Amo-te

Amo-te.
Amo-te profundamente, plenamente, incessantemente, inequivocamente... Tanto como se te conseguisse ver na minha frente. Tanto como se conseguisse sentir a tua mão quente na minha face, os teus dedos a acariciar a minha pele.

Amo esse teu sorriso leve e sincero. Amo essa tua sensibilidade. A certeza de que a tua cabeça virará ao encontro daquele som que te desperta algo de diferente. A forma única como colocas o teu corpo quando estás a fazer aquilo de que mais gostas. Amo quando cantas baixinho ou quando bates com os dedos na mesa ao ritmo daquela canção que tanto adoras.

Amo a maneira como confias em mim e me deixas estar contigo. Nu. Sem nada a esconder. Amo
quando me deixas entrar nesse teu mundo desnudo e aí ficar a admirar-te. Amo que me faças sentir que sou parte de ti, em todos os gestos, em todas as palavras.

Amo os teus pensamentos mais recônditos, os teus sentimentos mais escondidos. Amo os teus traumas, aquilo que te fez ser o que és.

Amo que sejas imperfeito. Que tenhas defeitos. Que sejas teimoso e impulsivo. Amo que faças aquilo que sentes. No momento, assim, sem questionar como vai ser o amanhã. Amo essa tua imprevisibilidade, sabes? Amo que me mostres que tudo é possível. Que a dor fica connosco, mas que, de alguma forma, conseguimos encontrar aquilo que precisamos para que possamos conviver com ela.

Sabes que mais? 
Amo tudo em ti. Amo a paixão que colocas em todo o caminho que constróis para chegar ao teu objectivo. Amo as tuas metas, ou melhor, amo o facto de as escolheres. De não ficares parado à espera de que algo aconteça. Mas também amo quando te deixas ir. Amo essa tua perspicácia de perceber quando são as melhores horas para te deixares ir, ou quando são os momentos certos para tu fazeres valer a tua vontade.

Amo quando defendes algo, sabes? Esse teu ar decidido de quem não vai aceitar um não. Essa tua expressão de quem sabe que vai cair inúmeras vezes, mas que todas essas quedas só te farão erguer de novo e fazer com que sigas em frente.

Também te amo quando choras. Quando te vejo caído no meio do chão vazio da sala, agarrado aquelas memórias que sempre te perturbam. Amo poder ajoelhar-me à tua frente, amo colocar a minha mão na tua cara e dizer-te que não estás só. Eu também amo essa tua solidão. Essa tua solidão contigo próprio e o facto de não teres medo de estares contigo mesmo.

Porém, eu sei que tu tens medos. E é também por eles que te amo. Um homem sem medo não é um homem. E eu sei que tu os tens, mesmo que não mo digas. Amo poder perceber quando tens medo. Só assim posso encostar a minha cabeça ao teu ombro, na tentativa de, em silêncio, mas com este simples gesto, te dizer que vais dominar esses medos. Vais dominar esses medos e ser melhor, nessa batalha infinita connosco próprios em querermos ser fiéis ao que nos propusemos nesse contrato com a vida.

Amo a tua voz. Essa tua voz que chega a todas as partes ínfimas do meu ser. Esse teu tom grave, distinto de todos aqueles que alguma vez ouvi. Essa tua voz serena, mas cheia de emoção. Essa tua voz sublime que desperta em mim qualquer coisa de indescritível. Amo essa voz que me descobre por completo, amo essa voz que me remexe por dentro. Amo essa voz que me faz sentir.

Amo-te.
Amo-te e sinto-te como nunca amei e senti.
Sim.
Sinto-te. Sinto-te, meu amor, aqui, sentada, de caneta na mão, enquanto escrevo esta carta na esperança de um dia te poder encontrar. E aí, sim, dizer-te ao ouvido que te amo, como eu te amo e como me desesperei por ti todos estes anos. E, eu sei, que a partir desse momento, tudo fará sentido. Todo o sofrimento e toda a angústia que senti. Tudo fará sentido, porque, finalmente estarás comigo. Estarás comigo e eu poderei dizer-te, sempre que quiser, como eu te amo.


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