O Significado de Férias
"Interrupção relativamente longa de trabalho, destinada ao descanso dos trabalhadores"
Este é um dos significados que o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (http://www.priberam.pt/dlpo/) dá à palavra férias. Sim. Essa bela palavra que ganha ainda mais importância, quando já não estamos a usufruir desse descanso prolongado.
Essa interrupção pode ser, por exemplo, de três semanas. Três semanas em que nos fechamos ao quotidiano, à rotina da nossa vivência e temos tempo para fazer aquilo que nos dá na real gana.
Como é bom! Não há horários, não vemos sistematicamente as mesmas pessoas, não comunicamos com quem não queremos e encerramos o nosso posto de hipocrisia, ao qual, frequentemente, somos obrigados a ir, principalmente no trabalho.
Como é bom! Senti-mo-nos livres. Dizemos o que queremos, a quem queremos, do modo que queremos. Não falamos, quando não temos nada para dizer. Até podemos desligar o telemóvel e deixar de ir à Internet.
Como é bom! Desligamo-nos do mundo. Podemos não comprar o jornal, não vemos telejornais e esquecemo-nos de que o mundo lá fora existe. É como se deixassemos de existir e como se não quisessemos saber do que acontece há nossa volta. Nem que seja por essas semanas de férias...
Como é bom! Não ter de lidar com Homens desumanos e desonestos, interesseiros e mentirosos. Porque esses, simplesmente, deixam de existir. Nem que seja por essas duas semanas... O mundo ganha outro brilho e sentimo-nos leves. Verdadeiros e desanuviados. Sem medos de represálias, sem inseguranças desnecessárias.
Mas aquilo que essa "interrupção relativamente longa de trabalho" me possibilita vai além disto. Ou melhor, dá-me a oportunidade de experienciar tudo isso, mas dá-me muito mais: boas recordações daqueles de quem eu gosto. É verdade. Não quer dizer que durante um ano de trabalho isso não aconteça, porque acontece. Mas durante esta interrupção tenho a oportunidade de estar com pessoas que trago sempre comigo, mas com as quais não me é possível estar sempre que quero. Os bons momentos que passamos nestas férias, transformam-se em grandes recordações que me ajudam a seguir em frente, quando dou de caras com o mundo e a realidade.
Agora é tempo de regressar à rotina, às pessoas, às situações difíceis, mas com a certeza de que, neste momento, tenho mais memórias. Daquelas que ficam sempre connosco. E com outras resoluções: seguir em frente, sem dar importância àquilo que, por mais que tente, não me deixa ser uma pessoa concretizada. O que interessa é não me interessar. Tudo será mais fácil de suportar.
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