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A mostrar mensagens de julho, 2013

A História da Tia Nita

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"Ele era alto, tinha os olhos azuis e uma presença inigualável. Ou pelo menos penso que era assim. O cabelo era claro, como fios de ouro. Tinha barba e cada vez que sorria era como se tudo à sua volta ganhasse outra vida. Era muito divertido, sabes? Bem disposto. Era talvez o melhor advogado naquele escritório. Teve grandes casos nas mãos e ganhou os mais importantes. Detestava perder, mas acabava por se reinventar. A minha secretária ficava logo no início da divisão. A porta do seu escritório ficava perto e,na primeira vez que o vi foi exactamente aí. Era o meu primeiro dia e não fazia ideia do que aí vinha. Estava na recepção quando uma das portas abre. Aquele porte distinto. Fiquei de imediato vidrada. Como ele era bonito..." A minha tia Nita parecia contar a história da sua vida. Sentadas na sala de estar, ela está na sua habitual poltrona a olhar para o jardim através da enorme janela que deixava entrar tanta luz que ao final do dia ainda iluminava toda a divisão.

A Irracionalidade e a Paranóia do Medo

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Em tudo na vida podemos olhar para aquilo que está à nossa frente de várias formas. A pior de todas elas é o medo. Por mais que nos queiramos ver livres dele é impossível escapar à sua existência. Àquela voz que está a falar insistentemente. Fechamos os olhos, pomos as mãos nos ouvidos, mas ela persiste porque está na nossa mente e não a conseguimos calar. O medo é paranóico. Podemos ser pessoas independentes, que aceitam as dificuldades, que enfrentam tudo com um sorriso na cara, que põe os outros à frente de tudo. No entanto, aquilo que acontece é que muitas vezes o medo persiste. Focamos a nossa atenção nos outros, porque o medo não nos deixa tomar as nossas próprias decisões sem pensar no que daí advém. Creio que essa possibilidade de focar a nossa acção no próximo é talvez a única boa consequência desse medo em arriscar. Seja arriscar numa simples viagem de férias ou o arriscar numa mudança completa da nossa vida. Quando queremos fugir daquilo que nos atormenta olhamos pa