O Amor Utópico
Amélia olhava para as pessoas à sua frente e sorria. João e Maria eram perfeitos um para o outro. Os seus rostos mostravam aquilo que devia ser a felicidade... Uma ligação muito pessoal, uma intimidade que se expressa nos pequenos gestos. Ainda bem. Eram felizes e isso é o que importa. Nada mais. Tudo vale a pena por isso... Tudo vale a pena para que aqueles a quem se ama sejam felizes. Aos quarenta anos de idade, Amélia nunca tinha experimentado o amor. Sabia o que era, lia isso nos livros, ouvia o que era esse sentimento nas canções de vários músicos, via exemplos disso na televisão. E, secretamente, ela pensava que isso era um máximo. A possibilidade de encontrar alguém em quem se colocava todos os seus sentimentos e confiança para continuar a vida em conjunto... Alguém a quem podia abraçar, mas também poder dar-se ao luxo de se deixar abraçar... Tudo isso, agora, fazia parte da sua cabeça, como se pertencesse a um sonho longínquo, que tinha tomado as formas d...