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A Infelicidade nos Bons Actos

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Ontem de manhã ouvi algo curioso: as pessoas que fazem coisas boas estão a caminho da felicidade. Será assim? Só aqueles que têm o tesouro da felicidade conseguem pensar no outro? Conseguem olhar o outro e ajudá-lo? Penso que não. Acredito, sim!, que as pessoas felizes têm actos de amor e de solidariedade para com o outro. Isso sim. Ninguém pode ser feliz e querer o mal de quem quer que seja. Ninguém pode ser feliz a prejudicar quem está ao seu lado.  Quem deseja ou pratica más acções que originam dor e sofrimento ao outro não pode estar bem consigo mesmo. Nos dias de hoje, a desesperança impera. Todos sabemos disso. Encontram-se no ressentimento, na amargura e no sofrimento os motivos para atacar quem nos está próximo. O que é mau, gera ainda pior.  Os actos de malvadez e sem escrúpulos apenas podem ser justificados pelo "ressabiamento" de quem o faz. Quem é "ressabiado" não consegue ser feliz. Quem é egoísta, não é capaz de ser feliz. Q...

O Que nos passa pela Cabeça?

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São muitas as ocasiões em que uma simples pergunta me assola a mente: no que é que pensam as pessoas? Podemos alguma vez pensar que aquilo que as pessoas aparentam é, na verdade, aquilo que elas são? Aquilo que elas sentem? Não será o Homem um ser mutável, adaptável, hipócrita? Um ser capaz de representar para todo e qualquer público? Na minha opinião, sim. É completamente plausível que o ser humano seja capaz de esconder aquilo que sente, aquilo que pensa, verdadeiramente, perante todos. É completamente provável que todos sejamos capazes disso... De personificar algo que não somos. Adaptar-mo-nos a todos aqueles que nos circundam, sendo aquilo que eles querem que nós sejamos. Ou que, pelo menos, estejamos bem inseridos numa vivência comum, onde passamos despercebidos porque, na realidade, somos todos iguais. Somos completamente capazes de estar contentes, de estar com um sorriso na cara, de estarmos rodeados de pessoas e de nos sentirmos profundamente tristes, a chorar por dentro, com...

O Sentimento Sem Nome

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Não ter ou não encontrar palavras para definir aquilo que sentimos deixa-nos incapacitados. Queremos explicar, nem que seja para nós próprios, os sentimentos que experienciamos, mas, o turbilhão é tão grande que nos deixa o coração e a cabeça embrulhados. Tão embrulhados como um papel que amachucamos para deitar ao lixo: nós tirámos-lhe a vida e, agora, só nos queremos desfazer dele, porque o papel se tornou completamente inútil. Mas a inutilidade não é um sentimento. É uma condição.  Seremos inúteis? Não servimos para nada? Somos isso ou pensamos que somos isso?  Mas, voltando à inquietação inicial, qual o sentimento que nos deixa esta sensação de sermos inúteis, vazios... De nada termos. A certeza de que não temos nada a que nos agarrar ou algo que nos faça agarrar. Que nos faça querer ficar, bem presos, porque ali está algo ou alguém que depende de nós, no sentido de depender de nós para também ele se sentir completo e completamente em harmonia. O amor... Sempre ...

Há Vida para Além do Estrela?

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Um ano. Muitas ponderações. Uma tomada de decisão. Quando, em Janeiro deste ano, decidi iniciar este projecto estava longe de pensar naquilo que este se viria a tornar. Estava longe de pensar o caminho que este iria percorrer. Estava longe de pensar qual seria o seu resultado final. A ideia inicial era simples: fazer uma reportagem alargada sobre o Estrela da Amadora. Afinal de contas, o clube faria 85 anos, em 2017, caso ainda existisse. Planeava falar apenas com três ou quatro pessoas, que me pudessem contar a história do clube e testemunhar a final da taça de Portugal em 90, por exemplo.  Mesmo para realizar uma simples reportagem, era preciso ter alguma base histórica. Quando comecei a ler e a falar com algumas pessoas, senti aquele entusiasmo que nos faz sonhar. Mas sabia que tinha de ter calma e paciência até porque o tempo que dispunha não era muito... tempo para o trabalho e para fazer o trabalho.  Apesar de tudo isso, considerei que podia...

A Mínima Função de Viver

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Sentada no canto da sala, ela pensava que ali se podia proteger. Proteger-se de tudo aquilo que estava à sua volta, da sua realidade, das pessoas, mas, acima de tudo, proteger-se de si própria. Ela não tinha pedido nada daquilo. Ela não tinha pedido envolver-se em nada daquilo.  Ela não tinha feito nada para que isso acontecesse... Ela não se tinha forçado a ouvir aquela voz. Simplesmente, aconteceu, sem nenhuma causa ou plano prévio. Porém, agora, ali estava ela, sentada no chão, a rezar para não ceder. Para não ceder ao impulso de lhe falar novamente. Para não ceder ao impulso que a levasse a ouvir aquela voz. Essa luta contra os seus impulsos tinha-se tornado na sua batalha diária. Ela sabia que eram mais as vezes que perdia do que ganhava... Mas ela gostava tanto de ouvir a tal voz... Aquela voz forte, descontraída e confiante. Aquela voz que a fazia acreditar que estava numa outra vida, que era possível almejar uma outra vida. Quando cedia a esses impulsos,...

Posso Dizer-te Uma Coisa?

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Posso dizer-te que gosto de ti? Posso dizer-to? Assim de forma simples e sem rodeios: gosto de ti. Gosto tanto de ti. Gosto tanto de te ver, de te admirar, de descobrir em ti novos traços. Sim, existem sempre novos traços na tua face, os quais te tornam único.  Gosto tanto de ficar a olhar para ti, a memorizar todas as tuas expressões. Gosto de ficar a olhar para ti a tentar adivinhar o que pensas, o que vês, o que sentes. Gosto tanto de quando me olhas com incerteza, como se não percebesses o que digo. Mas assim que me explico melhor, gosto tanto de ver como suavizas o teu olhar e a tua expressão. Gosto tanto de te ouvir falar, sabias? De aprender contigo, de pensar contigo. Gosto tanto quando partilhamos aquilo que pensamos... Quando tu me contas as tuas histórias, mas também quando deixas espaço para a tua imaginação. Gosto tanto de quando começas a inventar histórias, acontecimentos hipotéticos, confabulações acerca de tudo e de nada. Gosto tanto de imaginar contig...

A Ditadura da Monotonia do Tempo

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É tudo tão cansativo. É tudo tão cansativo e extenuante. E tudo piora quando não conseguimos, sequer, fechar os olhos... Fechar os olhos e ignorar tudo o que está à nossa volta, mas, também em nós mesmos, e deixar-mo-nos ir para o sono. Esse sono que, mesmo não sendo descansado, dá-nos a possibilidade de parar de pensar durante umas horas... Eu só queria deixar de pensar... De pensar em tudo, de pensar nada, de pensar em todos e mais alguns... Na verdade, eu queria deixar de pensar em ti. Mas, é tudo tão ofegante, tão esmagador, tão exigente, que não nos dá tempo de recuperar. O tempo não nos dá tempo para parar e deixar de pensar. O tempo apenas nos pressiona para andar mais rápido, para não olharmos para trás, para seguirmos as nossas acções como autómatos, para tomarmos decisões com base naquilo que queremos, com base no nosso ego. O tempo apenas nos pressiona para seguir, independentemente daquilo que sentimos. Independentemente, de nos sentirmos capazes, de nos sent...