A "Loucura" das Praxes, da Inércia e da falta de noção de Regras
As perguntas nascem daquilo que vemos a acontecer no mundo e no nosso país. E a principal questão que hoje se impõe, e que já foi abordada neste blog, é:
AS PESSOAS ESTÃO LOUCAS?
Seria interessante perceber qual a definição no dicionário para a palavra louco. Vejamos estas duas primeiras retiradas do dicionário Priberam (http://www.priberam.pt/dlpo/louco)
"1. Que ou quem perdeu a razão; que ou quem apresenta distúrbios mentais. (...)
2. Que ou quem tem um comportamento absurdo, exagerado, contrário ao bom senso ou ao que é considerado razoável.".
Curiosamente, estas definições falam de bom senso e razoável. E voilà! Aqui está o grande problema daquilo que vivemos hoje em dia. Ninguém sabe o que significa bom senso e razoável. Senão vejamos:
- Se as pessoas tivessem noção do espaço onde se movimentam, conseg
uiriam perceber quando têm limites a cumprir, porque, infelizmente, ou felizmente (como quiserem!) as regras existem. E se elas existem são para ser cumpridas (por isso são regras) e não se deve passar por cima delas nem pedir "favores" a outros para que elas deixem de existir, apenas porque nos dá jeito.
- Se as pessoas são pagas para trabalhar, então que o façam. Quem é que não viu o seu dia a dia ser atrasado e não cumprir as suas obrigações (sim, elas existem!), porque alguém não faz devidamente o seu trabalho? Por exemplo, basta utilizar um serviço público para perceber isso. Aqui a palavra de ordem é: paciência. Paciência para esperar, paciência por não nos saberem informar, paciência porque "as coisas estão sempre a mudar", paciência porque temos de pagar.
Existem ainda aqueles que têm medo de mexer uma palha para o lado, o mesmo é dizer que têm medo de fazer asneira. E como têm medo do erro, o que é mais fácil? Não fazer nada, pois está claro. Queridos, vou dar-vos uma novidade: se têm de fazer o vosso trabalho e têm medo de fazer asneira vão plantar batatas! O mesmo é pôr as coisas nestes termos: imaginem que uma empregada de limpeza tinha medo de limpar a sanita da vossa casa de banho, e, sendo assim preferia nada fazer. E pronto a sanita ia ficar ad aeternum à espera de ser limpa. Pensem nisso e deixem de ser pessoinhas, que na minha perspectiva, são completamente absurdas.
- O que pensam que pode vir a mudar as coisas no futuro? A educação. Parece-me que é óbvio. Do meu ponto de vista, se as pessoas tiverem educação, ou seja, valores básicos, como o respeito, isso é meio caminho andando para que se construa uma sociedade melhor. Aliando isto ao facto de termos a possibilidade de estudar e aprofundar conhecimentos, desenvolver a capacidade de questionar e depois tenhamos a vontade e curiosidade de descobrir respostas, ainda melhor. Na verdade, só assim o mundo evolui. Mas, como seria de esperar, a lógica não impera por estas bandas. Muito pelo contrário, as pessoas adoram "perder a razão"...
Qual não é o meu espanto quando vejo o país a discutir o que leva os jovens a participarem nas praxes académicas. Os demais acordaram agora para isso?! Sim. A praxe existe. Existem praxes inofensivas (aulas fantasma, pinturas faciais, cantorias bem dispostas e danças acriançadas) e existem as ofensivas (tudo o que implica incutir o medo nos mais novos, gritos, obrigação a esforço físico e sujeição à humilhação).
Para quem defende as praxes, não me venham com o argumento da treta de que a praxe é uma tradição. Amigos, não vou discutir o termo sociológico da coisa, mas acreditem que isso não é uma tradição. E mesmo que fosse, vamos lá fazer o seguinte exercício: se vos perguntarem se são a favor das touradas (que há quem defenda que é uma tradição), o que vão dizer? Tenho a certeza de que muitos de vocês, meninos pseudo-defensores das praxes abusivas (muitas vezes me ocorre a questão se estes meninos saberão o que significa abusivo), respondem escandalizados que não. As touradas são uma tortura para os animais, por isso devem ser abolidas, não interessa se são ou não praticadas há séculos, se são ou não tradição e se fazem parte da cultura.
Para quem defende as praxes, não me venham com o argumento da treta de que a praxe é uma tradição. Amigos, não vou discutir o termo sociológico da coisa, mas acreditem que isso não é uma tradição. E mesmo que fosse, vamos lá fazer o seguinte exercício: se vos perguntarem se são a favor das touradas (que há quem defenda que é uma tradição), o que vão dizer? Tenho a certeza de que muitos de vocês, meninos pseudo-defensores das praxes abusivas (muitas vezes me ocorre a questão se estes meninos saberão o que significa abusivo), respondem escandalizados que não. As touradas são uma tortura para os animais, por isso devem ser abolidas, não interessa se são ou não praticadas há séculos, se são ou não tradição e se fazem parte da cultura.
Quanto a esta tradição pode-se ser contra, agora contra a "tradição" das praxes (que nem o é), é o Deus me Livre. Praxe 4Ever. Amigos tenham tino nessa cabeça. Até porque, como disse o Bruno Nogueira, no Tubo de Ensaio (http://www.youtube.com/watch?v=UZ5QF9p-gcE), estar no ensino superior não significa desenvolver o espírito crítico e questionar o que está à nossa volta? Penso que obedecer cegamente a quem é apenas mais velho dois ou três anos não vem nesse pacote. Só numa sociedade sem valores se podem aceitar e vangloriar praxes abusivas!
Resumindo: as pessoas são absurdas, exageradas e sem noção mínima de bom senso. E, tristemente, não há meio de as gerações mais novas começarem a ser diferentes, muito pelo contrário. Definitivamente, as pessoas estão loucas.
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