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Nos Teus Braços Me Envolvo

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Nos teus braços me envolvo, De livre vontade, e com saudade. Os nossos braços entrelaçam-se, a minha face no teu ombro, fecho os olhos sem o mínimo assombro. O encontro é inesperado, A surpresa no meu olhar, Que dá lugar à vontade de te abraçar. Admiro as tuas singelas palavras E com agrado acedo ao teu abraço sem medo. Deixo-me estar, Sem medo em estar demasiado, Que harmonia imensa quando tornas o abraço mais prolongado! O frio da manhã não entra, Nem, tampouco, o ruído da cidade, Quando assim estamos na nossa amizade. Deixamos cair o abraço, Partindo para as questões de sempre, Não deixando que nada se coloque à frente. O nosso sorriso ecoa, E permanece no nosso olhar, Aproveitando o que nos podemos dar. Queria deixar-me estar no teu abraço seguro e protetor, sabendo que não há nada mais acolhedor.

Na Tristeza que me Assola

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Na tristeza que me assola Esfume-se a vida desejada, Enterra-se a esperança Aceita-se a vida imposta. Na tristeza que me assola, Tu desapareces Como borboleta que voa para longe, Como sonho jamais realidade. Na tristeza que me assola Acompanhas-me no choro Com a mesma intensidade do vazio. Na tristeza que me assola Não há luz, nem sol, Sou uma flor que morre na tua sombra, Na sombra da tua marca Na sombra do teu gesto Na sombra da memória das tuas palavras Que me assolam nesta tristeza. Na tristeza que me assola O meu coração é seco Não me corre sangue nas veias Apenas ar inócuo. Na tristeza que me assola Espero que chegue o fim Para que finalmente Possa descansar E voltar a sonhar. Na tristeza que me assola, Caem os anos cheios de nada, Onde anseio sempre por esse conformismo, Atormentada por ti, Por não me sorrires, Por não me falares, Por me fugires, Por não existires... ... Aqui, ao pé de mim, no meu regaço, no meu abraço, Perdido no meu amor sem fim. Imagem: "Weeping Woman...

Mataste-me

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Mataste-me com a tua bonita mão, Que pegou no meu coração  E levaste-o com um puxão. Enquanto com os teus dedos o apertavas, Ele na tua mão sangrava E com pena me olhavas. Afastaste-te e contigo o levaste. Hirta e vazia me deixaste, o que me trazia vida tu arrancaste. Fui cedendo. Primeiro uma perna, Depois outra. Acreditei que ainda virias, Que o meu coração restituirias. Manti-me de joelhos. À espera. O braço deu de si. Para que querias o meu coração? O outro braço também descaiu. Deixei-me cair no chão. Que faço eu agora sem o meu coração? Com o peito aberto, Com as vísceras a descoberto, Com uma dor sem comparação. Que faço eu agora com o vazio no meu peito? Com as veias decadentes, Não mais com fogo ardente, Sem amparar este despeito. Porque me mataste? Porque deixaram que ele me matasse? Deus… Como estou cansada. Roubaste-me o coração. Não tenho forças para o ir buscar. Jazo neste chão, Ainda à espera que me vás procurar. Desejo ver-te  Para que me digas onde o meu coraç...

Tenho Saudades Tuas

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Tenho saudades tuas. Das tuas palavras cruas. Das tuas mãos nuas. Tenho saudades de te ouvir. De te cobrir. De te sorrir. Tenho saudades de te falar. De te fazer suspirar. De me fazeres levitar. Tenho saudades da tua voz. Da tua teimosia atroz. Da tua paixão feroz. Tenho saudades de te tocar. Da tua face acariciar. Do teu cheiro me impregnar. Tenho saudades da tua doçura. Da tua frescura. Da tua loucura. Tenho saudades de te fazer rir. De te descobrir. Da tua luz me cobrir. Tenho saudades de te sentir. De me iludir. De me confundir. Tenho saudades da tua leveza. Da tua fraqueza. Da tua ímpar subtileza.  Tenho saudades de te amparar. De na tua mão agarrar. De a ti me dar. Pintura: "Missing Her Beloved" de Abbey Altson

Falta de Ti

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Tenho uma falta de ti que me corrompe  e no meu coração irrompe. Tenho uma falta de ti, Não a consigo descrever Não encontro as palavras para a escrever. Tenho uma falta de ti, uma tristeza profunda o meu corpo inunda. Tenho uma falta de ti Que não consigo compreender Muito menos esquecer. Sinto uma falta de ti Que não consigo conceber Nem encobrir ou esconder. Sinto uma falta de ti que me abalroa, destrói e na cabeça ecoa. Sinto uma falta de ti, de cabeça atordoada de alma magoada. Sinto uma falta de ti Aos outros inexplicável para mim inimaginável. Sinto uma falta de ti que ao meu ser afaga e que devagar me esmaga. a dor de não te ter e a mágoa de não te ver ressoam no meu ser no meu canto o corpo a encolher como se do mundo me quisesse proteger perdida, a descer por um muro que não me deixa vencer, cansada de tanto fazer para a falta de ti deixar de ter. -- Imagem:  "La Scapigliata" de Leonardo da Vinci

Volta

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Volta. Prometo que se voltares, Nada te direi. Perdida nestes tristes ares, Apenas de esperarei. Nestes tristes ares, Como as ruas escuras, Longe dos teus mares, Vazios das tuas loucuras. Volta. Prometo que não te questionarei, Mesmo que queira saber por onde andaste. Prometo que não te incomodarei, Mesmo que queira saber porque tanto te demoraste. Apenas te irei acomodar No meu abraço E a tua cabeça segurar No meu regaço. Volta. A saudade que teima em não me deixar Mostra-me que tu aqui continuas, Tal como uma pequena lufada de ar A desejar que me iludas. Engana-me como daquela vez, Onde me fizeste acreditar que tudo valia a pena Onde te vivi com avidez Onde eu vivi de forma plena. Volta. Sou egoísta, bem sei que melhor estás sem mim Vejo-te a voar, nunca sozinho E é bom olhar-te assim A andar firme no teu caminho. Mas, Acredita em mim, por favor! Não existe rancor. Amar-te-ei com o mesmo fervor Com que o meu peito hoje se enche de dor. -- Imagem: "Amor e Ódio" de Edvard Mu...

Tempo, para Longe, Leva-me!

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Sinto que tudo é uma prisão, Quando vivo a tua ausência, Na minha solidão, Na tua inexistência. Recordo-te todos os dias, Na tua postura desprendida, Nas palavras que me devias, No teus braços protegida. Não serei eu o que tu querias? Por certo, estou longe do que pensarias. Por Outra esperarias, Onde, no seu colo, tu morrerias! Ainda te sinto do meu lado Como se o tempo não tivesse passado No meu choro imaculado No meu amor desinteressado. Clamo aos Céus por mim e por ti Para que de uma vez alguém Me perdoe pelo crime que cometi De te amar como ninguém... Dói-me o peito carregado de angústia, Por não mais te vislumbrar. Cabe-me esta pura modéstia De ao longe te amar. Mas, pergunto como tanto me tiveste enganada, Iludida pelos teus belos ditos, Com os teus gestos fascinada, Perdida nos teus olhos eruditos! Olhos que tanto me acalentaram, Como se a mim me quisessem, Que tanto me disseram Como se de mim dependessem. Guardo em mim esta dor De não poder compreender Este sentimento avassala...

Estou à Espera

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Estamos sempre à espera. Estamos sempre à espera que algo de diferente aconteça nesta merda em que vivemos. Eu, pelo menos, espero isso. Não. Eu não espero isso. Eu anseio por isso. É muito diferente. Ou não será? Quer dizer o mesmo, mas o peso é diferente. Por isso, não tem o mesmo significado. Ou melhor, tem. Mas tem um outro sentido. Sim, tem um outro sentido. Assim é que é. Estou sempre à espera. Estou sempre à espera de que algo de bom aconteça. Já não quero nada de estonteante. Já só quero alguma coisa boa. Alguma coisa que me engane e me iluda para que possa continuar a viver. Para que possa continuar a viver esta vida mísera, Sem qualquer significado... Nem sentido. Como se vive uma vida sem significado e sem sentido? Não sei. Mas, estou à espera. Ai, como eu estou à espera de deixar de sentir, de deixar de querer, de deixar de pensar. Como anseio por esse antídoto que me vai fazer deixar de te sentir. Para que eu possa, finalmente, descansar. Imaginam sequer a falta que me faz...

O Grito

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Grito por ti e por mim. O meu coração grita por nós. Mesmo que tu não o ouças ele está a gritar por ti, sim como ele grita e chora por ti a sós. O meu coração grita neste silêncio ensurdecedor onde tu o colocaste, onde nós o colocámos, no alto e merecedor de tudo o que sonhámos. Mas também ele amarrado na mentira e no despeito, na desgraça aterrado e perdido no sinuoso desajeito. O meu coração grita por nós, esquecido no parapeito ferido e sem voz despegado do teu peito. O meu coração grita por nós, desfeito no embaraço do leito, atroz No vazio do meu regaço. Ouve-o! Ouve como ele grita por ti e por mim, pelo que fomos  e já não somos! Ouve como o meu coração grita por nós! Por aquilo que não me deste, por tudo o que me quiseste! Ouves? Ouves como ele grita e chora por ti? Abraçado a si próprio Longe da razão Que não mais lhe dará a mão. Ouve o seu grito em agonia Afinal, sou eu quem clama cansada de toda esta triste sinfonia. Agarrada ao coração que grita Estou pela memória contor...

Poema da Tristeza Repetitiva

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Tenho em mim uma tristeza que me assola. Que me assola na minha quietude. Na minha quietude, onde tudo está em silêncio. Onde tudo está em silêncio, que revela a sua plenitude. Que revela a sua plenitude, tal como esta minha tristeza... Tal como esta minha tristeza que me consome. Que me consome como o lume a um fósforo, Como o lume a um fóforo que se some. A um fósforo que se some no ar, No ar que me tem presa a esta tristeza. A esta tristeza atroz, que me arranca tudo aquilo que sou. Tudo aquilo que sou, que se desvaneça! Que se desvaneça tudo aquilo que eu sou! Tudo aquilo que eu sou é igual a nada, como sempre assim fui. Sempre assim fui, escondida nas sombras. Escondida nas sombras, alguém que nada possui. Alguém que nada possui, salvo esta tristeza, Salvo esta tristeza que me pesa no coração. Que me pesa no coração, como uma pedra pontiaguda, Uma pedra pontiaguda que me perfura até à exaustão. Até à exaustão de não te ter, De não te ter e continuar a sobreviver, Continuar a sobre...

Lê-me Um Poema

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Lê-me um poema como se fosse o teu último e o meu primeiro escrito que me alerta os sentidos e me queima a pele. Lê-me um poema, assim, desprendido e inócuo sem sentido e comedido. Lê-me um poema com significado e encorpado, entusiasmante e brilhante. Lê-me um poema bonito que me encha de alegria tonta por te ter do meu lado livre e libertino. Lê-me um poema dessas tuas aventuras que não são as minhas, guardadas no meu peito e desenhadas pelo meu pensamento, mas nunca por mim vividas. Lê-me um poema floreado, que mascare tudo aquilo que de cinzento está à minha volta, à tua volta, à nossa volta. Lê-me um poema disso: da realidade que nos consome num diário apressado que se repete vezes sem conta, às vezes vagarosamente repentino. Lê-me um poema que me mostre aquilo que tens de mau, o que tens de pior esse pior que se confunde com aquilo que também eu sou. Aquilo que também eu sou.  Aquilo que tu és. Lê-me um poema daquilo...

Espero por Ti, Meu Amor

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Espero por ti, meu amor Enquanto te admiro, estando tu sentado no parapeito da janela a escrever mais uma das tuas canções. Estando tu a combinar as palavras para que consigas expressar aquilo que julgas que é o mais importante neste momento. Aquilo que tu sentes. Sim. Espero por ti, meu amor Enquanto tentas colocar por palavras, umas a seguir as outras, sem rimar, tudo aquilo que sentes. Esse turbilhão de emoções que trazes no teu semblante. Esse peso que parece carregar... O peso do mundo que pareces carregar nos teus ombros. No entanto, nem esse peso é suficiente para te impedir de bateres com os teus dedos na madeira, enquanto a lua cheia te dá à luz necessária para que tu possas ver o que escreves. Espero por ti, meu amor Enquanto fechas os olhos e trauteias mais um poema que para ti será o teu último tesouro. É sempre assim. O teu último poema é sempre o teu último tesouro. E é o mais importante. Não que todos os outros não o sejam. Cada um deles é como um f...

A ignorância é sagrada

Os cínicos, os hipócritas e os mentirosos enchem este mundo. Sai daqui, sarna nojenta que não me largas o pé. Esse teu nojo cobre-me dos pés à cabeça e eu não consigo afastar a minha repulsa daqueles que me comem os princípios. Aqueles que deitam a baixo aquela coisa à qual damos o nome de moral . Tenho nojo de todos vocês! Vomito. Inundo o chão daquilo que sou. São como lama que se agarra à minha roupa. Sinto o vosso odor na minha pele. Esse cheiro fétido que me preenche e do qual não me consigo livrar. A culpa é tua e só tua. Por tudo aquilo em que me fizeste acreditar. Por me teres manipulado tão subitamente, tão suavemente, tão carinhosamente. A ilusão e a mentira. Quero-as de volta. A ignorância é sagrada. É aquilo que nos faz sorrir. Desprezo. Tristeza. Horror. Medo. Saiam! Saiam daqui, seus porcos imundos que me perseguem! O que querem de mim? Que seja como vós... um animal amestrado. Uma máquina. Uma simples escrava dos vossos desejos. Não sinto nada. O que é...