Cyrano de Bergerac, por onde andas?
"Pois moralmente é que eu cá tenho os meus requintes. No atavio não sou um franzidinho airoso, e mais cuidado ando, ao ser menos vaidoso; não sairia com, por certa negligência, afrontas por lavar, e ainda a consciência amarela de sono ao canto de seu olho, e a honra amarrotada e escrúpulos de molho. Ando sem nada em mim a transluzir beleza, independência só, por plumas, e fraqueza; não é pela estatura a meu favor que brilho, é pela alma erecta e como em espartilho; como fitas enlaço os meus feitos e pode meu espírito alçar-se tal como um bigode; e faço, a atravessar os grupos e as rodas, como esporas soar minhas verdade todas. (...) Luvas não tenho... ora que grande azar! Restava-me uma só... e era de um velho par! A qual de resto, a mim, só me fazia dano: e por isso a deixei na cara de um fulano." (Rostand, Edmond, Cyrano de Bergerac , Lisboa, 2007, Bertrand) Escolhi este trecho como podia ter escolhido tantos outros. C...