas coisas. E, ainda por cima, são assuntos de diferentes áreas e para todos os gostos: é na saúde, é na justiça, é na política, é na parolice... Em tudo e mais alguma coisa.  Ora então vejamos: - O surto de legionella veio "invadir" as televisões e alimentar o histerismo que estava tão calmo e acanhado nas redacções. São milhões de jornalistas a rodearem o Director Geral da Saúde, o Ministro da Saúde, o Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira... Os directos junto aos familiares de alguns doentes que estão internados. É o horror. Ninguém sabe o que fazer. Até confundem concelhos com conselhos. Já estão sem saber como perguntar o mesmo, mas de forma diferente, só para não maçar... É o inferno do imediato. Cada vez que ligo a televisão sinto que me vão afundar com tanta ch...

Os Valores são a nossa base, ou, pelo menos, deveriam ser...

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Espanta-me cada vez mais a falta de consciência das pessoas em relação às possíveis consequências dos seus actos. Infelizmente, talvez por pensar que as coisas não são assim tão más, continuo a surpreender-me com este tipo de situações. O engano é algo que me assusta. E quando me engano ninguém pode imaginar o efeito que isso causa dentro de mim. É certo que o engano faz parte de nós, do nosso dia-a-dia, da nossa vivência. No entanto, sempre me coloquei face ao engano da mesma maneira que me coloco em frente a um campo de silvas: faço de tudo para o evitar. Como o ser humano não é perfeito, é certo que se engana. É certo que nos enganamos. É certo que eu me engano. E perante essa situação posso ter três posturas: analisar o erro, corrigi-lo e, se possível, fazer de tudo para que numa próxima situação isso não aconteça; por outro lado, posso, simplesmente, ignorar e seguir em frente; posso ainda admitir o engano, ignorar as suas consequências e seguir com a minha "vidinha...

Contingências do Quotidiano

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Muitas vezes perguntamos-nos porque é que tudo não é diferente. Se temos o cabelo castanho, porque é que não é loiro. Se somos baixos, porque é que não somos altos. Se estamos infelizes, porque é que não somos felizes. São tantas as questões e reparos, das mais diversas estirpes, que podíamos fazer na nossa vida, que não me atrevo a continuar a lista... O mais engraçado é que todas estas conjecturas nos passam pela cabeça, mas raramente as partilhamos com alguém. É preciso muito para nos sentirmos confortáveis para ousar proferir algum destes pensamentos. Não queremos ser ridículos! Eu até penso que temos medo de ser ridículos. Por isso, não dizemos nada. O estranho é quando olhamos para o lado e percebemos que podem existir pessoas mais malucas do que nós. Atenção que não falo daquelas que se vestem de uma forma diferente ou que das têm um estilo de vida que não é tido como "normal" dentro dos "valores" da sociedade vigente. Estou a referir-me àquelas pessoas...

Entrevista a um Hipotéctico Jornalista II

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A entrevista a Luis, Jornalista há 25 anos, continua, agora, sob um tema diferente. Sempre pensou que o Jornalismo poderia ser também publicidade? Isso é uma das grandes coisas que não nos ensinam na faculdade. Infelizmente, os meios misturam-se, as mensagens difundem-se com uma rapidez enorme, que nem sempre conseguimos decifrar se aquilo que fazemos é publicidade. Mas isso é uma coisa que se aprende com o tempo... Mas já cedeu alguma vez? Publicitou algo, mesmo de forma disfarçada? Sim. Infelizmente sim. Não me orgulho de o ter feito. Mas, por vezes, o medo de ficarmos sem o nosso trabalho é maior. Se nos recusamos a fazer um desses trabalhos, a probabilidade de ficarmos a um canto é grande. Ainda o faz? Não! Isso foi um erro de início de profissão. Agora não.. Nem pretendo deixar que isso passe facilmente. Já assumi uma outra posição dentro da redação. Isso é um estatuto que se ganha ao longo dos anos, o de poder recusar esse tipo de trabalhos. Acredita que se...

Conversas com um hipotético Jornalista

"A redacção está cheia. Há papéis a voar sobre as cabeças de quem trabalha. Phones nos ouvidos de quem tenta descortinar uma palavra dita por um político numa grande entrevista. Olhos especados num computador, a caneta na mão escreve informações importantes sobre o desemprego em Portugal. Um grupo de três pessoas está descontraidamente a trocar dois dedos de conversa e a saborear um café a meio da tarde. O editor está ocupado a explicar aos estagiários como deve ser feito o trabalho. E mesmo no centro da sala, na sua secretária, ali está ele. Tira os óculos. Pousa-os na sua mesa, esfrega os olhos. Mantêm-os fechados durante segundos. Para ele pareceu-lhe uma eternidade. Sem pensar em nada. Volta a abri-los. Novamente a pergunta: "mas que título ponho eu a isto?!". A voz do editor chama-o à realidade. Um novo trabalho espera por ele. Sai de apressadamente, enfia-se no carro e vai até ao local da conferência. Ouve com atenção. Tenta ler o que está por detrás do qu...