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Grazie, Gigi Buffon

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"There is a burning inside you that will lead you to make mistakes. Of course, you think that you are showing your teammates that you’re strong and free, but in reality, this is a mask that you wear."  Às vezes penso que emocionar-me é uma merda. É uma merda porque em algumas dessas ocasiões também me faz sentir uma merda. Seja por aquilo que leio, seja por aquilo com que me identifico quando estou a ler, seja porque desperta no meu inconsciente algo que me faz experienciar um sentimento forte. Quando vi hoje de manhã uma notícia que dizia que Buffon confessa que esteve deprimido apressei-me a ler o texto escrito pelo guarda-redes italiano em primeira mão, publicada no The Player's Tribune. Chorei. Não pelo facto de estar a ler um testemunho tão pessoal, que mostrava que um dos desportistas que mais admiro no mundo teve depressão. Chorei, essencialmente, por ter a constatação de que todos nós sofremos. Independentemente de pensarmos que ninguém o...

A Dor da tua Ausência

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"Take away my pain, help me forget it all"  Páro o que estou a fazer. Será que isso existe mesmo? É possível termos alguém que nos tire a dor? Que nos faça esquecer tudo? Não sei. Nunca o experienciei. Mas, agora, parando para pensar nisso... Será mesmo possível que isso exista? Alguém que com apenas a sua presença nos tire a tristeza, nos dê alento e que nos faça sentir que podemos apagar por momentos tudo aquilo que nos faz sofrer? Se isso for verdade, essa deve ser a verdadeira definição do amor.  Sento-me na cama e fecho os olhos. A música continua a tocar e eu, por breves instantes, atrevo-me a imaginar o que é isso de termos alguém que nos tire a dor. Tristemente, não o consigo alcançar. Realmente, não consigo imaginar isso... Não consigo imaginar que alguém me tire esta dor de existir. No entanto, choro. Posso não ter a capacidade de criar no meu pensamento essas imagens de ter alguém que me tire a dor, mas não evito as lágrimas que me correm pelo rosto. Será que a min...

O que é Ser Feliz?

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Quando somos mais novos pensamos que vamos ser capazes de fazer tudo. De alterar a nossa realidade, de sermos melhores, de termos o que não temos, de atingir os nossos maiores objetivos, sejam eles quais forem: ter um bom emprego, ser ricos, ter o amor, livrar-nos de um trauma, mudarmos aquilo que nos faz sofrer... Enfim. Basicamente, quando somos crianças pensamos que vamos ser capazes de ser felizes. Mas, afinal, o que é isso de ser feliz? Primeiro, penso que o que significa ser feliz depende daquilo que cada um de nós acredita que é ser feliz. Ou seja, para mim ser feliz pode ser encontrar um amor verdadeiro, enquanto que para outra pessoa, ser feliz pode ser ter filhos. Enfim... Não falo aqui na alegria momentânea de adquirirmos algo. Acredito que o ato de comprar alguma coisa, um objeto ou um serviço, não é o caminho para a felicidade, seja para quem for. É sim, e pode com toda a certeza ser, um motivo de contentamento. Ao contrário daqueles que dizem que a...

"Try a Little Tenderness" - Na Terra Árida III

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"Então o rapaz já conseguiu fazer a cama?" A senhora mais velha pergunta-me no meio de um sorriso. Maneio a cabeça "acho que não... mas quando ele mete uma coisa na cabeça... não é fácil dissuadi-lo..." respondo levemente ao mesmo tempo que mexo a sopa que está ao lume. "Eu sei o que é isso, filha... O meu Z era igual. Mas nunca me deixou ficar mal, sabes? Salvo uma vez quando me disse que ia concertar a máquina de costura... e foi pior a emenda do que o soneto". O  riso que a senhora M solta é contagiante e logo estamos as duas a rir na cozinha. "Tenho saudades dele, sabes? Era o meu homem...", ela diz ainda a sorrir, ajeitando-se na cadeira. Tapo a panela da sopa e sento-me à sua frente. "Imagino que sim... Como é que ele era?" A senhora mais velha sorri "era o homem que me amava. E que eu amava". Talvez ela não queira falar mais sobre o senhor Z. Mas, mesmo assim, parece-me uma boa maneira de definir alguém. Ha...

Sempre - Na Terra Árida II

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O quarto está quente. Afinal tudo aqui é quente. Já saberíamos que ia ser assim quando para aqui viemos, mas, mesmo assim, quisemos mudar. Quisemos experimentar esta terra. Esta terra árida que nos aquece o corpo assim que nela pisamos. Encosto a minha cabeça nos lençóis, que estão meio molhados. Uma leve brisa faz com que os cortinados dancem. Para quem não está habituado, não se consegue apreciar o calor desta simples brisa. Mas, para quem aqui está todo o ano, a frescura que nos dá é impossível de desperdiçar. Volto a fechar os olhos ao mesmo tempo que percebo que agora tudo está mais calmo. Forma-se um pequeno sorriso na minha face. Sinto-me sempre noutro lugar, longínquo, cada vez que estamos assim. Sei que a sua respiração voltou ao normal. Permaneço de olhos fechados, mas sei que a calma regressou ao seu corpo. Novamente, a cama mexe. Já nos habituámos ao seu chiar. Foi a única que conseguimos arranjar quando aqui chegámos. E pensámos que não haveria problema. Afin...