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Mão Restauradora

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Tenho feito algumas coisas diferentes, as quais me têm ocupado a cabeça, mas tu permaneces, sempre, como se estivesses atrás de um cenário no teatro, em que o teatro é o meu pensamento. Estás por lá, meio escondido, mas vejo-te sempre a sombra e sinto os teus passos. Gostava de poder dizer-te tanta coisa. Penso que agora gostaria de te contar algumas coisas e de partilhar contigo o meu mais profundo sentir, tão confuso, sobre o que tenho visto. Gostava mesmo de te mostrar os meus pensamentos, sabes? Imaginar a tua expressão enquanto te conto as minhas contradições, faz-me sorrir... Tenho a certeza de que também tu ficarias confuso a tentar perceber onde estou e de onde venho. Sei, no fundo, que no final me mostrarias o teu bonito sorriso aberto e dir-me-ias: "não vale a pena estares a consumir-te com isso". Bem, na realidade, talvez não fosse necessário, concerteza conseguiria ser muito mais tranquila. Estive em alguns lugares diferentes e gostava de partilhar contigo essa ex...

Rogo-te

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Rogo-te que me desiludas novamente. Sim, relembra ao meu coração que toda e qualquer esperança que ele possa ter por ti é infundada... que ela faz parte de um qualquer imaginário meu, longe de qualquer realidade, que apenas vive no meu sonho. Peço-te, por favor, que me voltes a desiludir. Assim, de forma crua e fria, não me mostrando qualquer coração que te possa acompanhar. Como se eu nada fosse, minimizando-me à pequenina pedra que esteve, por uma vez, no teu sapato e que tu, rapidamente, descartaste. Sim. Descarta-me. Peço-te, por favor, meu amor, que me descartes, que me ponhas de lado e que me voltes a ignorar de forma simples e sem qualquer peso na tua consciência, como se eu nada merecesse nem nada fosse. Relembra-me, outra vez, por favor, que eu nada sou, eu nada te devo nem tu, sequer, me deves uma qualquer, pequena, e singela coisa. Não há qualquer elo de ligação entre nós dois, seres humanos distantes, indiferentes e distintos, estando em lados opostos em tudo aquilo que nos...

"Foi Tudo Mentira"

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 "Foi tudo Mentira". Às vezes ouvia a minha tia dizer estas palavras... Normalmente, era quando pensava que estava sozinha e eu chegava à cozinha. Quando era miúdo não compreendia bem o porquê de ela dizer isto. Saí-lhe sempre num tom baixo, como se estivesse a falar para si própria, a dar um recado a si mesma. Bem lhe perguntava o que ela estava a dizer, mas no seu doce sorriso ela nunca me respondia... Agora que penso nisso, percebo como ela mudava constantemente de assunto. Sempre adorei a minha tia. Sempre foi muito doce comigo e tinha uma bonita gargalhada. Sei que tomou conta de mim e incutiu-me esta vontade de não olhar só para aquilo que ou queria ou sentia, mas também para os outros. Talvez seja por isso que lhe fui percebendo o seu olhar triste. O olhar de quem perdeu algo. Por vezes, assomava-lhe uma tristeza que me deixava paralisado. Ela disfarçava sempre. Nunca a vi chorar sem ser num filme ou se tivesse lido algo bonito. Mas eu conseguia ver como a tristeza a a...

Na Tristeza que me Assola

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Na tristeza que me assola Esfume-se a vida desejada, Enterra-se a esperança Aceita-se a vida imposta. Na tristeza que me assola, Tu desapareces Como borboleta que voa para longe, Como sonho jamais realidade. Na tristeza que me assola Acompanhas-me no choro Com a mesma intensidade do vazio. Na tristeza que me assola Não há luz, nem sol, Sou uma flor que morre na tua sombra, Na sombra da tua marca Na sombra do teu gesto Na sombra da memória das tuas palavras Que me assolam nesta tristeza. Na tristeza que me assola O meu coração é seco Não me corre sangue nas veias Apenas ar inócuo. Na tristeza que me assola Espero que chegue o fim Para que finalmente Possa descansar E voltar a sonhar. Na tristeza que me assola, Caem os anos cheios de nada, Onde anseio sempre por esse conformismo, Atormentada por ti, Por não me sorrires, Por não me falares, Por me fugires, Por não existires... ... Aqui, ao pé de mim, no meu regaço, no meu abraço, Perdido no meu amor sem fim. Imagem: "Weeping Woman...

Embalo

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Vejo-te sentado no sofá, sozinho, com essa fotografia na mão e surge em mim uma vontade de te rodear num abraço mais forte do que tudo. Isto mais não é que a minha imaginação que te desenha, sentado nesse sofá, com a fotografia na mão, apertada entre os dedos, enquanto choras. O teu semblante é tão diferente quando choras, quase que nem pareces tu. Pareces uma outra pessoa que nunca vi. Mas, eu sei que és tu. Como choras, meu amor. Imagino que ficaste assim depois de algum telefonema. Era expectável que acontecesse, mas nunca sabemos quando vai ser, nem sequer pensamos como será quando isso finalmente acontecer. E, vejo-te, assim, a chorar, de olhos fechados, como se dessa forma conseguisses vê-la à tua frente e ganhasses a ilusão de que ela ainda está viva. Meu Deus, como te quero embalar. Rodear-te com os meus braços e embalar-te ao de leve, enquanto sinto as suas lágrimas que me molham a blusa. Bem sei que o meu embalo não te tirará essa dor, nem a amenizará, mas esta seria a minha ...

Catarse

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Gostava mesmo que fôssemos dois atores numa peça de teatro. Em cima do palco, não precisaríamos de qualquer público, nós os dois seriamos suficientes para este espetáculo. Virados um para o outro, com o olhar um no outro, tal como deve ser o confronto entre duas personagens. Há uma altura em que os protagonistas da história se confrontam, não é? Um confronto de palavras, de gestos, de posturas, de silêncios. Um confronto de silêncios... Consegues imaginar como gostaria de representar isso contigo? Claro que não. Agora, imaginas lá tu que eu sequer existo ou que ainda penso em ti. Nós os dois, na penumbra do palco, tu perto de mim, eu perto de ti, apenas a olhar-nos em silêncio. Primeiro, hirtos, depois, ao de leve, moveríamos a cabeça, o meu olhar triste falaria muito mais do que o teu olhar surpreso poderia aguentar. No tempo que considerássemos suficiente, o silêncio terminaria. E eu perguntar-te-ia: não tens qualquer apreço por mim, pois não? Ali, no palco, com apenas os deuses da ...

Carta a Ti II

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Tenho pensado muito em ti. Ou, melhor, voltei a pensar muito em ti. É por isso que te escrevo. Tens estado comigo, nos meus pensamentos, mais do que é habitual. Espero que nada se tenha passado. Oh! Mas, o que poderia ter acontecido? Tu estás bem, na vida que escolheste, sem qualquer resquício do que fomos. Talvez se tivesses um qualquer grão de pó daquilo que nos aconteceu não estivesses tão bem. Como se nada se tivesse passado. É muito melhor assim. É assim que sempre foi, que sempre será. Não haverá uma qualquer surpresa de que voltes, de que me pegues na mão e me faças sentir-te como eu nunca senti. Eu sei que não... Escrevo isto como... É uma alternativa da minha imaginação àquilo que eu vivo. Àquilo que tu vives. Sabes, eu gosto muito de imaginar alternativas. Por vezes, enquanto construo uma outra vida com a minha imaginação é muito apaziguador. Com a minha imaginação eu consigo ver-me num outro local, a fazer outras coisas, com outras pessoas... contigo. Quando aparecias eu apa...