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A mostrar mensagens de novembro, 2020

A Minha Avozinha Rosinha

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Nos rigorosos dias do mês de Dezembro, aqueles mesmo próximos do Natal, o frio entrenha-se no ossos. No entanto, creio que nem esse frio húmido, nem o nevoeiro que cai, perto de anoitecer, faz parar qualquer criança. Também fui assim. Mais do que a lembrança de um nevoeiro cerrado, de um frio que tornava a minha cara vermelha e a ponta do nariz gelada, é a liberdade de andar pelos caminhos de que mais me lembro. E a aventura que era estar com a minha avozinha à procura de pinhas. Era, na maioria das vezes, uma procura que dava poucos frutos. Mas, ir com a minha avozinha andar e sempre a espiar a beira da estrada para ver se alguma pinha tinha caído ou irmos junto dos pinheiros à procura desse tesouro, alegrava o dia. E a minha avó sempre com o seu ar doce e o seu sorriso meigo lá ia, à procura também. Sempre muito atenta. A maior parte das vezes, a procura das pinhas servia para a lareira, para atiçar o lume. No entanto, lembro-me que houve uma vez em que vi pinhões e tive-os na minha

Inquietude Constante

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Gostava de te ver entrar por aquela porta. Não com o teu mesmo ar desconstraído, mas com a expressão de quem está preocupado.  Gostava de te ver entrar por aquela porta e de ficar surpreendida. Tão surpreendida que não teria quaisquer palavras que pudesse proferir. Que, finalmente, me fizesses sentir que eu valho alguma coisa... nem que fosse uma coisa mesmo pequenina. Bastar-me-ia. Gostava de te ver entrar por aquela porta e que me deixasses sem chão. Que me deixasses sem chão, como daquela vez.  Queria que me deixasses sem chão, que me deixasses suspensa sem saber o que fazer, perdida por te ver de novo à minha frente como tantas vezes imaginei. Queria que me deixasses sem chão, sentindo cada uma das tuas mãos na minha face, não me deixando cair, como se ficássemos os dois suspensos no ar, num qualquer estado etéreo onde a existência é mais do que fisíca. Queria que me deixasses sem chão para que com o teu simples gesto me mostrasses que se pode levitar, dançar e voar sem nunca assen