O Cair da Máscara

Tento escrever,
não consigo.

Máscara... Onde andas tu? Preciso de ti desesperadamente para continuar a sobreviver. Para não falar com ninguém, para mentir, omitir, esquecer.
Como te queria esquecer.

Fechar os olhos e adormecer... num todo eterno.
Não ter de tomar decisões, rir-me sempre.
Ai! Como tenho saudades de me rir. De me juntar convosco. De parvoices. Como sinto falta das futilidades. De não pensar... Só quero isso: acordar e nada me lembrar.

Sem tretas. Desconhecer preocupações, acreditar em ilusões.
Não criar expectativas, sem nada programar.

Voltar a ser criança. Ver os desenhos animados a manhã inteira, fazer um ditado e correr no recreio. Ir a casa da amiga, fazer os trabalhos de casa e brincar... brincar... brincar.

Sem futuro e sem esperança.
De que é que sou feita?

De raiva daqueles que se autoproclamam. Dos que prometem e nada dão. Daqueles que comem da mão de quem trabalha todos os dias. Dos tristes que pedem, dos que nada fazem, dos mentirosos e dos quaixosos que tudo têm.
Saiam daqui raça porca que consomes aquilo que agora vejo que está à minha volta.

Quero ver a arder a minha insanidade mental.
Quero ouvir os gritos de quem corrompe e de quem se deixa corromper.
Corja que tudo estraga e consome.
Já salivas à espera dos próximos ingénuos e sonhadores que vais comer.
Continuas com a tua vidinha enquanto morremos.

Batemos palmas à injustiça. Ela é a única que não se esconde por detrás do poder. Ela está bem visivel, à nossa volta, em nós mesmos.

Basta!
Desisti.

Mundo Rafeiro - Punk Sinatra

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