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O Amor Também se Aprende

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Quando tentamos perceber porque é que existem pessoas que conseguem amar e outras não, esbarramos com este facto: também se aprende a amar. E é verdade. Não estou com isto a dizer que aqueles que nunca souberam o que é isso, que já não têm a oportunidade de experimentar esse sentimento do amor. Não. Existem muitos exemplos de pessoas que conseguem aprender a amar ao longo da vida, até porque isso nos é inato. Creio que essa capacidade de amar nasce conosco, mas, depois, ao longo do tempo, tem de ser trabalhada para que possa dar frutos. Frutos reais. Frutos verdadeiros. Porque o amor também é verdade.  No entanto, se nos ensinarem a amar, desde novos, talvez estejamos mais preparados para a vida. Pelo menos estaremos mais preparados para não ficarmos sós. Afinal de contas, desde cedo que temos um exemplo daquilo que é amar... Amar incondicionalmente. Seja através de pequenos gestos, de pequenos momentos, de pequenas promessas. A verdade é que vamos beber a esses pequenos ex...

A Vida Não É Para os Fracos

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A alegria é sempre meio caminho andado para se ir fazendo o próprio caminho. Talvez sempre com a curiosidade do que está para vir, com a expectativa acerca daquilo que pode acontecer. Ou não.  A expectativa, a espera e a curiosidade é inerente ao ser humano. Estamos habituados a essas características e não conseguimos viver sem esperar algo.  Sem trabalhar para algo. Sem objectivos. O que acaba por ser a nossa existência se não tivermos propósitos? Pouca coisa. Há uns anos, confesso, não conseguia entender como é que existiam pessoas que não tinham objectivos. Fazia-me, até, alguma confusão como é que isso era possível. Como é que se vive sem expectativas? Não conseguia compreender aqueles que andam por aí, sonâmbulos, literalmente, a viver a pensar na morte. Ou nem a pensar nisso sequer. A viver sem pensar. Simplesmente, a sobreviver a contar cada um dos batimentos do seu coração, sabendo que qualquer dia ele irá parar. Com o passar do temp...

Voltar à Tona de Água

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O quarto estava frio. Nada parecia ter grande côr. Isabel olha para o espaço em seu redor e, apesar de ser quase de noite, não tem qualquer intenção de ligar a luz. Está de pé durante algum tempo e olha para a janela... Depois para a estante e, no fim, para a secretária. Acaba por sentar-se na cama. E assim fica a olhar para o nada. Isabel está cansada. Sente-se muito cansada de toda a sua vida. De nunca conseguir alcançar aquilo que mais deseja... De se sentir a afundar... De se sentir, diariamente, num beco escuro e sem saída... Está cansada de chorar às escondidas, está cansada de nunca conseguir ter aquilo que imagina... Está cansada de estar cansada. Novamente, Isabel fecha os olhos e imagina cada detalhe do lugar específico onde deseja estar. Na sua cabeça, ela consegue delinear cada traço daquele espaço, a cor da sua luz e é capaz de se ver ali... A sorrir e a ouvir aquela canção que tanto gosta. Uma lágrima escorre pelo seu rosto, porque Isabel sabe que não tem nada da...

Qualquer Dia Alguém a Levará Daqui

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Ela abre os olhos. Tal como faz todas as manhãs. "Mais uma...", pensa ela. Mais uma manhã em que ela está viva, apenas ciente desse facto pelo coração que continua a bater. Pisca os olhos uma... Duas... Três vezes. Um outro dia que começa, que apenas segue a sequência ditada pelo planeta e pelo calendário. Ela esfrega os olhos. O barulho que ouve fá-la perceber que são horas. Olha para o relógio na mesinha de cabeceira e, de facto, são horas de se levantar. Ela não precisa de muito tempo para se arranjar. Tudo está onde tem de estar e quase que os seus movimentos são automáticos. Em pouco tempo está arranjada. Sai de casa. Seja o calor do Verão ou o frio do Inverno, como é o caso, além do coração que continua a bater, são duas das coisas que fazem com que ela se aperceba de que está viva. Hoje está realmente frio e ela sente-o. Parece que se entranha nos seus ossos e, por instantes, aqueles que levam a que o corpo se habitue, ela treme. É desconfort...

O Natal dos Sós

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O Natal é uma época em que todos ouvimos o mesmo: “Desejo muita paz e saúde!” “Tudo de bom para a família” “Divirtam-se” E muito mais. Depois existem os anúncios publicitários, o consumismo, a maluquice das pessoas e a falta de respeito, os acidentes na estrada... E ainda é aquela época em que tudo serve como pretexto para estar com as pessoas, mesmo aquelas que nunca vemos durante o ano, nem fazemos o mínimo esforço para tal acontecer. Amor, ódio, solidariedade, egoísmo, bondade, maldade, a generosidade, o aproveitamento, a alegria e a tristeza. De tudo isto e muito mais se faz o Natal. De aspectos positivos e negativos, como em tudo na vida. Mas, o Natal também é feito de solidão. Não apenas aqueles que não têm ninguém, mas também aqueles que, mesmo com pessoas ao seu redor, se sentem sozinhas... Daqueles que não sabem o que é sentir o calor humano, por vontade própria ou por vontade alheia... O meu pensamento está, também com eles, neste pequeno texto. Quanta mágoa será preciso sent...

A Perda do Sentir

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Um dia olhamos para trás e vemos o que nos levou aonde estamos agora. Ficamos tristes ou felizes, dependendo daquilo que temos. Daquilo que conseguimos, ou não, alcançar. É nessa reflexão que ganhamos consciência do que somos. E podemos ou não gostar disso.  Essa consciência pode-nos dizer para mudar.  Ou não. Quando tomamos a decisão consciente de não mudar arcamos com as consequências. Pode  parecer contraditório... Se não gostamos daquilo que somos e somos uns frustrados porque raio de razão não fazemos um esforço para mudar? Fazendo esse repto a nós mesmos as coisas podem correr bem e saímos do abismo onde estamos. Ou não. E se já tivéssemos feito esse esforço e nada aconteceu?  Então é porque a vida levou-nos, inevitavelmente, a onde estamos.  Com esforço ou sem esforço.  A gostar ou não.  É assim. E isso existe. Não apenas a ideia de que somos capazes de mudar tudo aquilo que quisermos. Isso é mentira. Existem mudanças que não acontecem.  E ...

A Prisão do Ponto Sem Retorno

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Quando chegamos a um ponto sem retorno é o mesmo que nos sentirmos presos. A nossa liberdade termina quando deixamos de ter a oportunidade de voltar atrás. Voltar ao ponto de viragem... De viragem porque tem subjacente duas escolhas: a de seguir em frente ou a de recuar. Se ficamos sem essa possiblidade, a de recuar, então só podemos andar para o que está a seguir.  E, às vezes, nem sempre o que vem a seguir é aquilo que queremos. Por isso mesmo estamos presos.  Como reagir perante essa realidade? É impossível que o consigamos fazer sem ressentimento, sem  frustração, sem irritação, sem tristeza. Porque nunca ficamos imunes a esses sentimentos se vamos fazer algo que nunca quisémos. Como se continua a viver se tudo aquilo que se perspectiva nos faz querer parar e recuar? É tal e qual como quando paramos num sinal STOP. Sem dúvida de que se estamos perante este sinal temos de parar. Para depois seguir em frente. Não podemos recuar, apenas seguir em frente. E se não quiserm...