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A Coragem de Miguel e Maria

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Por vezes é nas conversas à mesa onde se contam histórias. Histórias antigas que nos fazem cair na realidade, ou, por outro lado, simplesmente, sonhar...  Portugal, Anos 60 - Eles não te vão perdoar. Nós é que temos de parar com isto. Cada um vai para o seu lado e acabou. - Tem calma. Eu não quero saber daquilo que vai acontecer. Nós podemos fazer a nossa vida sem dar contas a ninguém! - Mas eles são a tua família. Quem sou eu? Diz-me quem sou eu?! Onde é que isso já se viu: a empregada casar com o médico da família! Nós estamos loucos. Estamos loucos...  Maria andava de um lado para o outro, como se precisasse de se mover para se fazer entender melhor. Mas aquilo que Miguel percebia é que, tal como ele, Maria estava petrificada com a ideia de se casar e enfrentar a sua família endinheirada e de prestígio. Ele percebia e partilhava consigo o medo. Esse sentimento que os fez prender os movimentos nos últimos meses.  Mas Miguel já não aguentava fugir. An...

Cyrano de Bergerac, por onde andas?

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"Pois moralmente é que eu cá tenho os meus requintes. No atavio não sou um franzidinho airoso, e mais cuidado ando, ao ser menos vaidoso; não sairia com, por certa negligência, afrontas por lavar, e ainda a consciência amarela de sono ao canto de seu olho, e a honra amarrotada e escrúpulos de molho. Ando sem nada em mim a transluzir beleza, independência só, por plumas, e fraqueza; não é pela estatura a meu favor que brilho, é pela alma erecta e como em espartilho; como fitas enlaço os meus feitos e pode meu espírito alçar-se tal como um bigode; e faço, a atravessar os grupos e as rodas, como esporas soar minhas verdade todas. (...) Luvas não tenho... ora que grande azar! Restava-me uma só... e era de um velho par! A qual de resto, a mim, só me fazia dano: e por isso a deixei na cara de um fulano."     (Rostand, Edmond,  Cyrano de Bergerac , Lisboa, 2007, Bertrand) Escolhi este trecho como podia ter escolhido tantos outros. C...