Easy Love*

O coração vem cheio.
Cheio de novos momentos, de novas histórias e, sobretudo, de novas recordações que me vão permitir continuar a seguir o caminho.

É quando aqueles que estão à nossa volta nos deixam mais ricos pelo seu amor e amizade que temos a certeza de que há algo mais que nos vai ajudar a lidar com o que aí vem.

O amor é, de facto, um sentimento poderoso. E, quando o sentimos, mas também quando o conseguimos materializar em momentos, por exemplo, tudo parece que se desvanece. E essa materialização acontece quando os outros aceitam o desafio de estar connosco, apesar dos nossos defeitos, dos nossos medos, dos nossos problemas, das nossas faltas... Quando temos alguém connosco que aceita de livre vontade estar nesse nosso desafio que é a vida, isso é o mais precioso.

Teimamos em não aceitar essa mão, mas essa está sempre à nossa espera. Se assim acontecer, isso é o verdadeiro sentido da vida. Sentido que deve ser sempre agarrado com unhas e dentes, mesmo que pensemos que não valemos o suficiente para essa dádiva. Porém, se ela aparece no nosso caminho, aceite-mo-la.  Aceite-mo-la sem olhar para trás. Se ela aí está, à nossa espera, por alguma razão é.

Nas últimas semanas tive essas "dádivas", que fui agarrando... Algumas delas com maior facilidade, outras com mais insegurança, medo e incerteza. Porém, foram essas que agarrei com "as mãos a tremer" que mais gozo me deram. Talvez por serem uma novidade, ou por representarem algo que nunca tinha feito, ou por não saber lidar com essa sensação plena de gratidão e de puro amor, essas "dádivas" foram as que mais medo me proporcionaram. Mas, posso garantir, que o resultado foi tão bom... Tão pleno na sua pureza de sentimento, no conforto do seu silêncio, na alegria do seu sorriso, na escrita de novas histórias, nas longas conversas acompanhadas com um copo de vinho (e não só) que agora ficam guardadas no tesouro da minha memória, mas, também, no meu próprio corpo, no meu próprio comportamento.

Na realidade, não são apenas os momentos de felicidade que ficam na nossa memória.
Não. Esses momentos de felicidade, de amor e de amizade, ficam em nós como motores para seguir no percurso do nosso dia-a-dia com a certeza de que não estamos sós, mesmo que, a solidão se queira apoderar de nós. Assim, estes momentos de sentimentos puros e verdadeiros podem mudar-nos, ou, pelo menos, tornam tudo muito mais suportável.

A certeza de que temos quem nos ama e quem nos cuida é maior do que tudo. É essa verdade que nos dá a nós próprios a capacidade de, também, amar e cuidar dos outros.

A quem tornou possível tudo aquilo que aqui escrevi: Obrigado. Obrigado a Ti. Obrigado a todos. Não são necessários nomes, pois todos eles sabem o que realmente significam.

É impossível não deixar aqui um pequeno registo daquilo que foi o concerto do James Morrison, no Festival do Crato, no passado dia 25 de Agosto.



Tudo porque, na verdade, é isto que é necessário: a partilha, a calma, a agitação, o fervilhar, o saborear, a simplicidade, a sensação de estarmos onde sempre deveríamos ter estado... É de tudo isso, e muito mais, de que é feito o amor. Tudo isso é aquilo que tenho.

Excerto da letra "Easy Love" (*) (de James Morrison, do álbum "Higher Than Here")
"Cool, calm, slow, deep, fresh, so easy love
I can't get another
Cool, calm, slow, deep, fresh, so easy love

I need your easy love
If I don’t get it 'til I’m crying like boohoo
No one else is good enough
Ain't nobody going to put me in their pocket like you do"

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