Posso dizer-te que Gosto de Ti?

Posso dizer-te que gosto de ti?
Assim, de repente sem estares à espera, sem eu estar à espera... No fundo sem nós os dois estarmos à espera...

Posso dizê-lo?
Assim de forma simples, mas sincera... Como são todas as coisas que nos saem verdadeiramente do coração...

Gosto tanto de ti.
Gosto mesmo, sabes? E, ainda para mais, sabes como é este meu amor por ti... É um dos mais fortes e dos mais inesquecíveis... O da amizade. Eu gosto tanto de ti. Basta-me a tua presença. Em todos os silêncios que partilhamos eu também sei que a ti também te basta a minha presença. 

Já viste como isto é belo? 
Como é belo aquilo que temos... 
Como é belo aquilo que construímos... 
Como é belo aquilo que sentimos.

Por vezes, tenho a impressão de que nem tu sabes o bem que a tua simples, mas marcante, presença me faz... O efeito que tem em mim. Um simples olhar, um simples gesto, um simples toque. Não sabes a calma que isso me dá. São dos poucos sinais que me fazem estar viva... Que me fazem continuar. Que me permitem levantar todos os dias e prosseguir com a minha vida diariamente... Creio mesmo que não o sabes...

Talvez eu também não saiba todo o sentido que a minha presença te provoca. E talvez seja isso que torna tudo isto tão singelo, tão sincero e tão nosso. Sim. Construímos algo só nosso que para muitos é difícil de compreender. Mas, como tantas vezes dissemos um ao outro, que importância é que isso tem? Nenhuma. Sempre construímos o amor que nos une à nossa maneira, sempre sem querer saber se podia ser melhor ou pior. Construímos aquilo que temos com base naquilo que sentíamos. No bem-estar que sempre tivemos um com o outro.

Posso voltar a dizer o quanto gosto de ti?
Há sempre coisas que gostaria de fazer... De viver contigo... Mas depois penso que se calhar ainda não é o momento certo... Se calhar não é agora que o devemos viver. É certo que, por vezes, as minhas indecisões fazem com que não concretize tudo aquilo que queria e continuo a querer concretizar contigo... No entanto, ambos sabemos que também tens indecisões e que estas acabam por ter as mesmas consequências que as minhas. E num acordo tácito aceitamos isso mesmo. Não é necessário verbalizamos as nossas desculpas pelos nossos defeitos que colidem. Basta olharmos um para o outro e está tudo dito.

Sabes que nem sempre tive consciência desta amizade profunda que nos une. Apenas quando em certas ocasiões onde estamos descontraídos deixas escapar que não te esqueces de momentos simples que passámos os dois. Momentos que até eu, às vezes, preciso que me digas algo mais para eu os conseguir recordar... Coisas normais, como a história de um tal café, o pormenor do espaço, o sabor daquela cerveja. É pelo facto desses pormenores estarem tão entranhados em nós que eu percebo que ambos sentimos o mesmo.

Incrivelmente, são muitos os anos que nos unem e espero com todo o coração que sejam cada vez mais... Conhecemo-nos desde sempre e isso também é importante para nós nos conhecermos tão bem. Porém, apesar de todo este tempo, creio que nunca te disse, cara à cara, o quanto gosto de ti. Nem tu a mim. Não sei exactamente porque não o fazemos... Talvez não seja assim que comuniquemos... Preferimos falar de algo que só a nós nos diz respeito, como aquele café que partilhámos à beira-mar, ao invés de dizermos em voz alta o quanto gostamos um do outro... 
O quanto nos preocupamos um com o outro...

Por mim tudo bem.
Mas, de qualquer das formas, hoje vou dizer-te: gosto tanto de ti!

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