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Realidade Utópica

Vivo numa Utopia. Ou, pelo menos, vivia. Na minha utopia as pessoas ajudam-se umas às outras sem interesses. Dão o seu tempo sem pensar se vão receber algo em troca. Na minha utopia as pessoas são verdadeiras. Não querem passar por cima de ninguém e mostram aquilo que verdadeiramente são, seja em que altura for. Na minha utopia, que não está assim tão longe do que acontece, continuam a existir países em guerra, cidades destruídas, tráfico de droga, bairros sociais, pobreza, exclusão social, querelas entre vizinhos, discussões superficiais... Tudo isso existe. Mas, nesta utopia, aqueles que se declaram como os que querem mudar este cenário declaram-no de forma ponderada, pensada e, mais do que isso, é aquilo que eles realmente querem fazer. Sem servir interesses próprios, sem servir interesses alheios, sem servir os egos de quem os rodeia. Apenas o fazem porque é isso que todos nós devemos fazer: sem pensar no sucesso que teremos, na fama que vamos alcançar, no tempo dos media que...

João Pedro Almendra deixa os Peste & Sida

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Num comunicado enviado hoje à imprensa João Pedro Almendra afirma a sua saída de uma das bandas mais conhecidas do rock português. Embora só hoje esta decisão tenha sido comunicada, o agora ex-vocalista dos Peste & Sida, já tinha deixado a banda em Outubro deste ano. "Eu, João Pedro Almendra declaro que a partir de OUTUBRO de 2010 deixei de pertencer à banda  Peste & Sida ”", pode-se ler no comunicado. Almendra foi fundador da banda em conjunto com João San Payo. Acabou por sair da mesma no final dos anos 80 e em 2003 voltou a participar em alguns concertos do grupo apenas como convidado. Passados três anos ingressa definitivamente na banda, onde participa activamente, tendo editado o àlbum Cai No Real , em 2007 (o último trabalho de originais dos Peste & Sida). No ano passado, esteve em concertos um pouco por todo o país, com uma tour que celebrou os 20 anos do lançamento de "Veneno". Actualmente, os Peste & Sida e...

A Vida Foi-lhes Cortada Pelo Pé

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A guerra mata. A guerra serve interesses. A guerra protege. A guerra ataca. A guerra destrói. A guerra fere. A guerra muda. Primeiro Ataque. Primeiro contra ataque. Estado de Sítio. Prolongam-se os mútuos ataques. Mortos. Dinheiro. Negociações. Fim. A guerra acontece em certos locais muitas vezes esquecidos pelos outros. Mas não por aqueles que lá têm algum interesse: seja territorial, económico ou político. As invasões apenas acontecem por interesses. Não é pelo ingénuo sentimento patriótico que nos incutem. Tretas. Esse nacionalismo fervoroso, que nos faz crer que somos melhores do que qualquer outra nação, faz crescer em nós o desejo de fazer calar, de nos vingarmos e de partir rumo ao objectivo comum: partir para o combate. Vangloriarmo-nos aos céus para que todos os indivíduos da sociedade acreditem que é isso que se tem de fazer. Tudo isto é-nos impingido por uma valiosa e bem estudada propaganda. O povo acredita, ou pelo menos a maioria. Há uns que se retraem, porque preferem...

"Atulhanço" e "Falhanço"

Num dia como hoje penso porque temos a necessidade de nos atulhar. Sim. É verdade. Passamos a vida a entulhar-nos. De pensamentos sobre o que nos aconteceu, o que nos está acontecer e o que nos irá acontecer. De tristezas connosco próprios e com os outros. De problemas em casa, no trabalho. De compromissos que nunca cumprimos. De Desejos realizados, mas também os nunca realizados. De sonhos que nunca virão a chegar a ser uma realidade. Podia continuar com a lista. Mas fico-me por aqui. Cheguei onde queria. São eles que permanecem na minha mente. Os sonhos. Esses que imaginamos... Vezes sem conta. Que nos perseguem todo o dia. Basta pararmos um segundo para nos voltarmos a concentrar neles. Em todos os seus pormenores, em todos os seus detalhes, em todos os gestos que se fariam e em todos os momentos em que isso acontecia. A sua irrealidade da-nos uma inquietude, um fervilhar no estomâgo. Uma dor de cabeça. Os olhos baixam e as mãos elevam-se, para apoiar a cabeça q...

Um noite de Rock no MusicBox

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Mais um dia de trabalho cheio de encontrões e de complicações.  Depois de um dia em que fomos observados até à exaustão e de já estarmos acordados desde as 8 da manhã e de andar quilómetros.... A noite pedia diversão. Às 23horas o Cais do Sodré estava calmo. Nem parecia estarmos numa das zonas da noite de Lisboa mais conhecidas. A fila para entrar no Musc Box não existia, mas a expectativa de ver a sala cheia era grande. Esperava-se que a música ia começar a soar daí a meia hora. Mas, como já é habitual, houve ainda algum tempo para as pessoas se acomodarem, pedirem um copo, reverem amigos e conversarem sobre o quotidiano. Acima de tudo foi tempo de conviver, sempre ao som do Dj Billy , que passou clássicos do punk-rock, mas também músicas recentes. Um ambiente que animou quem estava, mas também as pessoas que começavam a chegar.  De repente: movimentações no palco. Um toque de bateria. Um acorde de guitarra. Será q...

Passámos um pelo outro...

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Agarra-me. Corrompe-me. Para depois sentir Confusão. Na vida ordinária Na morte esperada Na tua ausência forçada Na minha presença enganada. Tudo o que está aqui é-me estranho. Não conheço estas paredes. Não conheço as tuas palavras. Não conheço os teus gestos. Quero a verdade que me escondes! Porque é que estás aqui? Sai! Recuso-me a acreditar no que me fazes querer. Repulsa. Preciso dessa repulsa. Preciso desta recusa. É a certeza de que te quero. É o que me faz viver no meio dos hipócritas. Dos javardos que nos comem os olhos , Que nos perfuram a cabeça E se regozijam ao desfazer o nosso cérebro. Deixei de pensar. Deixei de ver. Apenas sinto. Sinto-te . Chega-te ao pé de mim. Torna-te parte de mim. Toca-me. Desperta o resto da humanidade que me resta... Toma-me nos teus braços. Não me deixes cair. . . . Não! Agora não me quero deixar levar. Larga-me! Porque te intrometes? Porque te aproximas? Não me conheces... Sai! Deixa-me estar na minha miserá...

No fim do Dia

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Percorro as ruas de Lisboa. O final de tarde já chegou e as pessoas apressam-se para chegar a casa. Uns com os filhos pela mão, outros com os/as namorados/as e outros sozinhos. Admiro as pessoas que estão na sua normalidade. Admiro aquelas que não se importam com o que os outros pensam. Admiro ainda aquelas que fazem o que for preciso para serem felizes, para estarem bem consigo mesmas. Essas pessoas têm muito valor e às vezes são aquelas que a hipócrita sociedade mais recrimina: pela sua maneira de falar, ou de vestir ou de agir. De repente, sinto um desejo enorme de ser como eles. De ter a coragem suficiente para fazer o que quer que seja que me apeteça. Desligar daquilo a que o mundo me obriga. Desligar daquilo que os outros dizem. Páro na rua. Fecho os olhos e penso em ti. Começo a ver todos os traços da tua face. A cor dos teus olhos, o teu sorriso, os teus gestos, a tua alegria. Só quero estar assim. Com esta imagem... Deixem-me estar ass...