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A mostrar mensagens de fevereiro, 2015

O Papel de Espectadora da Vida

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"Alguns seres nascem para viver, outros para trabalhar, outros para ver a vida.  Eu tinha um pequeno e mau papel de espectadora. Para mim era impossível sair dele. impossível libertar-me."  (in "Nada" de Carmen LaForet) Empurra um. Empurra outro. Tropeçar. Encostar à parede para encontrar apoio. Seguir caminho. Encontrão de uma pessoa. Cara feia de outra. Ignorada por todos. As lágrimas escorriam pela face de Alexandra. O ocaso da rua era o melhor local para chorar. Ninguém via. Aí era ainda mais invisível do que em casa ou noutros locais do dia a dia. Quanto mais movimentado fosse o lugar, mais anónima se tornava. E isso era normal para si. Fazia parte. Mais uma vez aquela jovem chorava. Se lhe perguntassem porquê, talvez não conseguisse verbalizar uma única razão, pois a tristeza era maior do que ela. Já não cabia em todo o seu ser. Tinha de sair e esta era a forma de a dor se expressar e instalar-se, também, fora de si. Sem saber o que fazer continuou a

O Pó do Inconsciente

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Sentada naquele muro foi como se tudo aquilo que tinha vivido estivesse ao meu redor. O pó que levantava consoante as pedras que iam caindo era como uma nuvem que me cercava e que me fazia entender o quão sozinha estava. Apenas os meus pensamentos me acompanhavam. O barulho... o barulho ensurdecedor de toda aquela destruição e eu ali fiquei. A assistir a tudo. Parada. Como se estivesse pregada àquele conjunto de cimento. Embora eu conseguisse ouvir tudo o que se passava, os gritos. a destruição, as paredes a cair, embora eu conseguisse ver para além do pó que me cercava, as pessoas a correr, sangue no chão, alguém a pedir ajuda, eu não me movia. Foi como se o tempo tivesse parado naquele momento e a minha inércia fizesse com que esperasse a morte lentamente. Não valia a pena fugir. Tudo estava traçado desde o início. O fim era agora. Bastava esperar. Mas o acto de esperar não nos impede de ter a mente a trabalhar. E aí, todas as imagens daquilo que tinha vivido passavam por mim. A

Viver & Sobreviver

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É estranho o sentimento de estarmos no limbo. Somos como aqueles automobilistas que gostam de ir no meio das duas faixas sem saber se querem ir para a direita ou para a esquerda. Esta comparação pode parecer demasiado estúpida, mas é verdade.  Estamos sem reagir.  No fundo nós queremos reagir.  Mas não sabemos como. Parecemos completos zombies sem saber o que fazer daquilo que somos. Sem sabermos aquilo que realmente queremos. O medo, a incerteza, a falta de coragem, as nossas fraquezas deixam-nos para trás. Na nossa cabeça nós sabemos que não pode ser assim. Nós queremos reagir. evoluir, crescer, mas não somos capazes. Talvez seja o nosso coração que não está em sintonia com a nossa cabeça. Se a nossa cabeça nos diz para seguir em frente, nós temos a certeza disso, então porque é que não o conseguimos fazer? É como se uma força nos mantivesse presos no mesmo lugar. Será essa força o nosso coração? Como comandamos o nosso coração? Será apenas o tão aclamado tempo que o po