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A mostrar mensagens de 2023

A Bela Pintura do Teu Aniversário

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Ao longo da vida tenho visto e admirado diferentes obras de arte. Tudo me parece como uma bonita pintura em que todos os elementos se conjugam, com as suas bonitas cores, num cenário real ou idílico, alegre ou triste, mas sempre belo. Na pintura, as figuras podem ser estáticas, mas há muita ação.  Admiro obras de arte frequentemente. Da mesma forma como te admiro. Sabias que te admiro? Vejo-te sempre rodeado de pessoas, mas, mais perto de ti, estão as tuas pessoas, cada uma com o seu gesto de amor e de alegria para contigo. Nessa pintura, sorris, como sorris!, com um olhar leve e onde todo o teu corpo emana harmonia. Depois, todas as outras figuras, que são as da tua vida, estão ao vosso redor, a festejar algo, talvez um evento importante...como... como o teu aniversário? Sim, será o teu aniversário onde de forma graciosa celebras com todos eles mais um ano de vida. Quando se tem uma vida preenchida de histórias faz sentido celebrar um aniversário, não? Celebrá-lo e eternizá-lo num reg

Nos Teus Braços Me Envolvo

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Nos teus braços me envolvo, De livre vontade, e com saudade. Os nossos braços entrelaçam-se, a minha face no teu ombro, fecho os olhos sem o mínimo assombro. O encontro é inesperado, A surpresa no meu olhar, Que dá lugar à vontade de te abraçar. Admiro as tuas singelas palavras E com agrado acedo ao teu abraço sem medo. Deixo-me estar, Sem medo em estar demasiado, Que harmonia imensa quando tornas o abraço mais prolongado! O frio da manhã não entra, Nem, tampouco, o ruído da cidade, Quando assim estamos na nossa amizade. Deixamos cair o abraço, Partindo para as questões de sempre, Não deixando que nada se coloque à frente. O nosso sorriso ecoa, E permanece no nosso olhar, Aproveitando o que nos podemos dar. Queria deixar-me estar no teu abraço seguro e protetor, sabendo que não há nada mais acolhedor.

Morrer de Tristeza

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Há muito tempo que me pergunto se é possível morrer de tristeza. Esta tem sido, aliás, uma questão sobre a qual filósofos, médicos, escritores e poetas se debruçam ao longo do tempo. Talvez, os mais sonhadores não possam vislumbrar esta possibilidade de morrer de tristeza. Afinal, a tristeza é um sentimento, não é visível à maior parte dos olhos, pode-se esconder, e não provoca dor em qualquer órgão humano.  Sendo a tristeza um sentimento é difícil de curar... Afinal, como se pode curar um sentimento? Se tiverem alguma cura milagrosa para qualquer sentimento que exista no ser humano, peço-vos que o partilhem comigo. Como se cura a raiva? Ou a paixão? Como se cura a angústia? Como se cura o amor? Eu, confesso, não faço a mínima ideia. Da mesma maneira que não tenho qualquer resposta para a pergunta "como se cura a tristeza?" Se não existe uma cura, será, então impossível fazer com que ela deixa de existir em nós? Todos nós temos dias maus, em que não estamos bem nem connosco n

Quando o Coração se Engana

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Uma pessoa racional não pode dar tanto espaço para confiar no coração. Pelo menos é aquilo que a lógica me diz. Mas, se uma pessoa que privilegia o pensamento sobre tudo não dá espaço ao coração onde fica a emoção? A emoção vem do coração. Foi esse o princípio que me foi norteando. Afinal, o meu coração nunca se tinha enganado. E o que fazer se ele nos enganar? Como é possível que o coração nos iluda e nos engane? Não sei como partir daqui. Se a emoção me falha, o que se segue? Seguir com a insipidez da razão, sem surpresas, em linha recta, sem nada que não tivesse já visto, já percebido como é que iria ser? É triste viver-se assim. Sem esperança de que a emoção nos ajude sempre a fazer a escolha certa. A escolha que nos dará algo. Algo tão grande que, quando se chegue ao fim, se possa dizer: valeu a pena. Viver só com a razão, não nos dá isso. Vive-se. Levanta-se todos os dias, come-se todos os dias, trabalha-se todos os dias, fala-se todos os dias, deita-se todos os dias. E, assim, v

Há Muito Tempo Que Não Falamos

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As perguntas acumulam-se na minha cabeça e na minha garganta. Juntam-se todas, amontoam-se e não conseguem fazer-se ouvir. "Há muito tempo que não falamos" , dizes-me. O silêncio não abre qualquer porta para eu deixar sair o que quer que seja e a única coisa que faço é tornar-me num qualquer boneco mecânico: respondo sim, não, talvez... Enquanto, na minha cabeça, oiço-me a gritar com tudo aquilo que te queria perguntar. Foi tudo mentira? Foi tudo mentira, a forma como te apresentaste, como me falaste, como me tocaste? Foi tudo mentira? Tu, na realidade, não és essa pessoa quente, mas sim essa frieza que agora transpareces, como se nada te pudesse abalar e que, afinal de contas, nada foste capaz de sentir e tudo aquilo foi mentira. Foi mesmo tudo mentira antes e depois desse "há muito tempo que não falamos" ? Não te sei dizer porquê, mas eu sinto, eu sempre senti, porra!, que nunca foi mentira. Eu sempre senti que não eras capaz de me mentir tanto, que tu estiveste c

Sabias que Já Morreu?

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Sabias que já morreu? Aquela ínfima esperança que ainda permanecia no meu peito, já morreu. Melhor dizendo, consegui matá-la. Era ela que me faltava matar para agora ser um terreno plano, infértil e cheio de silvas. As pequenas flores de esperança que conservava dentro de mim, guardadas de todo o mal que me circundava, protegidas por mim do exterior, essas mataste-as tu. Bruscamente, sem piedade e inconscientemente. Mataste-as tu. Apenas as desfizeste com as tuas mãos, cruelmente e sem me pedir licença. A culpa foi minha. Mas, pareceste-me tão inofensivo que te deixei entrar e mostrei-te o meu pequenino jardim, onde só moravam algumas pequenas flores... umas brancas, outras cor-de-rosa... Lembras-te? Oh, pois! Claro que não te lembras. Se já nem sequer te lembras de mim, como te poderias lembrar dessas minhas flores, pequeninas, mas singelamente cuidadas. Para ti foi como esmagar uma folha caída da árvore, amarela e sem vida.  Tenho a certeza de que foi tudo um terrível acidente. Não s

Verona - A Minha Experiência / Verona - La Mia Esperienza

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Verona. O encanto de Verona cativou-me de imediato. O Rio Ádige é uma grande ajuda, afinal ele guia-nos pela cidade e mostra-nos todas as suas pontes. O castelo, banhado pelo rio, ganha um magnetismo próprio, onde a Ponte Pietra sobressai. Apesar do intenso calor, perdi-me pelas ruas de Verona, sempre tendo em vista o rio, e fui andando, andando pelas ruas e ruelas, vendo onde estavam alguns dos monumentos medievais, chegando, finalmente, ao Teatro Romano.  Teria pouco tempo para estar em Verona, por isso visitei poucos monumentos e igrejas. Mas, fiz questão de conhecer o Teatro Romano e, de repente, foi como se tivesse viajado no tempo e estivesse na Verona do século I. O teatro mantém-se em condições óptimas e a visita ao museu permite um maior conhecimento acerca da cidade. A vida de Verona é mexida e sente-se uma energia e magia únicas. Agarrando a oportunidade de ver a minha primeira ópera ao vivo, segui para a Arena di Verona . À semelhança do que me aconteceu noutros pontos dest

Pádua - A Minha Experiência / Padova - La Mia Esperienza

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Escolhi realizar as viagens entre cidades italianas de comboio. E foi a melhor coisa que fiz. Tinha já ouvido, por diversas vezes, que viajar de comboio por Itália era muito bom, cómodo e económico. Atesto que isto é tudo verdade.  Prato della Vale Cheguei ao início da tarde a Pádua. Sabia que no dia seguinte é que iria visitar aquilo que realmente queria ver. Mas, tinha tempo para aproveitar, por isso dirigi-me à Basílica de Santo António, muito perto do meu alojamento. Fiquei completamente embasbacada a admirar o seu interior. Aqui estão guardadas as relíquias de Santo António: o seu queixo e língua são perfeitamente reconhecíveis. É, de facto, um edifício monumental, ornamentado, por lado, com mármore, por outro com frescos e ainda com peças de Donatello. O meu coração rejubilou porque a memória fez-me recuar à viagem que realizei a Florença, em 2019, e onde vi, pela primeira vez, a obra deste escultor. A basílica tem ainda influência da pintura árabe, tornando-a num monumento imper

Bolonha - A minha Experiência / Bologna - La Mia Esperienza

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A meio do mês de Julho tive a sorte de viajar por Itália. Uma semana, três cidades. O mesmo local para a chegada e a partida: Bolonha. Comecemos por esta cidade que é a capital da região da Emília-Romanha, sendo este o local onde passei mais tempo. A primeira impressão, misturada com o calor que se fazia sentir, é que Bolonha tem vida. Mas, não é uma vida que carrega, com demasiados turistas, demasiada confusão e demasiado barulho. É certo que havia muito movimento, mas este era um movimento que se perdia pelas longas avenidas. Em cada canto há uma igreja, além dessa presença religiosa e é inegável a importância que aqui tem o movimento universitário. O mesmo se revela nas sugestões dos sites turísticos ou dos guias, como é o caso das visitas do Teatro Anatómico ou o Museo di Palazzo Poggi .  Em cada canto de Bolonha, sente-se, também influência da idade média. Nos edifícios antigos, nas torres, nos palácios. É claro que visitar o Santuário di San Luca é uma experiência única. Não só

Mão Restauradora

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Tenho feito algumas coisas diferentes, as quais me têm ocupado a cabeça, mas tu permaneces, sempre, como se estivesses atrás de um cenário no teatro, em que o teatro é o meu pensamento. Estás por lá, meio escondido, mas vejo-te sempre a sombra e sinto os teus passos. Gostava de poder dizer-te tanta coisa. Penso que agora gostaria de te contar algumas coisas e de partilhar contigo o meu mais profundo sentir, tão confuso, sobre o que tenho visto. Gostava mesmo de te mostrar os meus pensamentos, sabes? Imaginar a tua expressão enquanto te conto as minhas contradições, faz-me sorrir... Tenho a certeza de que também tu ficarias confuso a tentar perceber onde estou e de onde venho. Sei, no fundo, que no final me mostrarias o teu bonito sorriso aberto e dir-me-ias: "não vale a pena estares a consumir-te com isso". Bem, na realidade, talvez não fosse necessário, concerteza conseguiria ser muito mais tranquila. Estive em alguns lugares diferentes e gostava de partilhar contigo essa ex

Rogo-te

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Rogo-te que me desiludas novamente. Sim, relembra ao meu coração que toda e qualquer esperança que ele possa ter por ti é infundada... que ela faz parte de um qualquer imaginário meu, longe de qualquer realidade, que apenas vive no meu sonho. Peço-te, por favor, que me voltes a desiludir. Assim, de forma crua e fria, não me mostrando qualquer coração que te possa acompanhar. Como se eu nada fosse, minimizando-me à pequenina pedra que esteve, por uma vez, no teu sapato e que tu, rapidamente, descartaste. Sim. Descarta-me. Peço-te, por favor, meu amor, que me descartes, que me ponhas de lado e que me voltes a ignorar de forma simples e sem qualquer peso na tua consciência, como se eu nada merecesse nem nada fosse. Relembra-me, outra vez, por favor, que eu nada sou, eu nada te devo nem tu, sequer, me deves uma qualquer, pequena, e singela coisa. Não há qualquer elo de ligação entre nós dois, seres humanos distantes, indiferentes e distintos, estando em lados opostos em tudo aquilo que nos

"Foi Tudo Mentira"

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 "Foi tudo Mentira". Às vezes ouvia a minha tia dizer estas palavras... Normalmente, era quando pensava que estava sozinha e eu chegava à cozinha. Quando era miúdo não compreendia bem o porquê de ela dizer isto. Saí-lhe sempre num tom baixo, como se estivesse a falar para si própria, a dar um recado a si mesma. Bem lhe perguntava o que ela estava a dizer, mas no seu doce sorriso ela nunca me respondia... Agora que penso nisso, percebo como ela mudava constantemente de assunto. Sempre adorei a minha tia. Sempre foi muito doce comigo e tinha uma bonita gargalhada. Sei que tomou conta de mim e incutiu-me esta vontade de não olhar só para aquilo que ou queria ou sentia, mas também para os outros. Talvez seja por isso que lhe fui percebendo o seu olhar triste. O olhar de quem perdeu algo. Por vezes, assomava-lhe uma tristeza que me deixava paralisado. Ela disfarçava sempre. Nunca a vi chorar sem ser num filme ou se tivesse lido algo bonito. Mas eu conseguia ver como a tristeza a a

Na Tristeza que me Assola

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Na tristeza que me assola Esfume-se a vida desejada, Enterra-se a esperança Aceita-se a vida imposta. Na tristeza que me assola, Tu desapareces Como borboleta que voa para longe, Como sonho jamais realidade. Na tristeza que me assola Acompanhas-me no choro Com a mesma intensidade do vazio. Na tristeza que me assola Não há luz, nem sol, Sou uma flor que morre na tua sombra, Na sombra da tua marca Na sombra do teu gesto Na sombra da memória das tuas palavras Que me assolam nesta tristeza. Na tristeza que me assola O meu coração é seco Não me corre sangue nas veias Apenas ar inócuo. Na tristeza que me assola Espero que chegue o fim Para que finalmente Possa descansar E voltar a sonhar. Na tristeza que me assola, Caem os anos cheios de nada, Onde anseio sempre por esse conformismo, Atormentada por ti, Por não me sorrires, Por não me falares, Por me fugires, Por não existires... ... Aqui, ao pé de mim, no meu regaço, no meu abraço, Perdido no meu amor sem fim. Imagem: "Weeping Woman&qu

Embalo

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Vejo-te sentado no sofá, sozinho, com essa fotografia na mão e surge em mim uma vontade de te rodear num abraço mais forte do que tudo. Isto mais não é que a minha imaginação que te desenha, sentado nesse sofá, com a fotografia na mão, apertada entre os dedos, enquanto choras. O teu semblante é tão diferente quando choras, quase que nem pareces tu. Pareces uma outra pessoa que nunca vi. Mas, eu sei que és tu. Como choras, meu amor. Imagino que ficaste assim depois de algum telefonema. Era expectável que acontecesse, mas nunca sabemos quando vai ser, nem sequer pensamos como será quando isso finalmente acontecer. E, vejo-te, assim, a chorar, de olhos fechados, como se dessa forma conseguisses vê-la à tua frente e ganhasses a ilusão de que ela ainda está viva. Meu Deus, como te quero embalar. Rodear-te com os meus braços e embalar-te ao de leve, enquanto sinto as suas lágrimas que me molham a blusa. Bem sei que o meu embalo não te tirará essa dor, nem a amenizará, mas esta seria a minha