Onde é que já ouvi falar disto?

"Um atentado à bomba sem precedentes no coração de Atenas, dentro do edifício do Ministério da Protecção Civil, com supervisão sobre as polícias do país, causou a morte ao chefe de segurança do ministro." (in Público, dia 25 de Junho de 2010)

Quando um país está envolto numa grave crise económica é impossível que esta não desemboque numa crise social. Manifestações, tumultos, revoltas. Tudo isto se faz sentir como se fossem ondas. Tal e qual como quando atiramos uma pedra num charco.

Os gregos não são como os portugueses... pelo menos os portugueses de agora. Se lhes mexem no bolso, se lhes impõem medidas que afectam directamente a sua vida, se não se sentem respeitados estes não são de ficar quietos. Recorde-se a revolta de alguns estudantes, de extrema-esquerda, em 2008, que se barricaram dentro da Universidade de Atenas. Agora a escalada de violência pode continuar a subir, como vemos pela notícia referida acima. Bombas no ministério? Os Gregos não querem atacar civis. Eles sabem exactamente onde e quem querem atacar (aqueles que estão à frente do país).

Nunca fui a favor de chegar aonde quer que seja através da violência. Acho até que não é uma atitude louvável para um país que se encontra em graves condições económicas, como a Grécia. Mas, estas alturas de crise são sempre ideais para que grupos extremistas comecem a actuar. Porque sabem que quando a maioria começa a sentir as dificuldades o que fala é a barriga e não a cabeça. O povo pensa nas suas necessidades primárias e não podemos censurá-lo. Porque é daí que conseguem a sua sobrevivência. Parece-me que o futuro que espera a Grécia não será nada fácil.

E o que me assusta é ver que Portugal em termos financeiros e económicos está numa situação muito parecida com a da Grécia. E, tal como está a acontecer aos gregos, esta pode tornar a nossa crise social ainda maior. É claro que para muitos os portugueses continuam a ser o povo pacífico que todos conhecemos e que leva a vida numa de "enquanto se puder aguentar...". Mas é preciso perceber que esta postura não vai, concerteza, durar para todo o sempre. É preciso tomar uma atitude. Exercer uma acção. E quando chegar a altura de o fazer, que tipo de atitude é que vão tomar?

Vamos voltar, também, às bombas postas nos transportes públicos pelos anarquistas, como aconteceu no final da Primeira República? Vamos voltar aos atentados em plenas praças, em pleno dia? Ou vamos ficar à espera que um corpo que faz parte de uma instituição, parte integrante da estrutura do Estado, tome a voz por 10 milhões de pessoas? Fazendo, assim, com que estas achem que eles são os salvadores da pátria, como foi com o 25 de Abril? Arrastando, depois, a população para ideologias que provaram ser um fracasso?

Afinal o que vamos fazer?

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