Encontros...

Normalmente a pressa das pessoas está sempre relacionada com o trabalho. Quantos de nós é que de manhã não levou já encontrões no comboio ou no autocarro? Andamos de um lado para o outro, com agendas infernais que nos obrigam a dividir o nosso tempo, sempre com as horas de chegada e com as horas de partida impostas. Tal e qual como se fosse o tempo de uma viagem. Porém, há uma coisa que me chama a atenção: muitos de nós não faz isso para estar com os amigos... Penso isto ao mesmo tempo em que me arrisco a dizer que possa haver quem contabilize o tempo para estar com os outros... Mas qual será o gozo disso?

A partilha que temos com os outros é talvez o nosso maior tesouro. Quando pensamos que apenas estamos a dar estamos, também e definitivamente, a receber. Talvez até recebamos mais do que aquilo que damos. É engraçado como ficamos sempre com esta sensação... Encontrar um sítio para conversar é sempre a primeira coisa a fazer. As mesas que ficam ao fundo do café, meio isoladas, é onde gosto de estar. É onde podemos conversar, sem que ninguém nos interrompa, estamos mais à vontade. É como se estivessemos numa bolha, em que nada mais existe. Só eu e o outro. O lugar, o tempo, o que os outros dizem, deixam de ter importância. 

Ao sermos nós próprios sem medos, com as nossas qualidades, com os nossos defeitos e com as nossas distrações, mostramos que somos reais. Mostramos que não somos simples autómatos, que seguem à risca as normas e as ordens da sociedade. Mostramo-nos como seres individuais e únicos. Os verdadeiros sorrisos que partilhamos com o outro são a prova disso mesmo. São eles que contam e aqueles que ficam. As emoções que deixamos transparecer, as nossas dúvidas e os nossos receios são postos à discussão na mesa. Um fala, o outro compreende, volta-se a lançar mais uma acha para a fogueira e a conversa aquece.

Assim ficamos, sem qualquer noção do tempo. A pergunta "quanto tempo terá passado?" só aparece quando ficamos, de novo, sozinhos. E aí voltam as preocupações que temos na nossa rotina diária: a que horas terei transporte para voltar para casa? A que horas tenho de estar em certo sítio?

No entanto, depois de sermos assolados por todas estas perguntas, que não têm real importância, há sempre algo que perdura: tudo o que foi dito nesse encontro, tudo o que expressamos. E uma nova questão aparece, essa, sim, de extrema importância: quando nos voltaremos a encontrar?

Comentários

  1. Lena, temos que marcar novo cafezinho :) Não está esquecido! Gostei muito dos textos que escreveste no blog :D Beijinhos*

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  2. É claro que sim! Fico à espera disso!
    Fico contente que tenhas gostado dos textos!!;)
    Beijinhos

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