"A Paixão Pode Aumentar Com o Tempo"
A pergunta que tinha saído nas cartas era simples: já se apaixonou? Como foi?
Era claro que o propósito era refletir sobre paixão. Um tema que considerei curioso, principalmente porque acompanhava uma sessão de trabalho com seniores. Estavam todos reunidos, em roda, a realizar esta dinâmica.
"A paixão pode aumentar com o tempo". Foi esta a resposta de um dos participantes, com mais de 70 anos, creio. Concerteza que esta foi uma das coisas mais bonitas que ouvi dizer nos últimos meses. No meio desta declaração alguns dos presentes mostraram surpresa no rosto e, pareceu-me, outros quiseram contrapor esta ideia. Mas, o dito senhor explicou.
"Quanto mais velhos somos, vamos dando mais atenção a outras coisas e a paixão inicial pode aumentar". Fiquei embevecida a olhar para o senhor. Tive vontade de o puxar para o meu lado e de ficarmos ali os dois para que eu pudesse perceber como é que alguém vê a paixão desta forma tão pura e honesta. E, diria até, idílica.
É mais do que sabido aquilo que nos diz o senso comum: a paixão é forte e fugaz, depois das duas uma: ou passa e esquece-se ou desenvolve para o amor.
Mas, e se o senhor tiver razão?
Faz-me sonhar um pouco imaginar que aquilo que este senhor disse seja verdade. Como se o sentimento despedido de barreiras, a paixão, não fosse fugaz e pudesse durar a vida inteira. Que bonito, não? Isso será viver. Viver uma paixão, esse sentimento forte, que pode desenvolver-se pelo tempo, tornando-se maduro, seguro e maior. Isto contrapõe em tudo aquilo que eu sempre julguei que fosse a paixão. Eu já a senti, mas desenvolvia-a para algo mais que não sei classificar. Talvez continue a ser uma paixão sem fundo.
Oh! Que sei eu sobre isso? Nada, realmente não sei nada. Mas, fez-me sonhar e sorrir. Quão feliz tem de se ser ou já foi para ter esta ideia?
Imagem: The Hug - Tom Sullivan
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