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A mostrar mensagens de outubro, 2010

Passámos um pelo outro...

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Agarra-me. Corrompe-me. Para depois sentir Confusão. Na vida ordinária Na morte esperada Na tua ausência forçada Na minha presença enganada. Tudo o que está aqui é-me estranho. Não conheço estas paredes. Não conheço as tuas palavras. Não conheço os teus gestos. Quero a verdade que me escondes! Porque é que estás aqui? Sai! Recuso-me a acreditar no que me fazes querer. Repulsa. Preciso dessa repulsa. Preciso desta recusa. É a certeza de que te quero. É o que me faz viver no meio dos hipócritas. Dos javardos que nos comem os olhos , Que nos perfuram a cabeça E se regozijam ao desfazer o nosso cérebro. Deixei de pensar. Deixei de ver. Apenas sinto. Sinto-te . Chega-te ao pé de mim. Torna-te parte de mim. Toca-me. Desperta o resto da humanidade que me resta... Toma-me nos teus braços. Não me deixes cair. . . . Não! Agora não me quero deixar levar. Larga-me! Porque te intrometes? Porque te aproximas? Não me conheces... Sai! Deixa-me estar na minha miserá

No fim do Dia

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Percorro as ruas de Lisboa. O final de tarde já chegou e as pessoas apressam-se para chegar a casa. Uns com os filhos pela mão, outros com os/as namorados/as e outros sozinhos. Admiro as pessoas que estão na sua normalidade. Admiro aquelas que não se importam com o que os outros pensam. Admiro ainda aquelas que fazem o que for preciso para serem felizes, para estarem bem consigo mesmas. Essas pessoas têm muito valor e às vezes são aquelas que a hipócrita sociedade mais recrimina: pela sua maneira de falar, ou de vestir ou de agir. De repente, sinto um desejo enorme de ser como eles. De ter a coragem suficiente para fazer o que quer que seja que me apeteça. Desligar daquilo a que o mundo me obriga. Desligar daquilo que os outros dizem. Páro na rua. Fecho os olhos e penso em ti. Começo a ver todos os traços da tua face. A cor dos teus olhos, o teu sorriso, os teus gestos, a tua alegria. Só quero estar assim. Com esta imagem... Deixem-me estar assim... Só mais um momento... Só ma

Reforma (In)Digna

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"Sabes porque é que as pessoas têm reformas tão baixas? Porque não descontaram..." Numa altura em que a discussão do Orçamento de Estado para 2011 continua acessa, as reportagens acerca de pessoas que pouco têm para viver multiplicam-se. E, é claro, que os casos que mais aparecem são pessoas que recebem uma reforma mínima ao fim do mês. Agora, vão passar ainda por mais dificuldades do que antes depois de todas as medidas de austeridade anunciadas pelo executivo de Sócrates. Recentemente, tive conhecimento de um caso de uma pessoa que recebia uma reforma de cerca de 150 euros por mês. A primeira pergunta que me apareceu na cabeça foi: "como é que uma pessoa consegue viver com uma pensão deste valor?". Isto sem esquecer o facto de muitas destas pessoas sofrerem de doenças que requerem muitos medicamentos por mês e muitas idas ao médico. E o que é que o comum dos mortais responde quando se depara com o facto de estas pessoas viverem com reforma de miséria?  "Sa

Encontros II

A tristeza vem de quem menos se espera. A Alegria é-nos dada por quem já julgamos perdido. Tudo o que é inesperado provoca estranheza, medo, confusão.  Mas o que ainda determina mais o nosso estado de espírito perante o inusitado são as pessoas que provocam estas situações. É engraçado como as coisas surpreendentes e despropositadas só nos magoam quando são feitas por quem nunca pensamos que o pudesse fazer. É por isso que ficamos marcados. Por isso digo: preserva os teus inimigos. Ao menos sabes que eles vão lá estar sempre para te foder. Nunca vão pensar duas vezes antes de fazê-lo. Mas ao menos já sabes com o que podes contar. Eles nunca te vão desiludir. Não os deixes escapar. Pior são aqueles "amigos". Aqueles que pensas que são grandes pessoas e que nunca te vão deixar mal. Aqueles que sempre estiveram lá para o que foi preciso. Mas, no final, fazem-te sentir uma nulidade. Com aquilo que te dizem sem rodeios, sem olhar para o lado e para si próprios. Sem quererem sa