Fatalidade
Vim dizer que te amo. Sim, admito. Eu amo-te. Demorei todo este tempo para aceitá-lo porque me pareceu tão impossível, sabes? Como é que te poderia amar? A ti, que me roubaste a vida e a levaste contigo, mesmo sem o saberes? É precisamente por me teres despojado do pouco que eu tinha em mim que eu sei... Agora, eu sei, que te amo. Não lerás estas linhas. Deus... Por onde andarás nessa tua vida da qual já não faço parte, ou melhor, da qual eu nunca fiz parte? Seguro do teu futuro, cheio de responsabilidades, mas a sorrir, não é? Imagino-te sempre a sorrir. Mesmo que as últimas palavras que tenhamos trocado tenham sido tão dolorosas, assim que fecho os olhos e te vejo estás sempre a sorrir. E é bom, é apaziguador. Aquele primeiro segundo na minha imaginação apazigua tudo. Tal como quando nos encontrámos. Foi tudo um bonito sonho, creio que até já o escrevi aqui. Estou a repetir-me. Mas, esse meu sonho foi tão bonito e tão estonteante que eu agarrei-me a ele com unhas e dentes, com a cren...