Poema da Tristeza Repetitiva

Tenho em mim uma tristeza que me assola.

Que me assola na minha quietude.

Na minha quietude, onde tudo está em silêncio.

Onde tudo está em silêncio, que revela a sua plenitude.


Que revela a sua plenitude, tal como esta minha tristeza...

Tal como esta minha tristeza que me consome.

Que me consome como o lume a um fósforo,

Como o lume a um fóforo que se some.


A um fósforo que se some no ar,

No ar que me tem presa a esta tristeza.

A esta tristeza atroz, que me arranca tudo aquilo que sou.

Tudo aquilo que sou, que se desvaneça!


Que se desvaneça tudo aquilo que eu sou!

Tudo aquilo que eu sou é igual a nada, como sempre assim fui.

Sempre assim fui, escondida nas sombras.

Escondida nas sombras, alguém que nada possui.


Alguém que nada possui, salvo esta tristeza,

Salvo esta tristeza que me pesa no coração.

Que me pesa no coração, como uma pedra pontiaguda,

Uma pedra pontiaguda que me perfura até à exaustão.


Até à exaustão de não te ter,

De não te ter e continuar a sobreviver,

Continuar a sobreviver nesta amargura,

Nesta amargura que me leva a endoidecer.


Que me leva a endoidecer nesta sobrevivência sem ímpetos,

Nesta sobrevivência sem ímpetos e sem agrados,

Sem agrados e sem cor,

Sem cor e sem floreados.


Sem floreados e sem adornos,

Sem adornos e máscaras,

Sem máscaras e disfarces,

Sem disfarces e duas caras.

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