A Todos os que Não me Deixaram Ir

A 14 de Outubro escrevi um texto neste blog intitulado "Não te vou deixar ir", inspirado numa canção, e no videoclip da mesma, de James Morrison, "I Won't Let You Go". Esse texto é uma pequena história fictícia, onde o mais importante a reter, é a necessidade de nos tempos mais difíceis termos sempre alguém que "não nos deixe ir". Que não nos deixe desistir disto que é a vida. A verdade é que podemos viver, mas já termos desistido da vida... Hoje ao recordar-me desse pequeno texto que escrevi, apercebi-me de que esse foi o curso do meu ano. 2014 resumiu-se a isso mesmo: ter a sorte de ter algumas pessoas que "não me deixaram ir". 

Por vezes, recordo-me de quando era adolescente eu me imaginar no futuro. Acreditava, plenamente, que a vida era feita de grandes festas, principalmente com muitos amigos ao meu redor, muita folia e boa disposição. Como costumo dizer que tudo iria ser "uma animação"! Porém, a vida tem-me mostrado o contrário. É verdade que tenho feito algumas tentativas para mudar isso, poucas vezes o consegui. Ainda noutro dia li uma frase interessante que dizia mais ou menos isto: quando nos acontece algo de bom, logo de seguida vem algo para nos cortar o pé. E talvez seja mesmo assim que tenha de ser. Todos nós não temos as mesmas vivências, a mesma forma de encarar a vida. Não temos os mesmos silêncios, as palavras que ficaram por dizer, os momentos que nunca vivemos na época em que o deveríamos ter feito, a inabilidade de investir nas relações de amizade ou não. 

Na realidade, tudo isto serviu para me mostrar que as coisas não acontecem da forma que mais desejamos e, muitas vezes, a culpa não é nossa. É da oportunidade, da ocasião, dos feitios dos outros, do nosso próprio feitio. Inúmeras razões para explicar o que nunca pensei que se pudesse tornar no meu presente.

Pois bem. A verdade é que assim é. Mas, mesmo assim, tenho a sorte de ter ao meu lado pessoas que sempre estiveram comigo. Por mais difícil que tenha sido, não só este ano, a verdade é que sempre estiveram do meu lado. Não me quiseram deixar ir, muito embora existissem ocasiões em que o tenha desejado. Mas também souberem atingir o equilíbrio perfeito: deixar-me só quando precisei. 

No entanto, olhando para trás, as coisas menos boas são aquelas que mais prevalecem na minha memória: oportunidades desperdiçadas, a preocupação que me consome, as amizades perdidas, as desilusões, discussões e palavras que magoam, o amor que termina, a tristeza por aquilo que somos obrigamos a viver.

Porém, como já referi, quando olho para este ano vejo também aqueles que me "suportaram". Aqueles que nunca me viraram as costas, que sempre me deram a sua palavra e a sua mão. Aqueles que não me deixaram perder. 
Obrigada. 
A todos vós que nunca me desiludiram, que nunca me cobraram nada e que me aceitam com as minha qualidades, defeitos e fraquezas. 
Obrigada. 
Sei bem que não fazem mais porque não podem e, muitas vezes, porque também sou eu própria que não os deixo. 

Fecho este ano sem esperança de que o próximo seja melhor, mas sempre com a certeza de que vos terei, meus amigos e família, sempre, sempre, ao meu lado. E apenas com um desejo: que mesmo que tudo se desmorone a vossa amizade e o vosso amor me permita, no meio da lama e do desconhecido, ter força para conseguir continuar a desbravar este meu caminho, por mais difícil que pareça ser.

A todos um bom ano de 2015!

E aqui fica uma das canções que, não sendo deste ano, me marcaram profundamente!



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