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Ensaio Sobre o Ser Humano

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Quantas vezes não pensamos porque é que não somos iguais aos outros? Porque é que não temos o mesmo que os outros? Porque é que não conseguimos o mesmo que os outros? Porque é que temos de lutar mais do que os outros? Porque é que não somos capazes de atingir os nossos objectivos como os outros? Porque é que não conseguimos fazer aquilo que gostamos ou sonhamos, tal como os outros conseguem? A tristeza de nos sentirmos impotentes perante uma realidade que não estamos à espera pode ser sufocante. Pensarmos que nada do que nos aconteceu acontece aos outros pode contribuir para isso. É aquela revolta que cresce dentro de nós que nos faz querer explodir, mandar tudo pelos ares, virar as costas e ir por outro caminho, que nos consome. Mas, do outro lado, temos a nossa consciência que nos diz que não vale a pena. Que a vida é mesmo assim. Que nada vai mudar. Que até merecemos que as coisas nem sempre nos corram bem, até porque não somos a melhor pessoa do mundo. Ficamos divididos ...

Voltar ao Nada, Quando já se teve Tudo

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Todos nós já ouvimos frases como "voltar a não ter nada, quando já se teve tudo, é que é difícil". Na verdade, creio que esta é uma das afirmações mais correctas que já podemos ter ouvido ou lido na nossa vida. É evidente que esta é uma realidade que nos supera: quando não temos nada , estamos habituados a viver com nada. Se, de repente, conseguimos ter tudo estamos nas nossas sete quintas e habituamo-nos a ter o que quisermos e até aquilo que não quisermos. Quando chega a altura de descer, novamente, os degraus para o não ter nada , isso é que é difícil. É o mesmo que um sheik deixar de ser sheik e passe a ser um operário. É fácil essa adaptação? Claramente, que não.   Sei bem que, em certos casos, é mesmo necessário "descer de condição" e que esse ajustamento já vem tarde, porém não podemos olhar estas situações de ânimo leve. Confesso que, para mim, se um rico inconsciente, desce para o nível de pobre, não tenho a mínima consideração por essa pessoa, pois, ...

A Dúvida da Certeza

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É estranho quando colocamos em causa algo que tínhamos com adquirido. É uma sensação desconfortável quando começamos a duvidar das nossas certezas. Eu tenho a noção de que sou uma pessoa de certezas. De ideias firmes, por vezes fixas e inflexíveis, é verdade. Mas são elas que nos podem guiar na vida. Se não tivermos certezas como podemos sobreviver neste mundo? São elas que nos fazem seguir e estabelecer um percurso para atingir os nossos objectivos. Quando tomamos decisões, as certezas estão lá. Porque se não estiverem... Se não estiverem, somos incapazes de decidir o que quer que seja conscientemente. E isso assusta-me. A inconsciência das decisões é uma coisa que me assusta, porque não consigo entendê-la. Por esta ordem de pensamento, talvez aquilo que me assusta é o que me escapa ao entendimento. A razão faz parte do ser humano, porque é que os Homens tendem a esquecer-se disso? Não sei. Essa é uma pergunta que me irá perseguir para sempre... Considerações sobre a responsa...

Per Amore Del Mio Popolo - A Luta de Don Peppe Diana pela sua terra

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"A questão não é se existes. Mas sim, onde estás?" Esta é uma das frases que entrou na minha cabeça e que não vai desaparecer tão cedo. Esta é dirigida directamente a Deus por Don Giuseppe Diana, no funeral de mais um jovem, numa cena da mini série produzida pela Rai Uno intitulada "Per Amore Del Mio Popolo". Uma história sobretudo de coragem e lealdade: coragem para enfrentar a conhecida Camorra (como é denominada a máfia da região da Campânia, no sul de Itália) e leal porque este padre acredita na gente daquela terra, que também é sua, Casal di Principe (conhecida pelo crime organizado instalado e controlador que aí impera. É uma comuna italiana que pertence à província de Caserta, na região da Campânia). Uma história verídica , adaptada pela Rai Uno e que passou em Março deste ano, data que marca os vinte anos da morte deste sacerdote. A sua vontade em fazer com que o sitio onde nasceu se reerga da miséria e das garras da máfia leva-o a agir. Não apenas...

A Companhia da Solidão

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Deitada de costas, a olhar para o tecto, ela não conseguia dormir. Apenas chorava ao mesmo tempo que ouvia algo dentro de si. - Eu estou aqui. - Onde? Não te vejo, não te sinto, não te cheiro, não te toco. - Eu estou aqui! - Onde? Onde estás? - Estou aqui. Não consegues ver? - Não! Já te disse que não te consigo ver. Onde te meteste? Porque me falas? - Pelo que parece é a única forma de saberes que estou presente. - Não, não sei. - Sim, sabes. Fecha os olhos devagar, como se estivesses a s entir na tua pele a brisa do mar. A chuva que cai num dia de inverno. Um vento leve num dia quente de Agosto. Eu estou aí. - Não consigo. Os meus olhos não fecham.  - Por isso, não me encontras. Estás demasiado presa ao que podes ver, ao que podes sentir, ao que podes cheirar, ao que podes tocar. - Tu estás na brisa do mar? - Sim... Claro que sim. Não gostas dela? - A lembrança da brisa do mar faz-me bem... - Sim... - Tu estás na chuva que me molha no Inverno? ...

A Irracionalidade e a Paranóia do Medo

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Em tudo na vida podemos olhar para aquilo que está à nossa frente de várias formas. A pior de todas elas é o medo. Por mais que nos queiramos ver livres dele é impossível escapar à sua existência. Àquela voz que está a falar insistentemente. Fechamos os olhos, pomos as mãos nos ouvidos, mas ela persiste porque está na nossa mente e não a conseguimos calar. O medo é paranóico. Podemos ser pessoas independentes, que aceitam as dificuldades, que enfrentam tudo com um sorriso na cara, que põe os outros à frente de tudo. No entanto, aquilo que acontece é que muitas vezes o medo persiste. Focamos a nossa atenção nos outros, porque o medo não nos deixa tomar as nossas próprias decisões sem pensar no que daí advém. Creio que essa possibilidade de focar a nossa acção no próximo é talvez a única boa consequência desse medo em arriscar. Seja arriscar numa simples viagem de férias ou o arriscar numa mudança completa da nossa vida. Quando queremos fugir daquilo que nos atormenta olhamos pa...

A Coragem de Miguel e Maria

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Por vezes é nas conversas à mesa onde se contam histórias. Histórias antigas que nos fazem cair na realidade, ou, por outro lado, simplesmente, sonhar...  Portugal, Anos 60 - Eles não te vão perdoar. Nós é que temos de parar com isto. Cada um vai para o seu lado e acabou. - Tem calma. Eu não quero saber daquilo que vai acontecer. Nós podemos fazer a nossa vida sem dar contas a ninguém! - Mas eles são a tua família. Quem sou eu? Diz-me quem sou eu?! Onde é que isso já se viu: a empregada casar com o médico da família! Nós estamos loucos. Estamos loucos...  Maria andava de um lado para o outro, como se precisasse de se mover para se fazer entender melhor. Mas aquilo que Miguel percebia é que, tal como ele, Maria estava petrificada com a ideia de se casar e enfrentar a sua família endinheirada e de prestígio. Ele percebia e partilhava consigo o medo. Esse sentimento que os fez prender os movimentos nos últimos meses.  Mas Miguel já não aguentava fugir. An...

Seremos o Espelho dos Outros?

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Hoje dei por mim a pensar o que é que as pessoas querem dizer com a frase: "somos o espelho dos outros". Isso significa realmente o quê? Só encontro uma resposta e admito que é a mais óbvia: somos semelhantes, no nosso comportamento, àqueles que estão ao nosso lado. Sinceramente, morro de medo de pensar que isto possa ser uma verdade absoluta. Grande parte da minha vida foi sendo feita junto a pessoas das quais vale a pena seguir o exemplo: pessoas honestas, sinceras, que sabem o verdadeiro sentido da amizade e que lutam para conseguirem aquilo que querem, sempre com base em princípios e valores. Mas o que é que pode acontecer quando deixamos de estar rodeadas dessas pessoas? Quando passamos todos os dias junto daqueles que nos ensinam "a sobreviver neste mundo", como dizem? Tenho saudades da paz de espírito com que encaramos a juventude. De rir por tudo e por nada, de não ter preocupações (como tenho saudades disto!), de não ter de julgar todos os meus pas...