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O Cansaço de Estar Cansada

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O próprio cansaço é extenuante. Sei que é uma repetição, uma redundância, mas não será isso, também, o que é o cansaço? Aquela sensação do peso constante do mesmo? O peso constante da repetição da rotina. Não será o cansaço o mesmo que a redundância. Ele próprio é redundante. É algo que anda à volta de si mesmo. Não sai dali. É por isso que o cansaço cansa. Sim, o próprio cansaço cansa. Estou cansada deste cansaço. O cansaço é aborrecido e incómodo. E não desaparece. Parece que está sempre, ali, bem escondido na nossa mente, no nosso corpo. Ele está bem instalado em todo o meu ser. Tão bem instalado que não me consigo ver livre dele.  Pior. Não me consigo ver livre e pior, parece que ele cresce. Às vezes penso e sinto que já não há mais espaço para o cansaço. Ele já ocupa tudo em mim, mas, surpreendentemente ele consegue encontrar ainda mais um espaço para aí se instalar, como se fosse dono e senhor de mim. É exactamente isso que é o cansaço para mim: ele é o meu dono e o meu senho...

Qualquer Dia Alguém a Levará Daqui

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Ela abre os olhos. Tal como faz todas as manhãs. "Mais uma...", pensa ela. Mais uma manhã em que ela está viva, apenas ciente desse facto pelo coração que continua a bater. Pisca os olhos uma... Duas... Três vezes. Um outro dia que começa, que apenas segue a sequência ditada pelo planeta e pelo calendário. Ela esfrega os olhos. O barulho que ouve fá-la perceber que são horas. Olha para o relógio na mesinha de cabeceira e, de facto, são horas de se levantar. Ela não precisa de muito tempo para se arranjar. Tudo está onde tem de estar e quase que os seus movimentos são automáticos. Em pouco tempo está arranjada. Sai de casa. Seja o calor do Verão ou o frio do Inverno, como é o caso, além do coração que continua a bater, são duas das coisas que fazem com que ela se aperceba de que está viva. Hoje está realmente frio e ela sente-o. Parece que se entranha nos seus ossos e, por instantes, aqueles que levam a que o corpo se habitue, ela treme. É desconfort...

O Significado de Férias

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" Interrupção relativamente longa de trabalho, destinada ao descanso dos trabalhadores " Este é um dos significados que o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa ( http://www.priberam.pt/dlpo/ ) dá à palavra férias . Sim. Essa bela palavra que ganha ainda mais importância, quando já não estamos a usufruir desse descanso prolongado. Essa interrupção pode ser, por exemplo, de três semanas. Três semanas em que nos fechamos ao quotidiano, à rotina da nossa vivência e temos tempo para fazer aquilo que nos dá na real gana.  Como é bom! Não há horários, não vemos sistematicamente as mesmas pessoas, não comunicamos com quem não queremos e encerramos o nosso posto de hipocrisia, ao qual, frequentemente, somos obrigados a ir, principalmente no trabalho.  Como é bom!  Senti-mo-nos livres. Dizemos o que queremos, a quem queremos, do modo que queremos. Não falamos, quando não temos nada para dizer. Até podemos desligar o telemóvel e deixar de ir à Internet.  ...

Encontros...

Normalmente a pressa das pessoas está sempre relacionada com o trabalho. Quantos de nós é que de manhã não levou já encontrões no comboio ou no autocarro? Andamos de um lado para o outro, com agendas infernais que nos obrigam a dividir o nosso tempo, sempre com as horas de chegada e com as horas de partida impostas. Tal e qual como se fosse o tempo de uma viagem. Porém, há uma coisa que me chama a atenção: muitos de nós não faz isso para estar com os amigos... Penso isto ao mesmo tempo em que me arrisco a dizer que possa haver quem contabilize o tempo para estar com os outros... Mas qual será o gozo disso? A partilha que temos com os outros é talvez o nosso maior tesouro. Quando pensamos que apenas estamos a dar estamos, também e definitivamente, a receber. Talvez até recebamos mais do que aquilo que damos. É engraçado como ficamos sempre com esta sensação... Encontrar um sítio para conversar é sempre a primeira coisa a fazer. As mesas que ficam ao fundo d...

Vivência dos Tempos

Quantas coisas vivemos no dia-a-dia e quantas delas aproveitamos realmente? De um lado para o outro, da escola para o trabalho, do trabalho para a escola, de casa para o trabalho, ver os amigos, jantar com a família e volta o trabalho.... As pessoas correm de um lado para o outro, atropelam-se para chegar onde querem. Ninguém pode parar. "Basta atrasar um minuto e já não apanho o comboio! Épa! Vou chegar tarde à escola", penso eu, meio de toda esta barafunda! Quantas coisas nos acontecem durante o dia? Pergunto-me se em toda esta confusão se consigo viver, na realidade, o meu dia? O tempo corre e por mais que queiramos aproveitar o que estamos a viver, isso não basta. Tenho a sensação de que o tempo não é meu amigo. Já se dizia que quando as coisas são boas o tempo passa mais depressa. Nunca a sabedoria popular me pareceu tão certa. O quanto desejava que nos bons momentos que vou tendo, o tempo parasse. Gostava de possuir um mecanismo, onde bastava carregar, e o tempo pa...