O Amor numa Mão
Na maior parte dos seus dias, ela encontrava-se com dezenas de pessoas, falava com uma dúzia delas, sempre diferentes. Mas isso não era factor para que se sentisse menos só. Muito pelo contrário. Isso era algo que lhe causava ainda mais confusão e discussão interior. Como era possível estar entre tanta gente e não conseguir alcançar ninguém? A verdade é que muitas vezes sentia que também ninguém conseguia chegar até ela. A sua forma de pensar, as suas ideias, as suas histórias pouco significavam para outras pessoas. Estava mergulhada numa solidão profunda, sem nunca mostrar verdadeiramente aquilo que é, aquilo que quer fazer e sobretudo aquilo que sonha. Ela estava como que a afogar-se num imenso e bonito mar azul. No entanto, ela continuava atenta aos pormenores. E era talvez isso que a fazia sobreviver. Um simples olhar, um abraço verdadeiro, uma mão sobre o seu ombro. Esses eram alguns dos grandes pormenores que a faziam continuar. Eles eram parte de uma mão que a fazia vir ao ...