Contingências do Quotidiano
Muitas vezes perguntamos-nos porque é que tudo não é diferente. Se temos o cabelo castanho, porque é que não é loiro. Se somos baixos, porque é que não somos altos. Se estamos infelizes, porque é que não somos felizes. São tantas as questões e reparos, das mais diversas estirpes, que podíamos fazer na nossa vida, que não me atrevo a continuar a lista...
O mais engraçado é que todas estas conjecturas nos passam pela cabeça, mas raramente as partilhamos com alguém. É preciso muito para nos sentirmos confortáveis para ousar proferir algum destes pensamentos. Não queremos ser ridículos! Eu até penso que temos medo de ser ridículos. Por isso, não dizemos nada.
O estranho é quando olhamos para o lado e percebemos que podem existir pessoas mais malucas do que nós. Atenção que não falo daquelas que se vestem de uma forma diferente ou que das têm um estilo de vida que não é tido como "normal" dentro dos "valores" da sociedade vigente. Estou a referir-me àquelas pessoas que não têm qualquer sentido de bom senso. Acredito piamente que parte daquilo que acontece de pior no seio de um sociedade é precisamente pela falta de sensatez. Num mundo perfeito, devia ser possível ensinar a sensatez ou, em último caso, comprá-la em pequenos pacotes, iguais àqueles das pastilhas.
Em cada dia que saio para trabalhar, são várias as situações caricatas às quais assisto, conversas ao telefone que oiço sem querer, atitudes que não consigo compreender.
Mas uma das coisas que me deixa mais piurça é quando essa falta de responsabilidade e ponderação interfere com aquilo que faço no dia a dia. Então no que toca a chamadas telefónicas, é a verdadeira loucura. Pessoas que não atendem chamadas, aqueles que atendem nunca são aqueles de quem precisamos e quando apenas queremos uma simples informação, nunca nos sabem esclarecer. É uma verdadeira aflição! Eu só gostava que as pessoas soubessem o mínimo, mais nada.
Quando conseguimos falar com quem realmente queremos temos vários casos. Um deles pode ser o seguinte: determinada situação tem uma explicação. No entanto, as verdadeiras razões ficam em conversa privada. Digamos que a isso eu já estou habituada. Porém, há ainda uma outra variante: aqueles que falam abertamente, onde à partida podemos utilizar essas palavras livres, mas depois recuam. É simplesmente fantástico. as pessoas dizem "ai", passados dois dias vêm ter connosco e afinal dizem que querem reformular, porque não queriam dizer "ai", mas sim "ui".
Mais uma vez roubam-nos o poder do livre arbítrio. É claro que podíamos ignorar e seguir em frente, mas, infelizmente, há algo dentro de nós que não nos deixa virar as costas. É o tal bom senso. Por tê-lo é que me sinto dentro de outro planeta e muitas vezes não consigo encontrar uma razão para aquilo que acontece à minha volta ou que me explique aquilo que as pessoas dizem durante todas as horas do seu dia.
É fácil perceber aquilo que faço: jornalismo. Ainda hoje não consigo dizer que sou jornalista. No fundo, acredito que para sê-lo é necessário ser muito melhor e decidir, em certos momentos, ser mais forte e não ceder. Talvez esse seja um outro tipo de sensatez, que eu ainda não tenho. E, sinceramente, talvez nunca o venha a ter.
O mais engraçado é que todas estas conjecturas nos passam pela cabeça, mas raramente as partilhamos com alguém. É preciso muito para nos sentirmos confortáveis para ousar proferir algum destes pensamentos. Não queremos ser ridículos! Eu até penso que temos medo de ser ridículos. Por isso, não dizemos nada.
O estranho é quando olhamos para o lado e percebemos que podem existir pessoas mais malucas do que nós. Atenção que não falo daquelas que se vestem de uma forma diferente ou que das têm um estilo de vida que não é tido como "normal" dentro dos "valores" da sociedade vigente. Estou a referir-me àquelas pessoas que não têm qualquer sentido de bom senso. Acredito piamente que parte daquilo que acontece de pior no seio de um sociedade é precisamente pela falta de sensatez. Num mundo perfeito, devia ser possível ensinar a sensatez ou, em último caso, comprá-la em pequenos pacotes, iguais àqueles das pastilhas.
Em cada dia que saio para trabalhar, são várias as situações caricatas às quais assisto, conversas ao telefone que oiço sem querer, atitudes que não consigo compreender.
Mas uma das coisas que me deixa mais piurça é quando essa falta de responsabilidade e ponderação interfere com aquilo que faço no dia a dia. Então no que toca a chamadas telefónicas, é a verdadeira loucura. Pessoas que não atendem chamadas, aqueles que atendem nunca são aqueles de quem precisamos e quando apenas queremos uma simples informação, nunca nos sabem esclarecer. É uma verdadeira aflição! Eu só gostava que as pessoas soubessem o mínimo, mais nada.
Quando conseguimos falar com quem realmente queremos temos vários casos. Um deles pode ser o seguinte: determinada situação tem uma explicação. No entanto, as verdadeiras razões ficam em conversa privada. Digamos que a isso eu já estou habituada. Porém, há ainda uma outra variante: aqueles que falam abertamente, onde à partida podemos utilizar essas palavras livres, mas depois recuam. É simplesmente fantástico. as pessoas dizem "ai", passados dois dias vêm ter connosco e afinal dizem que querem reformular, porque não queriam dizer "ai", mas sim "ui".
Mais uma vez roubam-nos o poder do livre arbítrio. É claro que podíamos ignorar e seguir em frente, mas, infelizmente, há algo dentro de nós que não nos deixa virar as costas. É o tal bom senso. Por tê-lo é que me sinto dentro de outro planeta e muitas vezes não consigo encontrar uma razão para aquilo que acontece à minha volta ou que me explique aquilo que as pessoas dizem durante todas as horas do seu dia.
É fácil perceber aquilo que faço: jornalismo. Ainda hoje não consigo dizer que sou jornalista. No fundo, acredito que para sê-lo é necessário ser muito melhor e decidir, em certos momentos, ser mais forte e não ceder. Talvez esse seja um outro tipo de sensatez, que eu ainda não tenho. E, sinceramente, talvez nunca o venha a ter.
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