Conhecer e Dar-se a Conhecer
Até que ponto é que alguém nos conhece?
Ou até que ponto nos damos a conhecer?
A relação entre as pessoas pode ser simples, complicada, dúbia...
Porra! As relações entre as pessoas podem ser tudo isso ou podem não ser nada. A relação com o outro pode ser tanta coisa... Porém, tudo acaba por depender do nosso próprio querer: de nós termos ou não vontade de nos darmos ao outro. De mostrarmos ao outro aquilo que somos, aquilo que pensamos, aquilo que sentimos. É daí que advém o "à vontade" que depois criamos com as pessoas.
Se formos capazes de nos "despir" perante os outros isso é meio caminho andado para que possamos estabelecer um laço forte. E isso é bom. Quantos de nós não queriam ter a oportunidade de criar uma relação forte com alguém? Uma relação onde possamos ser aquilo que quisermos ser, sem amarras, medos ou complexos? Eu acredito que grande parte dos seres humanos deseja isso intensamente, até porque a vida só vale a pena se tivermos a benção de ter alguém assim conosco, ao nosso lado.
Por diversas vezes, mais do que aquelas que deveriam acontecer, parece que as pessoas não se "encontram". Numa relação um dá tudo o que tem e o outro retrai-se. E isso é duro. É duro porque aquilo que pode acontecer é que se chega a uma altura em que percebemos que o outro não nos conhece verdadeiramente. Por mais que queiramos, o outro não reconhece em nós as nossas características básicas. É isso é triste.
Deixa-me triste perceber que existem pessoas que não me conhecem, mesmo que passemos a vida juntos. É estranha esta sensação de confiarmos tanto em alguém, nas suas acções, naquilo que pode ou não fazer em determinado tipo de situação e depois chegamos à conclusão de que não há retorno... Ou seja, o outro não consegue adivinhar em nós a forma como pensamos ou como podemos agir... E isso é, no minímo, estranho. É como se estivéssemos, constantemente, a guiar para chegar a um local, mas nunca o chegamos a encontrar. Estamos, constantemente, a viajar pela vida e não chegamos ao lugar que traçamos no mapa... E quando pensamos que, finalmente, chegámos, percebemos que estamos enganados.
Quando temos a sorte de estar com alguém que nos conhece da mesma forma que nós o conhecemos, essa é a sincronia perfeita daquilo que é o amor e a amizade. E, agora, chego à conclusão de que também isso é raro. É muito raro.
Depois encontramos também outras realidade, como aquelas pessoas que têm alguém que as conhece tão bem como as suas próprias mãos, mas elas não sabem agradecer isso. Esse tipo de gente provoca-me uma certa irritação. Passam a vida a queixar-se, tendo ao seu lado aquilo que precisam para viver a vida e não lhe dão valor. Posso parecer uma pessoa ressabiada por estar a escrever desta forma, mas não é isso. Nada disto tem que ver com ressabiamento... Tem que ver com não suportar pessoas que têm tudo para ser felizes e que continuam a olhar para o seu próprio umbigo e acabam por deitar a harmonia pela janela fora, preferindo o seu orgulho e as suas ideias mesquinhas que em nada contribuem para uma felicidade verdadeira. A esses: cresçam e apareçam. Dêem valor ao que têm e deixem de se vitimizar.
Àqueles que permanecem "desconhecidos", passando ao lado daqueles por quem dariam a vida... Não há mal algum em continuar a ser verdadeiro e sincero, mesmo que não sejam reconhecidos por isso por quem mais confiam.
Se têm a benção de conhecerem e de se darem a conhecer em total plenitude, agradecem por isso e valorizam essa sorte... Graças a Deus que existem. O mundo é melhor por ter pessoas que reconhecem e lutam pelo bem que têm.
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