Tempo, para Longe, Leva-me!

Sinto que tudo é uma prisão,

Quando vivo a tua ausência,

Na minha solidão,

Na tua inexistência.


Recordo-te todos os dias,

Na tua postura desprendida,

Nas palavras que me devias,

No teus braços protegida.


Não serei eu o que tu querias?

Por certo, estou longe do que pensarias.

Por Outra esperarias,

Onde, no seu colo, tu morrerias!


Ainda te sinto do meu lado

Como se o tempo não tivesse passado

No meu choro imaculado

No meu amor desinteressado.


Clamo aos Céus por mim e por ti

Para que de uma vez alguém

Me perdoe pelo crime que cometi

De te amar como ninguém...


Dói-me o peito carregado de angústia,

Por não mais te vislumbrar.

Cabe-me esta pura modéstia

De ao longe te amar.


Mas, pergunto como tanto me tiveste enganada,

Iludida pelos teus belos ditos,

Com os teus gestos fascinada,

Perdida nos teus olhos eruditos!


Olhos que tanto me acalentaram,

Como se a mim me quisessem,

Que tanto me disseram

Como se de mim dependessem.


Guardo em mim esta dor

De não poder compreender

Este sentimento avassalador

Do qual não me posso defender.


Tempo, para longe, leva-me!

Leva-me deste Tormento

Tempo, para Longe, leva-me!

Nas tuas asas, Oh! Sofrimento!

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

A Dúvida da Certeza

Posso dizer-te que Gosto de Ti?

Conhecer e Dar-se a Conhecer