O Regresso a Casa
"Pi! Pi! Pi! Pi!" O despertador tocava, mas não acordava Marta, que estava já de olho aberto há algum tempo. Estava frio e a vontade em se erguer da cama era nula. Deixou-se ficar. Mas, por mais que quisesse, não conseguia descansar com a ideia contínua de que os cinco minutos a mais que ia ficar deitada estavam a passar demasiado depressa e que, mais cedo ou mais tarde, tinha de se levantar. Descobriu-se e pôs-se a pé. Estava completamente a dormir e deixou-se guiar pelas suas próprias rotinas, que o seu cérebro tinha já memorizado. Arranjou-se e foi trabalhar. No caminho para o escritório as boas memórias que tinha assaltaram a sua cabeça, como tantas outras vezes acontecia. Sorriu. Sabia ao menos que tinha sido feliz no seu passado. E, o mais engraçado, é que enquanto viveu esses momentos ela, por alguma razão que desconhecia, tinha a consciência de que esses seriam os melhores momentos da sua vida. Tentou ser positiva, pensado que, ao menos, tinha tido anos em qu...