A Minha Avozinha Rosinha
Nos rigorosos dias do mês de Dezembro, aqueles mesmo próximos do Natal, o frio entrenha-se no ossos. No entanto, creio que nem esse frio húmido, nem o nevoeiro que cai, perto de anoitecer, faz parar qualquer criança. Também fui assim. Mais do que a lembrança de um nevoeiro cerrado, de um frio que tornava a minha cara vermelha e a ponta do nariz gelada, é a liberdade de andar pelos caminhos de que mais me lembro. E a aventura que era estar com a minha avozinha à procura de pinhas. Era, na maioria das vezes, uma procura que dava poucos frutos. Mas, ir com a minha avozinha andar e sempre a espiar a beira da estrada para ver se alguma pinha tinha caído ou irmos junto dos pinheiros à procura desse tesouro, alegrava o dia. E a minha avó sempre com o seu ar doce e o seu sorriso meigo lá ia, à procura também. Sempre muito atenta. A maior parte das vezes, a procura das pinhas servia para a lareira, para atiçar o lume. No entanto, lembro-me que houve uma vez em que vi pinhões e tive-os na minha ...