O Que nos passa pela Cabeça?

São muitas as ocasiões em que uma simples pergunta me assola a mente: no que é que pensam as pessoas? Podemos alguma vez pensar que aquilo que as pessoas aparentam é, na verdade, aquilo que elas são? Aquilo que elas sentem? Não será o Homem um ser mutável, adaptável, hipócrita? Um ser capaz de representar para todo e qualquer público? Na minha opinião, sim.

É completamente plausível que o ser humano seja capaz de esconder aquilo que sente, aquilo que pensa, verdadeiramente, perante todos. É completamente provável que todos sejamos capazes disso... De personificar algo que não somos. Adaptar-mo-nos a todos aqueles que nos circundam, sendo aquilo que eles querem que nós sejamos. Ou que, pelo menos, estejamos bem inseridos numa vivência comum, onde passamos despercebidos porque, na realidade, somos todos iguais.

Somos completamente capazes de estar contentes, de estar com um sorriso na cara, de estarmos rodeados de pessoas e de nos sentirmos profundamente tristes, a chorar por dentro, com uma solidão que nos destrona. E, assim, passamos a imagem de como estamos bem, quando, na realidade, sentimos que nada somos. E vivemos assim, ad eternum, sem nunca mostrarmos o verdadeiro eu. Sem nunca mostrarmos aquilo que estamos a viver internamente... E é assim que nos auto-destruimos. O tempo vai encarregar-se disso. De nos deixar despojados de força e ânimo para continuarmos a acreditar em algo.

Só essa desesperança e solidão podem ajudar-nos a perceber a depressão, o suicídio, a loucura, a monstruosidade de um acto. Atenção. Não o ajuda a desculpar. Só o ajuda a perceber. Um acto perverso nunca o vai deixar de ser perverso. Podemos, apenas, tentar encontrar uma explicação para o mesmo. Escrevo sobre isto a pensar nas notícias de tiroteios em escolas, como aquela que surgiu esta semana: um jovem de 19 anos matou 17 pessoas numa escola nos Estados Unidos da América. É, de facto, um acto perverso. É um crime, puro e duro. O que terá levado um jovem a fazer isto? O que leva alguém a fazer isto? A matar indiscriminadamente?

Ficamos, também, perplexos com outros actos semelhantes. Lembro-me, agora, dos ataques suicidas, dos ataques terroristas que dizimam a sociedade. Assim. De repente e sem aviso. 

Porquê?

É mais do que usual ouvirmos essa quetsão quando acontecem este tipo de situações. Mas, basta parar um pouco e pensar na resposta. Em grande parte, isso só se pode explicar pela solidão. Porque as pessoas estão sozinhas, isoladas do mundo. Isoladas de tudo. E aqui não importa se parecem ser educadas, se dizem bom dia ou boa tarde. Não é pelo facto de eu ser educada que isso é sinal de eu não me sentir só. O mundo e a sociedade são cada vez mais egoístas e egocêntricos, onde aquilo que importa é a imagem e o que é frívolo. Estão reunidos todos os ingredientes para que haja cada vez mais situações inacreditáveis, arrepiantes e chocantes. 

Alguma vez se lembraram de perguntar a um amigo vosso "no que é que estás a pensar?" Ou, simplesmente "como é que isto ou aquilo te faz sentir?". Alguma vez o fizeram?

Estamos cada vez mais fechados sobre nós próprios a querer tirar a melhor selfie para postarmos no Instagram para que os outros vejam como somos belos, que temos uma óptima vida e estamos tão na moda

E o resto? 
Onde fica o resto? 
Onde fica a verdade da nossa vida? 
Onde fica a verdade daquilo que sentimos? Onde fica a verdade daquilo que pensamos? Com quem e onde o podemos partilhar?

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