A Arte de Gerir Egos
Gerir egos não é fácil. Talvez até pudesse ser uma profissão: “Qual é a sua profissão, senhor?” O outro responde: “Sou gestor de egos”. Parece-me um bom ofício... Mais do que um ofício é, de facto, uma arte. Têm de fazer determinada coisa para agradar a A. Não podem tomar outro caminho, senão B fica zangado. Deve-se elogiar C, porque precisa de se sentir o melhor do mundo. E assim ficam. A pôr paninhos quentes em tudo o que fazem sempre em prol dos caprichos do outro. Podem tomar essas opções de vida se dependerem, por alguma razão, desse outro. E têm de aguentar. Pena é que, por vezes, esses “gestores de egos” sejam tratados como animais de estimação. Pensa o supra-sumo: “Ah! O menino D tratou-me bem. Merece uma recompensa. Vou dar-lhe uma festinha.” Ou então: “Ah! Como eu gosto desses elogios, menino E. Acho que merece um biscoito!” E assim se estabelecem relações. É certo que este tipo de relações apenas existem por culpa de ambos os lados. ...