Um noite de Rock no MusicBox

Mais um dia de trabalho cheio de encontrões e de complicações. 
Depois de um dia em que fomos observados até à exaustão e de já estarmos acordados desde as 8 da manhã e de andar quilómetros.... A noite pedia diversão.

Às 23horas o Cais do Sodré estava calmo. Nem parecia estarmos numa das zonas da noite de Lisboa mais conhecidas. A fila para entrar no Musc Box não existia, mas a expectativa de ver a sala cheia era grande. Esperava-se que a música ia começar a soar daí a meia hora. Mas, como já é habitual, houve ainda algum tempo para as pessoas se acomodarem, pedirem um copo, reverem amigos e conversarem sobre o quotidiano. Acima de tudo foi tempo de conviver, sempre ao som do Dj Billy, que passou clássicos do punk-rock, mas também músicas recentes. Um ambiente que animou quem estava, mas também as pessoas que começavam a chegar. 

De repente: movimentações no palco. Um toque de bateria. Um acorde de guitarra. Será que é agora?
É tempo de as pessoas se levantarem. Ninguém quer perder nada do que se vai passar. Afinal de contas espera-se um espectáculo de duas bandas.
Em frente. Desta vez temos de estar na frente. Furámos pela multidão (tal e qual como os Peste & Sida fizeram no Gingão), e depois foi só esperar para que todos os elementos dos Primata Robot se posicionassem em palco.

Baixam as luzes. Guitarradas. A noite começava com a estreia em palco deste grupo que trouxe sete músicas ao público do MusicBox. Apesar de ser o seu primeiro concerto, a banda levou um reportório com uma mensagem clara, que pretende questionar o que se passa à nossa frente. Mostrou-se segura e até trouxe confettis para animar quem assistia.

O público aqueceu para a banda que se seguia. Agora, o MusicBox era já uma sala composta e com o ambiente perfeito para mais música. Enquanto os anfitriões da noite não subiam ao palco, mais bebidas fora servidas, trocaram-se mais uns dedos de conversa sempre acompanhados do melhor som.

Até que a música que estava a ser posta pelo Dj Billly parou. A porta que dá acesso ao palco abriu-se e João, o vocalista, aparece com a guitarra em riste. Nada de estranho. Paulinho traz o baixo, nada de estranho. O baterista traz um bombo, nada de...
Espera lá. Um bombo?
"E para onde é que eles vão?", pensava eu. 

A esta altura já estavam fora do palco e vieram juntar-se ao público. O ritmo começou no meio de quem assistia e foi percorrendo caminho até subirem ao palco. Afinal de contas, é do publico que, muitas vezes, a música sai. E assim começou o concerto dos Gazua que revisitou clássicos, mas também músicas novas. Um concerto como há algum tempo ja se pedia para os lados de Lisboa.


Mesmo sendo uma quinta-feira as pessoas não arredaram pé e os Gazua viram isso: "Obrigada a todos por estarem aqui (....) numa quinta-feira ou são corajosos ou estão desempregados". Uma brincadeira que nos deixa uma pista sobre o tipo de letras que nos trazem. Com uma critica social explícita, são letras que nos incitam a olhar mais para o que é feito na nossa sociedade e, acima de tudo, que deixam claro o querer chegar a algo melhor. Isto foi mais do que suficiente para pôr quem conhecia e quem não conhecia Gazua a gostar daquilo que viu e ouviu. A música "Queremos a Música de Volta" foi aquela que pôs o MusicBox aos pulos e a cantar.

Um outro aspecto que impressiona quem vê os Gazua em concerto é o seu profissionalismo. A voz certa de João acompanhada por uma guitarra que impõe respeito com os seus solos que fazem mexer qualquer parte do corpo aliada à bateria frenética e enérgica de Paulo Corvo e com um baixista, o Paulimho, que dá tudo o que tem em palco faz dos Gazua uma das melhores bandas do punk português.

Uma noite de saltos, de cantorias e de contacto com uma das melhores coisas que há: a música genuína.

Links:
Dj Billy - http://billy-news.blogspot.com/

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