O que é Ser Feliz?

Quando somos mais novos pensamos que vamos ser capazes de fazer tudo. De alterar a nossa realidade, de sermos melhores, de termos o que não temos, de atingir os nossos maiores objetivos, sejam eles quais forem: ter um bom emprego, ser ricos, ter o amor, livrar-nos de um trauma, mudarmos aquilo que nos faz sofrer... Enfim. Basicamente, quando somos crianças pensamos que vamos ser capazes de ser felizes.
Mas, afinal, o que é isso de ser feliz?

Primeiro, penso que o que significa ser feliz depende daquilo que cada um de nós acredita que é ser feliz. Ou seja, para mim ser feliz pode ser encontrar um amor verdadeiro, enquanto que para outra pessoa, ser feliz pode ser ter filhos. Enfim... Não falo aqui na alegria momentânea de adquirirmos algo. Acredito que o ato de comprar alguma coisa, um objeto ou um serviço, não é o caminho para a felicidade, seja para quem for. É sim, e pode com toda a certeza ser, um motivo de contentamento.

Ao contrário daqueles que dizem que a felicidade é momentânea, creio que, pelo contrário, a felicidade, a verdadeira felicidade, é permanente. É para sempre. É como se encontrássemos algo e o tornássemos nosso para sempre. Algo que não conseguimos dar a ninguém, que nos pertencesse por completo.

Pessoal e intransmissível.

Sim. A felicidade é isso: é da pessoa, só dela, não a pode passar a ninguém. Faz parte da sua essência.

Talvez seja por isso que as pessoas felizes nos parecem ter sempre uma aura diferente. Um sentir diferente, transmitem uma harmonia distinta de tudo o resto.

Ser feliz é, de facto, ser diferente.

É possível um coração infeliz identificar um coração feliz. Daí que eu pense que conheço algumas pessoas que são felizes. São poucas, é certo, mas transmitem-me sempre algo de apaziguador. É óptimo estar com pessoas que são verdadeiramente felizes. Pelos menos faz o meu coração estar mais descansado por ter à minha frente a prova de que isso existe. De que a felicidade é uma realidade.

Já não sou uma criança e, muitas vezes, quando me perguntam surpreendidos: "mas onde está a criança que há em ti?", quero responder que ainda não desapareceu, mas está adormecida.

Há muito que está adormecida, por isso deixei de acreditar que alguma vez vou ter o que sonhei em pequenina, onde imaginava que existia uma possibilidade de tudo ser distinto, onde teria a verdadeira oportunidade de experimentar o que é estar em harmonia. Agora que penso nisso, não sei se alguma vez senti essa harmonia... Já não sei bem.

Mas, o que importa, é que pelo menos eu sei que a felicidade existe. E era tão bom que existisse mais na humanidade. Se assim fosse, haveria menos guerras, menos ganância, menos crime, menos maldade, em suma, menos sofrimento.

Não quero com isto dizer que se as pessoas que não são felizes, automaticamente sejam más. Eu não me considero má pessoa. Isso já tem que ver com os valores com que crescemos ou que adquirimos ao longo da vida. Mas tenho impressão que a felicidade automaticamente está relacionada com bons sentimentos.

Se não forem felizes, não tenham medo de estar perto de quem o é. Acreditem que é fabuloso e faz-nos sentir que nem tudo é negro. Que há umas luzinhas que iluminam esse negro. Tal como as pequenas estrelas que se mostram presentes no céu escuro de todos os dias. Da mesma maneira que quando vemos essas estrelas as achamos lindíssimas, também conseguiremos ver, sem inveja ou anseio, o quão é bela a felicidade dos outros.  

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

A Dúvida da Certeza

Posso dizer-te que Gosto de Ti?

Conhecer e Dar-se a Conhecer