Confrontar Obstáculos

A vida é feita de obstáculos.
Alguns deles impostos, outros que surgem por um acaso, ou ainda existem aqueles que são causados por nós mesmos ou por terceiros. Os obstáculos são complicados. Mas sabemos que os temos de ultrapassar para que cheguemos a atingir algo, alcancemos o nosso objectivo. E talvez seja aqui onde se encontra o primeiro obstáculo (e um dos mais difíceis de superar): saber qual o nosso objectivo.

Parece-me que andar sem rumo é, também, um obstáculo, um empecilho que não nos permite avançar. Se não tivermos nenhum local para chegar, de que forma podemos fazer caminho? É a mesma coisa com os atletas. Existe alguma competição onde os atletas não saibam o caminho a percorrer e qual a meta? Não. Isso não acontece. Isso serve também para percebemos como devemos encarar a vida. Independentemente, da natureza dos obstáculos, para termos uma vida com sentido é preciso, entre outras coisas, que tenhamos um objectivo. É isso que nos vai orientar e nos vai guiar. Se não apenas seremos meros seres humanos que vagueiam. Será isso ser Homem? Penso que não.

Ultrapassado esse primeiro problema, o de identificar um objectivo de vida, compete-nos seguir em frente. Permanecendo com a metáfora do atleta, estamos prontos para partir e correr a nossa prova, chegarmos à meta e tentar fazê-lo com o melhor tempo possível. Atenção que estar pronto, para mim, não é o mesmo que estar preparado. Quantas vezes partimos para uma luta, não estando devidamente preparados? E será que alguma vez estaremos? É muito difícil para o ser humano estar preparado a 100% para enfrentar algo que não sabe o que lhe reserva. Da mesma maneira que a vida é feita de obstáculos, a vida é também feita de incertezas. Podemos e devemos estar preparados o melhor que conseguirmos. Termos capacidade de encaixe para quando as incertezas e os imprevistos aparecem. E, mais do que termos essa capacidade, importa, também, saber responder a esses desafios. Termos capacidade de acção e não ficarmos à espera de que as coisas se resolvam. Termos força para nos reerguer e, assim, continuar o nosso caminho. 

É certo que alguns estão mais preparados do que outros para enfrentar isto a que deram o nome de vida. Existem pessoas que pelas experiências passadas, pelos ensinamentos que foram recebendo ao longo da vida e pelos valores que têm adquiridos, estão mais bem preparadas. E desta preparação não pode escapar a o feitio. O feitio das pessoas também conta muito. Mas esse é também desenvolvido por aquilo que está à nossa volta, por aquilo e com aquilo que crescemos. Mas isso ficará para outro texto...

A verdade, é que temos de seguir em frente. Por mais imprevisíveis que possam ser os obstáculos temos de nos saber reerguer e ultrapassá-los. É óbvio que esta é uma capacidade que se vai desenvolvendo para aqueles que ainda não a tem. É um processo de aprendizagem. E nesse caminho é necessário tempo para nos voltarmos a por de pé. Isso não é instantâneo e há alturas que pesam mais do que outras. Quando batemos de frente com um obstáculo, ou batemos demasiados vezes seguidas em empecilhos, é necessário ter tempo para parar. Para recuperarmos. Pode ser muito ou pouco tempo, mas temos de o fazer, com a esperança de que quando voltarmos ao caminho estejamos mais fortes (muito embora essa também seja uma incerteza). Recorrendo novamente ao desporto, os atletas têm lesões e necessitam de tempo para se curarem e quando o fazem, completamente, por mais tempo que levem, eles regressam à sua actividade e muitas vezes com mais força. 

É disso que precisamos: de tempo para recuperarmos e voltar ao confronto com os obstáculos. Porque a vida é também feita de confrontos. Mas isso vai também ficar para outro texto. 

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