Um Paraíso Perdido

Assim que chegamos apercebemo-nos da singularidade deste lugar. Assim que passamos a entrada da quinta e pisamos o seu interior somos transportados para uma outra era, para um outro lugar, para uma existência diferente.

Somos recebidos por uma esfinge. Logo de seguida somos saudados por budas. Meu Deus! Que figuras são estas que nos olhem de forma misteriosa, que nos fazem continuar em frente com vontade de descobrir o que este sítio nos tem para oferecer? Do cimo da entrada vislumbramos por entre as árvores várias figuras, mas que não conseguimos identificar. Se continuarmos em frente, uma enorme aranha e um simpático dinaussaro estão à nossa direita. Acompanhados por figuras humanas, desta vez representadas por troncos estrategicamente colocados, que estão assutadas por estes enormes animais. 

Assim que descemos, há algo que se distingue no horizonte. As longas e numerosas escadas que nos parecem levar até ao poderoso buda, que nos chama até ele. Porém, assim que seguimos com a nossa viagem somos interpelados por centenas de figuras. De repente, parece que estramos num filme e que estamos perante os soldados orientais prontos a combater, com as suas espadas de samurais. 

Seguindo pelo lago somos empre acompanhados por outros budas. Brevemente somos preenchidos por uma calma que não existe por dentro. Um passeio que nos transporta do presente para o passado, do mundo moderno ocidental, para o mundo ancestral oriental. Aqui recebemos, sem pedir nada.

No entanto, há algo que nos faz regressar ao mundo em que vivemos. A saída da quinta não é igual a todas as outras que conhecemos. Como se voltar para o nosso quotidiano já não fosse chato o suficiente, ainda temos de entrar pela loja de vinho para saírmos da Quinta dos Loridos. Quem fez isto desta maneira até foi inteligente, mas não deixa de ser incómodo.... "Bem vindos ao admirável mundo do oportunismo, bem vindos ao circo do consumismo*".  

De qualquer das maneiras a visita à Quinta dos Loridos, na freguesia do Carvalhal, no Bombarral não é para deixar de ser feita. É incrível como não nos damos conta dos bonitos sítios que temos para desfrutar. Pensamos que as melhores coisas estão longe, mas podem estar bem perto. Afinal o paraíso pode existir nesta Terra, embora pareça estar perdido.


Título do Post, por Cátia Loureiro

* Excerto da música Cidade Veneno dos Peste & Sida (2007, álbum Cai No Real)

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